Autor: Paulo Cesar Ramalho
“O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15:12)
O evangelista João foi reconhecido pela igreja como o discípulo amado. Isso porque, além de ser alguém que vivia um amor prático, constantemente falava sobre o amor em seus escritos. É ele quem afirma que “Deus é amor”, em um capítulo todo dedicado a esse tema (I João 4). João entendia que só através do amor é que podemos vencer nossas lutas e nossas tribulações, a fim de ajudarmos aqueles que não conseguem sentir esse amor em seus corações.
Mas há algo fascinante na forma como João encara o amor que devemos dedicar uns aos outros. Enquanto Mateus, Marcos e Lucas referem-se à expressão “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39), João vai além e mostra que o amor que Jesus espera de nós para com os outros vai além do amor que sentimos por nós mesmos, mas deve ser igual ao amor d’Ele por nós (“que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”). Isso porque o amor que muitas pessoas tem ou dizem ter não é na verdade, amor. Antes, é um sentimento egoísta, voltado apenas para si mesmos e para os seus próprios interesses. Tanto é assim, que basta acontecer algo contrário à vontade da pessoa que logo ela se ofende e passa a reclamar de tudo e de todos. Mas o amor de Jesus não é assim.
Olhando para a Bíblia podemos ver que Jesus abriu mão de toda glória que possuía no céu, para vir à terra e viver uma vida limitada e cheia de sofrimento. Em Filipenses 2:5-11, Paulo fala que Jesus “se humilhou, assumindo a forma de servo”. E essa humilhação foi maior quando Ele assumiu o compromisso de ir até a cruz para morrer por nós e nos libertar. O apóstolo João, não encontrando uma expressão forte e suficiente para expressar esse gesto de Jesus afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira…” (João 3:16). Ou seja, o amor foi tão grande, que Ele renunciou Sua própria vida em favor da humanidade.
Um exemplo deste tipo de amor que Deus espera de nós é normalmente encontrado nos pais. Muitas vezes eles abrem mão das coisas para si mesmos para oferecer algo de melhor para os filhos. Um professor contou certa vez que, quando criança, sua família passou por um momento muito difícil financeiramente. Certa noite ele acordou e viu que havia luz na cozinha e, ao chegar lá, encontrou os pais chorando, pois a três dias não comiam nada para deixar o pouco que tinham de comida para os filhos ainda pequenos.
Este é o amor que Deus espera de nós, um amor que “não procura seus próprios interesses”, e sim, o bem daquele que é o alvo desse amor. Como filhos de Deus, temos que ter esse amor em nossos corações, para que, ao ofertá-lo aos outros, possamos ajudá-los a vencer as artimanhas do diabo, que sempre quer “roubar, matar e destruir”, mostrando através de nossas atitudes que temos no nosso coração esse Deus tão grande, que pode ser chamado de AMOR.
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