De acordo com essa perspectiva, um texto bíblico pode ter um *sensus plenior* quando Deus, como autor final da Escritura, inspirou um significado adicional que pode ser revelado por meio da análise espiritual ou pela iluminação que vem com o desenvolvimento posterior da revelação bíblica.
Essa ideia foi discutida e explorada por teólogos como Raymond Brown, que afirmava que o *sensus plenior* é um sentido adicional que o Espírito Santo pode comunicar através das Escrituras, tornando o texto bíblico sempre relevante para novos contextos e leitores.
“A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.”
Quando Isaías escreveu essa profecia, ele provavelmente tinha em mente uma jovem de sua época que daria à luz um filho, como um sinal da presença de Deus para o povo de Israel em meio aos desafios que enfrentavam. O sentido imediato desse texto era a esperança de que Deus estivesse com o povo, representado pela criança chamada “Emanuel” (“Deus conosco”).
Porém, no Novo Testamento, em Mateus 1:22-23, essa passagem é citada como se referindo ao nascimento de Jesus Cristo:
“Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: ‘A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel’ (que significa ‘Deus conosco’).”
Aqui vemos o sensus plenior: além do sentido histórico imediato que Isaías teria compreendido, a profecia agora revela um sentido mais profundo e pleno ao ser aplicada ao nascimento de Jesus, visto pelos cristãos como a manifestação literal e completa de “Deus conosco”.
Assim, o sensus plenior permite que esse texto tenha um sentido adicional que os cristãos entendem como inspirado pelo Espírito Santo e que conecta o Antigo Testamento ao Novo, dando ao versículo um cumprimento mais profundo e eterno no contexto da vinda de Cristo.
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