Os dois sapos

Autor: Autor Desconhecido
Como todo entardecer a senhora estava tirando o leite das duas vacas. Quando terminou ainda quis dar um pouco de aipim para as vacas e por isso, colocou um balde ao lado do outro. Nisso, alguém bate palmas na frente da casa. “Quem será a essas horas?”, pensou a senhora. Já estava quase escuro. Quando chegou na frente da casa, viu um carro e quatro pessoas com um grande sorriso no rosto. “Ah, mas são os parentes do Rio Grande, que fazia anos não via.” Que contente ficou. Entre gritos de alegria e abraços, rolaram até algumas lágrimas de felicidade. Entraram na casa, e começaram a conversar animadamente, trocando notícias e acontecimentos na família e com conhecidos. Fizeram a janta. Já tarde e cansados, a senhora foi arrumar as camas para que todos pudessem descansar. Nessa euforia toda os dois baldes de leite acabaram sendo esquecidos no rancho.

Depois que todos foram dormir, dois sapos que pulavam todas as noites por aquele rancho, estranharam aqueles dois baldes.

– Ô meu, que será que tem aí dentro ? disse um.

– Não sei. meu. É a primeira vez que vejo isso aqui, disse o outro.

Eles não podiam agüentar de curiosidade. Por isso, combinaram que cada um daria um grande salto cima e assim poderiam ver o que havia dentro dos baldes. E lá foram: um, dois, três e vupt. Pularam para cima e cada um caiu dentro de um balde. Platsch!

– Que coisas mais estranha é isso aqui, meu, disse um..

– É, e eu não estou conseguindo sair, disse o outro

Não havia outra alternativa a não ser nadar. Nadaram, nadaram, nadaram. Depois de duas horas, um dos sapos disse:

– Ah….. já não agüento mais. Estou cansado de tanto nadar. Já faz um tempão que estamos aqui e não vejo nenhuma saída. Acho que esse é o nosso fim.

– Agüenta mais um pouco, disse o outro. Quem sabe a dona da casa acorda, se lembra do leite que esqueceu e vem buscá-lo e aí estamos salvos.

– Que acorda que nada. Ela só vai acordar de manhã e eu já não agüento mais. Não adianta. Vamos morrer mesmo. É melhor aceitar o fim. – E esse sapo parou de nadar e se afogou no leite.

O outro seguiu nadando. Também estava cansado, mas não podia desistir. Desistir era morrer. Continuou nadando, nadando, nadando.

Na manhã seguinte a senhora acorda e quando vai pegar os baldes para tirar o leite das vacas, aí ela se lembra que havia esquecido o leite da noite anterior lá no rancho. Vai até lá correndo e quando olha para dentro do primeiro balde, encontra nele um sapo morto, boiando no leite. Quando olha para o segundo balde, encontra nele um sapo com a metade da cabeça fora do leite. Aí ela derrama o leite desse balde fora e qual não foi sua surpresa. O sapo havia nadado tanto no leite, que se formou no fundo do balde um pouco de manteiga, sobre a qual ele se sentou para esperar que alguém o socorresse.

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