Autor: Anísio Renato de Andrade
Disse Jesus: “Vós sois o sal da terra. Se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5.13).
O sal é útil para dar sabor e também para conservar os alimentos. Houve tempos em que as pedras de sal eram usadas até como moeda corrente. Daí veio a palavra “salário”. Jesus disse que os cristãos são o sal deste mundo. Para que o sal possa ter alguma utilidade ele precisa sair do saleiro; precisa se misturar à massa. Isso nos leva a refletir sobre nossa participação e atuação em nossas comunidades. Não me refiro simplesmente às comunidades cristãs, mas ao nosso convívio com a sociedade de modo geral. O cristão não deve ser uma pessoa isolada, alienada, distante de tudo e de todos. O sal precisa se misturar. Você precisa saber o que está acontecendo, precisa dar sua opinião, precisa participar. Existem aqueles irmãos que vivem fugindo de todo tipo de contato, seja no trabalho, seja na escola, seja no bairro onde moram. Evitam conversar sobre questões políticas, culturais, esportivas, etc, tudo em nome da santificação. Louvável motivo, mas infeliz atitude. Só através da participação poderemos influenciar este mundo, dando-lhe sabor e valor. Jesus orou ao Pai a favor dos discípulos, dizendo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. (João 17).
Agora, cabe uma observação: não se coloca sal em carne podre. Se isso acontecer, o sal será jogado fora com a carne. Existem certos ambientes que não são apropriados para nós. Certos assuntos são, por si mesmos, abomináveis e determinados eventos poderão ser prejudiciais. Alguns tipos de compromisso podem ser contrários ao nosso pacto com Deus. Então, pense bem. Jesus nos chamou de “sal da terra” mas não mandou misturar sal e terra. Esse seria o caso daquele sal que cai ao chão. Será pisado pelos homens. É o caso daquele cristão que se corrompe, tornando-se motivo de vitupério para o nome de Cristo. Ainda que Deus o tenha perdoado, continuará a ser pisado pelas pessoas.
Em João 2, temos o relato da participação de Cristo em uma festa de casamento. Ali, o Mestre realizou seu primeiro milagre, o que resultou em glória para o reino de Deus. Imagine se Jesus recusasse todo tipo de convite. Perderia muitas oportunidades de fazer a obra de Deus. Aí está um detalhe importante: como agimos nos lugares onde vamos? O que fazemos? Já pensou se, naquela festa de casamento, os discípulos começassem a se embriagar e fazer besteiras…? Jesus ficaria envergonhado. E não é assim que ele tem ficado muitas vezes em relação às nossas ações?
O sal precisa se misturar, mas não com tudo, e não de qualquer maneira. Como definir essa questão? Saia do “saleiro”, meu irmão, mas não vá a qualquer lugar. Faça alguma coisa mas não faça qualquer coisa que lhe vier à cabeça. Aceite alguns convites, mas não aceite qualquer convite. Em caso de dúvida, peça a orientação do Espírito Santo, ouça a sua consciência, solicite o conselho pastoral. Devemos pedir a Deus sabedoria diante de cada situação, de modo que possamos cumprir bem o nosso papel sem que sejamos motivo de escândalo para o evangelho.
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