Fazei isto em memória de mim

Autor: José A. A. Teixeira

Vivemos em um mundo de ritualismos e simbologias, porém não nos damos conta dos princípios que se escondem por detrás destas atitudes e pensamentos.
Citaria alguns exemplos como “festinha de aniversário”, em que o clímax é o “apagar das velas” e lógico o “abrir de presentes”. Temos outro exemplo, na época do “natal”, quando todos nós saímos em verdadeira maratona de compras e o famoso “peru natalício” sem o qual para muitos seria um “natal” completo e de novo o “abrir de presentes”.
Tornando-me um pouquinho mais “picante” nas comparações, porque não falar da época da “ceia” em nossas igrejas. Nos chamados “CULTO DA CEIA” há uma afluência tremenda nas igrejas, faltam cadeiras, o pastor “PRESIDENTE” faz questão  de conduzir os trabalhos, uma briga “santa” nos estacionamentos por uma vaga para suas “bençãos”. Toda uma corrida e desgaste por um simples pedaço de pão “pullmam” e um cálice microscópico de plástico de suco de uva. Fico a pensar: Porque?
Eu arriscaria um palpite: O mesmo sentimento e atitude se transformando em uma equação, que assim poderíamos expressar:

RITUALISMO + SIMBOLOGIA = BENÇÃO

Uma relação simples de causa e efeito, ou seja, vou à festa, apago a vela e ganho presente ou espero a meia-noite, quando faço a refeição natalícia e corro para abrir meus  presentes.
Todo esse pensamento teve origem em um texto da palavra de Deus. Livro de Lucas, capítulo 22, versículo 19:
“E, TOMANDO UM PÃO, TENDO DADO GRAÇAS, O PARTIU E LHES DEU, DIZENDO: ISTO É O MEU CORPO OFERECIDO POR VÓS; FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.”
No final deste versículo me dou conta de uma expressão: Fazei isto em memória de mim
No sentido físico o que aqueles homens viram? Viram a Jesus pegando um bocado de pão, fazendo uma oração, partindo-o e distribuindo-o.
Em se tratando da cultura judaica de modo geral, Jesus não fez nada de anormal, tenha visto que todo judeu sempre dá graças a Deus por tudo que leva à boca, numa prece quase que automática. Como não havia “faca” de pão, então, também não haveria nenhuma novidade em partir com a mão e finalmente se tenho mais pessoas à mesa, nada mais justo que elas também recebam o alimento, sendo assim o que sobrou, para fazermos tão grande alvoroço?
Após uma jornada de três anos com o mestre, testemunhando tantos milagres alimentares, tais como multiplicação de pão, de peixes, transformação da água em vinho e principalmente, já eram familiarizados com sua linguagem e atitudes por parábolas, ou seja, ele falava e fazia coisas dando a entender outras, ele usava de coisas e circunstancias naturais para manifestar princípios espirituais.
Se a Bíblia é um livro espiritual (certamente é), então temos que ler desta maneira, extraindo tecnologias divinas escondidas por detrás da letra. Quando, deliberadamente, resolvo me ater somente à “letra”, então entro em erro, colhendo somente religiosidade, símbolos e ativismo. Porém, sem relevância para nossos dias.
No livro de João capítulo 6, versículo 35, Jesus mesmo declara ser o “PÃO DA VIDA”, e nós como seu corpo na terra, então, não é de “trigo cozido” que estamos falando.
Voltando ao texto de Lucas, quando Jesus consagrava o pão, então ele estava se referindo ao seu próprio povo, “nação santa”, “povo de propriedade exclusiva de Deus”, planejada desde antes da fundação do mundo, para um fim específico.
Ou não somos nós consagrados ao Pai por intermédio de Jesus, levantados por Ele?
Assim como o “pão” partido, não quer Ele um povo “aquebrantado” desvinculado com  o sistema presente, que nos obriga a uma série de coisas das quais não entendemos sua utilidade e propósito?
E, por fim, ele mesmo não nos comissionou e delegou à terra, para a possuirmos, não  como novos maus ministros que pensam em posse somente, como conquista territorial  e geográfica, mas sim por intermédio de uma decisiva influência apostólica- profética, redimindo a terra e a entregando aos pés “DAQUELE QUE É DIGNO”, que por sua vez entregará aos pés de Deus PAI?
Porque não transformamos estas reuniões “solenes” em uma assembléia de embaixadores que comparecem, com a convicção que já foram abençoados e que agora Deus os chama para serem agentes abençoadores de toda a terra?
Nós todos já recebemos uma porção ‘JUSTA’ do PÃO DA VIDA. Só o mundo ainda não sabe: “ELE TE CONSAGROU, TEM PARTIDO E TE COMPARTILHA COM O MUNDO, POR ALGUM MOTIVO”.

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