Engarrafando vinho velho

Autor: Júlio C. Filla
Certas afirmações de Jesus são tão óbvias que nem percebemos os seus sentidos. Quando Jesus afirma que não se coloca “vinho novo em odres velhos” e que “vinho novo se coloca em odres novos” ele automaticamente está dizendo que “vinho velho não se coloca em odres novos”.

Você sabe o que é um odre? É um recipiente feito de couro de carneiro/bode utilizado para conter o vinho. Se você coloca um vinho novo em um odre velho este não suporta a pressão dos gases gerada pela fermentação do vinho e se rompe. Se você coloca vinho velho, o odre novo fica “murcho”, flácido, sub-utilizado. Além de ser incoerente é um desperdício, não faz sentido, não combina.

O que isto tem haver conosco, com a nossa vida e com a vida da nossa comunidade? É simples: estamos em campanha para aquisição de um lugar para a nossa igreja, um novo lugar. Um templo novo. A pergunta é: Temos nós como crentes que somos e como igreja o “status” de “vinho novo” ou “igreja nova”? Temos, ao menos, a disposição para a renovação de nossa vida espiritual?

Nosso Deus é coerente e ele espera que, à sua imagem e semelhança, também o sejamos. Queremos uma igreja nova para quê? Para termos somente mais conforto ou para servirmos ao nosso Deus melhor e de novas maneiras? Com freqüência Deus nos exorta a aprendermos com a natureza. Veja o exemplo da Borboleta. Antes de ela assumir toda aquela roupagem colorida, viva e vibrante é necessário passar por uma metamorfose, uma transformação. Para passar de larva a Borboleta ela tem que experimentar antes o “casulo”. Ela precisa se retirar por uns tempos, rever as suas formas, repensar o seu mundo.

Creio que é chegado o momento de a igreja se encasular e “rever os seus conceitos”. É tempo de cada um de nós revisitarmos nossa vida pessoal e comunitária. Buscar a Deus.

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