Divórcio: aos olhos de Deus

Autor: Bráulio
1. No Velho Testamento: A Bíblia apresenta claramente o casamento como uma união permanente e íntima entre marido e esposa (Gen 2:18-25; Mt19:5,6; Mc 10:2-12; 1Cor 7:39). Este é o ideal imutável de Deus. Mas o plano original de Deus para o casamento foi interrompido pela queda do homem. Fruto do pecado, Adão e Eva se cobriram e se esconderam um do outro. (Gênesis 3:7). O pecado de Adão e Eva rompeu sua relação de Aliança com Deus. Eles perderam a natureza de Deus e seus corações ficaram voltados para si mesmos. Hoje os casais continuam a se esconder um do outro e de Deus. Adão e Eva se esconderam de Deus (Gênesis 3:8). Adão e Eva se tornaram confusos quanto quem era o inimigo deles. Adão culpou Eva pelo seu próprio pecado e sua conseqüências , e ela culpou a serpente (Gênesis 3:12).Os casais hoje em dia são também enganados pelo seu verdadeiro inimigo, Satanás, ao pensarem que o problema é o seu cônjuge. Adão e Eva justificaram o pecado deles e perpetuaram o problema (Gênesis 3:12); e os casais hoje em dia estão também falhando em admitir as suas próprias culpas, ao invés de chamá-los de pecado e arrependerem-se. Após a queda, através do Velho Testamento, o casamento se deteriorou do plano original de Deus. À medida que o tempo ia passando, a Bíblia registra a poligamia, múltiplas concubinas, divisão e divórcio: Em Mateus 19:8 Jesus Cristo diz que Moisés “permitiu” o divórcio por causa da dureza dos corações do povo. Isso, portando, quer dizer que Moisés não ordenou o divórcio como mandamento, mas tão somente regulou uma prática já existente; e a forma da lei em Deuteronômio 24:1-4. Moisés não estava aqui professando estabelecer os motivos justos para o divórcio, mas tão somente aceitando o divórcio como a destruição do plano original de Deus para o casamento. As diretrizes contidas nesta lei, que são breves, regulam a prática do divórcio, prática que é tolerada, mas jamais ordenada ou endossada por Deus.

2. No Novo Testamento: Jesus, O Messias, veio! Sua missão consistia em redimir a humanidade de volta ao relacionamento original com Deus que Adão e Eva tinham perdido: (1Cor 5:15). Parte dessa redenção incluía o restabelecimento das normas para o casamento fixadas no Jardim do Éden. Em Mateus 19 e Marcos 10 os fariseus questionaram Jesus com relação ao casamento e divórcio. Jesus não caiu em suas armadilhas. Os fariseus eram um partido político e religioso na época de Cristo, assim como os saduceus, essênios e etc. Os fariseus frisavam o cumprimento individual de todas os aspectos da lei. Eram religiosos ao extremo. Fariseus significa “separados”. Eram na sua maioria a classe média e compunham a mais numerosa das classes religiosas dos judeus. Observavam escrupulosamente, tanto as leis rabínicas quanto as mosaicas. Um fariseu não podia comer na casa de um “pecador” (alguém que não praticasse o farisaísmo). Se um “pecador” fosse em sua casa, ele, o fariseu devia prover-lhe as vestes, para que as roupas do próprio pecador não fossem ritualmente impuras. Com o Sábado não era diferente. Alguns rabinos fariseus proibiam que se cuspisse no chão desnudo, em dia de Sábado, a fim de que a perturbação da poeira não viesse a constituir aragem, e, portanto quebra do Sábado por meio desse trabalho. As mulheres não deveriam olhar para um espelho em dia de sábado, afim de que, se vissem algum cabelo branco, não fossem tentadas a arrancá-lo, cedendo à tentação, e, portanto, trabalhassem em dia de Sábado. Até ovos que fossem postos em algum dia de festividades religiosas, constituía um dilema comê-los ou não. Para os fariseus, a lei mosaica, o “Torah” não era meramente uma lei, porém igualmente uma instrução, ou seja, não consistia meramente em mandamentos fixos, mas se adaptava a condições mutáveis. Essa adaptação ou inferência era a tarefa dos fariseus. Jesus e os fariseus por repetidas vezes entraram em choque ante o artificialismo de tal legalismo. O judeu comum, entretanto, admirava os fariseus, como perfeitos modelos de virtude.
Estes fariseus, em sua maioria nos dias de Cristo, se recusavam a reconhecer quem era Jesus Cristo, e a razão para que Ele veio, trataram de enredá-lo com alguns pontos da lei de Moisés. Em nossos dias, quem são os fariseus? Estão ao nosso redor? Quais os seus argumento para confundir a Igreja? Reconhecem os ensinos de Cristo? Quem é Jesus e porque Ele veio? Jesus não caiu, e nós, o seu povo, não devemos cair em suas armadilhas. Pelo contrário. Ele usou o plano original de Deus como Seu ponto de referência. Jesus declarou que o divórcio era o resultado de um coração endurecido. Ele veio para mudar corações: Ezequiel 11:19,20. Ele relembrou ao povo que o plano original de Deus para o casamento não incluía a separação ou o divórcio, “… não foi assim desde o princípio” (Mateus 19:8). Em Marcos 10:10-12, Jesus, apenas com os discípulos, não dá nenhuma desculpa quanto ao divórcio. Esta afirmação e dada somente para aqueles que o seguiam. Discípulos em grego ou latim significa “pupilo, aprendiz”. A palavra significava em geral aqueles que aceitavam os ensinamentos de outro. Seu uso mais comum era para denotar os seguidores de Jesus, quer no sentido geral: Lucas 6:17; quer referindo-se especialmente aos doze: Mateus 10:1, que tudo abandonaram para seguí-lo. Em Atos, discípulo é utilizado para descrever os crentes, aqueles que confessam a Jesus como o Cristo: Atos 9:36; Atos 6:1; Atos 6:2; Atos 6:12. Discípulo é sinônimo de cristão, nos tempos de Cristo, como também em nossos dias. Para os seus, aqueles que crêem, Jesus deixa muito claro que divórcio não é uma opção para os cristãos. Mesmo em Mateus 19:9 “… não sendo por causa de relações ilícitas …” não é uma desculpa para os cristãos. Refere-se ao período de noivado judaico e era um esclarecimento da lei judaica quanto ao pecado sexual antes do casamento. O apóstolo Paulo ao responder a uma pergunta dos coríntios, repete os ensinamentos de Cristo: 1Coríntios 7:10,11, e depois acrescenta uma possibilidade para o divórcio: o abandono do cristão pelo cônjuge incrédulo: 1Coríntios 7:15. Esta mesma passagem também trata da incompatibilidade religiosa – quando um crente e um incrédulo estão casados. Isto não é causa de divórcio, embora possa criar tensão familiar. Paulo escreve, que o cônjuge crente “santifica” o casamento e pode ser um instrumento para levar o companheiro incrédulo a Cristo: 1Coríntios 7:12-14. Quando uma união está baseada em adultério, o casamento se estabelece sobre um fundamento pecaminoso. Jesus não pode entrar em uma relação pecaminosa. Quantas famílias que conhecemos, mesmo “fiéis” ao Senhor e Igreja não conseguem viver a plenitude de Deus, a “vida em abundância” em seus lares: são cônjuges infiéis. Filhos fora da presença de Deus, pais em constante desacordo, familiares continuamente doentes, que muitas vezes os médicos não encontram solução. Entretanto, o arrependimento dá base para tal pecado ser banido e estabelece os fundamentos para o casamento em Cristo e abre as portas para que Ele seja a parte vital desse casamento, acrescentado a “vida e vida em abundância” para todos. Uma vez que o pecado é confessado e que você recebe o perdão, torna-se necessário ter atitudes de arrependimento, pois “a fé sem obras é morta”. Este estudo não pretende colocar as pessoas debaixo de condenação: Romanos 8:1,2. Quando descobrimos que temos praticado algo contra a vontade de Deus em qualquer área de nossas vidas, o próximo passo é arrepender-se, receber perdão e continuar a caminhada com Deus: 1João 1:9. É melhor reconhecer o pecado e desfazer-se dele do que defender nossas ações e justificar os nossos erros.
Finalmente podemos adicionar dois comentários
Primeiro: a Bíblia nada diz sobre o divórcio de dois incrédulos. O divórcio no meio cristão é claramente indesejável por violar o ideal divino de “uma só carne” e por envolver adultério, cujo comportamento é sempre errado, qualquer que seja a crença da pessoa. Não obstante, não existem diretrizes divinas específicas quando ao divórcio dos não-cristãos. Segundo: devemos enfatizar a importância do perdão. Deus odeia o divórcio: Maláquias 2;14-16. E proíbe o adultério: Êxodo 20:14. Mas esses não são pecados imperdoáveis. Deus perdoa e espera que seus filhos façam o mesmo e passem a viver com pureza.

Fonte: http://www.renascerfloripa.com.br/opi_dois_001.php3

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