Combatendo a violência

Autor: Mário Eugênio Saturno
A violência é um grande problema. Desde que a humanidade existe ela se faz presente. A violência vinha dos predadores, com a evolução, veio do próprio homem. Não importa o quanto se evolua, a violência está presente em nós.
Hoje, ela está tomando um rumo preocupante pois está em todo lugar: televisão, filmes, revistas, gibis, videogames e agora os jogos de realidade virtual que dão aos jogadores uma sensação de estar matando cada vez mais realista.
Antigamente, os gladiadores estavam restritos à arena, poucos dias no mês, porém hoje, estão dentro de casa, o tempo todo. Viramos consumidores sem capacidade de fazer auto-crítica, simplesmente consumimos. Consumimos o que vem. O que nos vendem.
Nossas crianças são bombardeadas o tempo todo com imagens de rapto, tortura, estupro, massacre de crianças. E há quem pense que tudo isso seja “legal”. E não é, em nenhum dos dois sentidos, segundo pensam os pesquisadores do Centro para Estudos de População e Desenvolvimento, dos Estados Unidos da América.
Segundo os pesquisadores, o ser humano sempre foi fascinado pela violência, mas foi nesse século que ela invadiu o interior dos lares atingindo, principalmente, os jovens através da televisão. É uma variedade enorme de programas violentos que mostram às crianças uma vasta diversidade de chutes, socos e golpes. A televisão tornou-se a ama-seca das crianças, é ela quem mantém os país em uma pacífica existência com seus rebentos, pelo menos até que cresçam e mostrem os efeitos nefastos. E como o tempo passa rápido, e rápido demais, convém refletir sobre o assunto e observar os pais que hoje têm problemas com seus filhos.
Segundo os pesquisadores, as diversões violentas podem afetar as pessoas de quatro modos: aumento do medo, insensibilidade à violência, desejo de mais violência ou mesmo maior agressividade no mundo real. De qualquer modo, são quatro motivos para repensar sobre suas diversões e as de seus filhos. Aliás, quais foram os últimos presentes dados aos seus filhos? Brinquedos educativos ou não-violentos, ou armas?
A violência pode ser especialmente danosa às crianças, particularmente as que tem idades entre dois e três anos, quando elas estão desenvolvendo a capacidade de empatia, ou seja, a capacidade de imaginar o que o outro sente.
Os pesquisadores tem observado uma conexão entre o aumento da violência na mídia e o aumento das taxas de abuso infantil, violência doméstica e homicídios e outros crimes violentos cometidos por crianças. De fato, algo perceptível está acontecendo e esses pesquisadores vêm chamar nossa atenção.
Muita gente sabe que a exposição à violência é prejudicial à saúde mental dos adultos (o que dizer das crianças, então), mas mesmo assim, essas pessoas (talvez nós mesmos) continuam lendo jornais e revistas violentas, assistem programas que expõem a miséria humana, etc. É preciso lembrar que dentro de nós existe um lobo adormecido que se provar sangue despertará e desejará cada vez mais sangue. Assim como o vício, a violência vem aos poucos. E gratuita!
Será que não está na hora dos pais oferecerem aos filhos alguns momentos de convivência e leitura. Não está na hora empregar o tempo para contar as fábulas infantis? Por que não falar do Patinho Feio, Os Três Porquinhos, Pedrinho e o Lobo, que além de divertir, formam o caráter das crianças?
E tem mais, Não ensinam as propagandas da televisão a chantagear os pais para comprar isto ou aquilo? E quantos pais não acreditam que dando o que não tiveram na infância estão fazendo algo maravilhoso pelos seus filhos? Na verdade, o que as crianças necessitam do tempo disponível, da atenção e do carinho.
A maioria dos jovens sofre de apatia à família, ao estudo, ao trabalho, à Igreja. E o culpado, sem dúvida alguma, somos nós. Diz-se que as palavras comovem e os exemplos arrastam. As crianças fazem o que os pais fazem e ignoram o que dizem. Portanto, é preciso que os pais dêem exemplos e parem de contar papo. De nada adianta você dizer que é bom, honesto e superou tantas dificuldades, aliás, gabar-se pode ser irritante.
Ao invés de alimentar-se com a violência e com o ódio, é preciso amar, um amor sincero, com teoria e prática! 
 

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