Autor: José Kleber Fernandes Calixto
O nosso Deus é Todo-Poderoso. É Deus onipresente. O tempo para Ele não existe. Ele está em todo tempo e em todo lugar. Ele é o alfa e o ômega; está, portanto, nas duas pontas do tempo, no começo e no fim. Nossa frágil mente não consegue imaginar sua grandeza. Ele também é Deus onisciente. Tem consciência instantânea de milhões de eventos e fenômenos. Somos intelectualmente limitados, construímos um pensamento por vez e nos concentramos num evento por vez. Mas o Deus descrito nas Escrituras é ilimitado. E por último, nosso Deus é onipotente. Ele é auto-existente. Sua natureza é eterna e incriada. Seu poder não tem limites. Faz tudo o que quer segundo o conselho de Sua vontade.
Não obstante a todos essas incomunicáveis qualidades divinas, o nosso Deus, o Todo-Poderoso, ao ver o Seu Filho morrer, experimentou limitações jamais vividas. Ele tinha todo o poder para salvar Seu Filho, mas, por que não o fez? Qualquer pai, com tantas limitações afetivas, daria o mundo para salvar seu filho; mas, por que Deus não o fez?
A razão é porque ambos amaram a humanidade. E assim o Pai se dispôs a abrir mão de seu filho e seu filho se dispôs a morrer pela humanidade. Na Cruz, o Filho satisfaz a justiça do Pai, representando o homem caído, para que este pudesse ter novamente acesso ao Pai.
Mas, por que eles não arquitetaram um plano que exigisse menos sacrifício dEles mesmos? Porque sofreram ao limite do inimaginável. A razão é simples. Não tinham outro caminho.
Há pais que ficam sentados no leito de seu filho por dias e dias quando eles estão internados em um hospital. Não fecham seus olhos quando suas crianças correm risco de vida, mas Deus teve que fechar os seus olhos quando viu o Seu Filho morrendo. Pela primeira vez na história, um Pai viu um filho morrendo e não pôde fazer nada por ele, embora tivesse todas as condições para isso. A única coisa que ele pôde fazer foi chorar.
Deus tem lágrimas? Não sabemos. Mas certamente chorou muito. As seis horas da crucificação foram para o Pai mais longas do que todo tempo decorrido na eternidade passada. Difícil é dizer quem estava sofrendo mais: o filho ou o Pai. Não há pior sofrimento para um Pai do que ver seu Filho morrer, ainda mais de forma agonizante. E não há dor pior do que morrer numa cruz, principalmente mantendo a lucidez e expressando ternura. Ambos estavam se contorcendo de amor e dor.
Nunca a espécie humana foi amada coletivamente de maneira tão intensa. Deveria haver outros caminhos para o Autor da vida e Seu Filho resgatarem a humanidade, podemos pensar. Mas não havia. Essa é a razão lógica e razoável. Essa foi a única forma do Pai e do Filho justificarem e afirmarem o seu incomensurável amor por nós.
Pão Quente
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