Aproximando os povos

Autor: Juarez Marcondes Filho
“Cristo é a nossa paz, o qual de ambos fez um; tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade … Vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto” (Efésios 2.14, 17).
Algumas expressões merecem destaque nesta porção bíblica. A primeira delas é “um corpo”. A Igreja é o corpo de Cristo. Um só corpo. A grande avalanche de denominações que se apresenta no mundo não pode nos levar a pensar que Cristo tem muitos corpos. Cristo tem uma única Igreja. Alguns grupos denominacionais, com o propósito de ver prevalecer a visão de um único corpo de Cristo, atribuem a si mesmos a condição de única igreja do Senhor. Certamente não nos referimos a esta atitude pretensiosa. Graças a Deus que a Igreja de Cristo ultrapassa todas as limitações da precariedade humana.
Em segundo lugar, chamam-nos a atenção as palavras “perto” e “longe”. Está distância tem relação com as promessas divinas. O apóstolo Paulo está se referindo a judeus (perto das promessas) e gentios (longe das promessas). Curioso é que os chamado é feito a ambos. Não imaginemos que quem se encontra perto já tenha tomado posse das promessas. Está perto mas, tanto quanto quem se acha longe, ainda não recebeu a concretização das promessas. O ministério da Igreja é aproximar os de perto e os de longe no corpo de Cristo.
Ainda, mais uma expressão significativa: “evangelizou paz”. A mensagem que aproxima é a mensagem da paz. Esta paz que se concretiza em três dimensões: é paz com Deus, é paz com os homens, é paz consigo mesmo. Mas, aqui, vemos a verdade da paz no âmbito de toda a humanidade: gentios e judeus, gregos e bárbaros, homens e mulheres, pobres e ricos, a todos é proclamada a mensagem que os torna semelhantes, carecidos da mesma bênção. A paz que é o próprio Senhor Jesus.
O ministério evangelizador da Igreja se direciona aos distanciados, aos afastados, aos marginalizados, que são, pela mensagem do Evangelho, aproximados uns dos outros. Ficam juntos e unidos no mesmo corpo, a Igreja de Cristo. Vivem a harmonia do Espírito de Deus, em função da mensagem da paz que lhes foi anunciada.
A Igreja, assim, assume o seu papel de ponte entre os homens. Essencialmente, a ponte é o próprio Senhor Jesus, que o Evangelho proclama. Mas a Igreja, também, é ponte no sentido de ser a proclamadora da graça de Deus que aproxima a todos. A mensagem que ela anuncia une duas margens intransponíveis.

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