Autor: Durvalina Barreto Bezerra
A profecia cumprida e a tarefa inacabada que andava em trevas, viu uma grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz… “Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os lombos e o cetro do seu opressor… Porque um menino nos nasceu, e um filho se nos deu, o governo está sobre os seus ombros; e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o Seu governo e venha paz sem fim… O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto”. (Isaías 9:2 – 7)
Uma das mais admiráveis virtudes de Deus é Sua fidelidade. Mesmo quando o homem é infiel, Ele não desiste de ser fiel e, quando as circunstâncias e situações parecem ofuscar a atuação divina, Sua mão zelosa está em ação. Independente da ação dos homens e, outras vezes, servindo-se delas, usando as portas abertas ou ultrapassando as fechadas, utilizando-se de sistemas favoráveis e não se detendo diante de regimes resistentes. Ele é o Senhor dos Exércitos e Seu zelo fará que Seu plano redentor alcance todos os povos da terra!
Fará que a terra aflita não continue nas trevas. A vinda do Senhor Jesus como luz do mundo é o cumprimento da promessa de Deus aos povos que andavam em trevas e viviam à sombra da morte. O Senhor disse e Seu zelo fez isto. Ele é “o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas”. Lucas (1:78 – 79). A profecia de Isaías, 700 anos a.C., confirmada ao sacerdote Zacarias, na época do nascimento do Salvador, prova a fidelidade de Deus. Por outro lado, evidencia a falha da Igreja do Senhor Jesus, responsável por levar esta luz às nações em trevas. Tanto tempo é passado e, ainda hoje, 12.000 povos continuam na obscuridade, à sombra da morte espiritual. Nós temos a missão de levar-lhes a luz – esta é a tarefa primordial da Igreja.
A Missiologia caracteriza a época em que vivemos como a Terceira Era de Missões, na qual os países terceiro-mundistas estão com a liderança de evangelização mundial. A razão desta tese conclusória são as evidências do mover do Espírito Santo com sinais e prodígios; é o surgimento acelerado das missões emergentes, é a explosão da Igreja que cresce tão rapidamente que não dá para manter a estatística atual, como acontece hoje na Uganda. “A história de missões mudou! Em 1916, a América Latina foi declarada um campo missionário. Em 1987, o Congresso Missionário Ibero-Americano – COMIBAM – demarcou uma mudança nos evangélicos latino-americanos: de um campo missionário para uma “força missionária”. Em 1914, apenas 6% dos cristãos mundiais viviam na África, Ásia e América Latina. Em 1981, o número cresceu para 66%, ficando a minoria na Europa e América do Norte. Este sensível crescimento significa a urgência da hora final e a disposição divina em usar os terceiro-mundistas para cumprir a tarefa de fazer a luz chegar às nações.
Fará quebrar o jugo que pesava sobre eles e a vara que lhes feria os ombros.
O Senhor fez-nos “sacerdócio real” para reinar pela intercessão, quebrando o jugo das nações, anulando a vara do opressor e tornando inoperativo o poder do maligno – “para que aumente Seu governo e venha paz sem fim… O governo está sobre Seus ombros e Seu nome é Príncipe da Paz… O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto!”
Para conquistar os reinos deste mundo para o nosso Senhor, é necessária a ousadia que faz pisar “serpentes e escorpiões”, com autoridade sobre todo o poder do inimigo, conforme Lc 10:17-20. Significa, em primeiro lugar, antes mesmo de falar qualquer coisa, agir com a autoridade da oração no nome do Filho de Deus e decretar prisão para o “valente”. Jesus disse: “como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo?” Mt 12:29. Só com a arma da oração! Outras vezes, com jejum e oração.
Só faremos Missões, quando entendermos que o Reino de Deus é poder – e a fonte do poder espiritual é a oração.
Missões não são aventuras em terras estrangeiras, nem pesquisas sociológicas ou antropológicas em outras culturas, nem tão pouco profissionalismo ou vocação hereditária. Missões é guerra espiritual para destronar o usurpador e fazer o Reino de Deus estabelecer-se na terra. É entronizar o “Cordeiro, que foi morto, e que com Seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação”, conforme a visão de Apocalipse 5. Se estivermos preparados apenas com o conhecimento acadêmico, diplomas de Teologia e Missiologia, e inteirados de todas as implicações do campo, com planejamento bem estruturado, mas não encarnarmos a realidade espiritual, da oposição das trevas à luz, da opressão esmagadora dos demônios através dos tóxicos, da prostituição, da corrupção, das injustiças sociais, do misticismo religioso, do ocultismo, das doenças e toda sorte de males, não estaremos aptos para nossa missão. Precisamos orar! Antes da ordem de ir ou do “ide”, o Senhor nos disse: “rogai”. E nosso dever é rogar por trabalhadores que entendam a missão e se dediquem à intercessão para invadir os reinos do inimigo e impor sobre eles a vitória de nosso Redentor. O apóstolo Paulo entendeu que o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em demonstração de Seu poder, I Co 2:4. Só faremos Missões, quando entendermos que o Reino de Deus é poder – e a fonte do poder espiritual é a oração.
Fará que Seu governo aumente e Seu reino se estabeleça. Missões é o Reino de nosso Cristo estabelecido na terra. Foi isto que Jesus pregou e ensinou em oraçao: “Venha o Teu Reino”.
Ele é o Rei das nações, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Os apóstolos deixaram bem claro que o ministério deles era estabelecer o Reino do Senhor Jesus. Quando as autoridades lhes impuseram a ordem de não mais falar, não mais agir no nome de Jesus, eles disseram que prestavam obediência a um só Rei, cuja autoridade era suprema e importava obedecer-lhe. O choque entre o Cristianismo e o Império Romano deu-se pelo fato do senhorio de Cristo ser ostentado por seus súditos, mesmo em face a toda a perseguição e martírio dos cristãos. Não podemos perder a visão do trono. O Cristo crucificado foi feito Senhor; Ele tem domínio sobre os reinos deste mundo e ante Sua majestade há de se dobrar toda a potestade, principado e poder.
Se reconhecemos que ele tem o domínio, não temeremos portas fechadas, nem a fúria dos que governam, nem as leis políticas ou as proibições dos sistemas humanos. Quando as autoridades da Rússia, China e outros países da “Cortina de Ferro” pensaram que estavam detendo o Evangelho com a proclamação do ateísmo e com as mais atrozes e severas torturas aos cristãos, o Reino de nosso Senhor se firmava nos corações dos homens – estes, morrendo ou superando todo o sofrimento que lhes era infligido, ainda confessavam que o governo está sobre os ombros de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso podemos constatar no crescimento do Evangelho revelado nas estatísticas recentes. A Igreja na Rússia está crescendo mais agora do que em outras épocas; hoje, 23% da população é de cristãos e 4 milhões ouvem regularmente os programas evangélicos pelo rádio. Quando o Exército Vermelho alcançou a China em 1949, ela tinha 1 milhão de cristãos: hoje, há 50 milhões de cristãos chineses. O Senhor reina! “É Ele quem reduz a nada os príncipes, e torna em nulidade os juízos da terra” Is 40:23.
Os países europeus que foram o berço da Reforma Protestante, iniciadores das Missões Modernas, encontram-se secularizados. Atualmente 300 igrejas são fechadas por ano na Inglaterra, a França é considerada um país resistente ao Evangelho; 43 milhões de franceses não têm nenhum vínculo com igrejas cristãs, têm-se apoiado em sua cultura, riquezas e tecnologia. No entanto, são apanhados pela imoralidade desenfreada, pela libertinagem incontrolada, pelo domínio dos tóxicos, que causa desespero e inquietação – “A insatisfação dos jovens e velhos traz à consciência a realidade de que algo está errado e algo novo precisa surgir”.
O Senhor deixa o homem andar na teimosia de seu próprio coração, mas não o perde de vista, até que este reconheça que o Senhor tem domínio sobre os reinos do mundo.
Na América Latina e na África, onde as dificuldades sociais acentuam-se e a pobreza torna-se calamidade, o índice de crescimento evangélico tem sido extraordinário!
Os países mais pobres da África passam por um poderoso avivamento. Há, hoje, 250 milhões de cristãos nesse Continente; é o primeiro a se tornar evangélico em sua maioria. Não estamos justificando a acomodação da Igreja à miséria social dos povos menos privilegiados. Estamos conscientes de que cabe também à Igreja, agente de transformação para o mundo, a responsabilidade de mudar o cenário, porém, queremos enfatizar e deixar bem claro que o governo está sobre os ombros do Todo-poderoso e que Sua mão está agindo até nas ocasiões mais difíceis de identificá-la.
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