Autor: Raimundo Ferreira de Oliveira
A missão da Igreja no mundo seria um mistério, se não soubéssemos que sua principal missão é continuar a obra de redenção do homem caído, vindo a ser para o mundo aquilo que Cristo é para ela mesma. A encarnação do Verbo divino é um mistério, entretanto, a razão porque ele se manifestou em carne não é um mistério. As origens da Igreja podem estar no eterno passado, mas a sua missão está claramente no presente – ser uma bênção para as nações, assim como foi Cristo o seu divino fundador e fundamento.
A singularidade da Igreja de Cristo é marcante quanto à sua missão, que em suma consiste em:
1. Constituir aqui um lugar de habitação de Deus
Efésios 2.20-22: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais edificados para habitação de Deus no Espírito”. 1 Coríntios 3.16: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”
2. Dar testemunho da Verdade
1 Timóteo 3.15: “Para que se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”.
3. Tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus
Efésios 3.10: “Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais”.
4. Dar eterna glória a Deus
Efésios 3.20,21: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que em nós opera, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações para todo o sempre. Amém”.
5. Edificar seus membros
Efésios 4.11-13: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.
6. Disciplinar seus membros
Mateus 18.15-17: “Se teu irmão pecar, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano”.
7. Evangelizar o mundo
Mateus 28.18-20: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.
Conclusão
Desde os mais remotos tempos, a igreja tem oscilado entre brandura e severidade, entre a alternativa agressiva de desmascarar pecadores ou a irresponsabilidade de ignorar seus pecados John McNeil escreve:
“São Gregório, o milagreiro bispo de Cesaréia, em Pontus, cerca de 260 d.C., apontou quatro classes de penitentes, antes de sua plena restauração à comunhão: os ‘pranteadores’, ou ‘lamentadores’, ficam do lado de fora da igreja, suplicando aos fiéis que intercedam por eles; os ‘ouvintes’, são colocados no vestíbulo (uma passagem entre a porta e a nave); os ‘ajoelhados’, que se ajoelham na nave entre a congregação que permanece de pé; os ‘assistentes’, que participam normalmente do culto com os outros, com exceção de não poderem tomar comunhão” – John White e Ken Blue, RESTAURANDO O FERIDO, págs. 16,17).
A idéia da disciplina da igreja em muitas mentes está ligada ao que poderíamos chamar de disciplina catastrófica, uma disciplina que espera algo sair errado, para então começar a consertar. O fracasso da disciplina, como é freqüentemente praticada, pode ser explicado em parte porque estamos ligando o alarme contra incêndio, depois que o fogo começou. Não é que a disciplina extrema não funciona para os pecadores sérios. Apenas funcionaria melhor se fizesse parte de um todo, se fosse um componente do treinamento contínuo – (Item, pág. 14).
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