Um Raio X sobre o evangelismo virtual

Autor: João Cruzué
A Bíblia fala de alguns tipos de natureza humana. Como por exemplo o homem natural e o homem espiritual. Alguns vão além neste entendimento com uma outra classificação: homem natural, cristão carnal e cristão espiritual. Animei-me a analisar um pouco mais um tipo de “cristão” nascido mais recentemente com o advento da Internet – o cristão virtual. Se fosse escrever muito, arranjaria assunto para boi dormir, entretanto, que Deus me ajude a escrever somente o necessário.

No mundo de hoje, a Rede mundial de computadores veio para simplificar trabalho, reduzir custos e encurtar distâncias. Todo tipo de comércio, serviços, a comunicação, a indústria do entretenimento, empresas públicas e privadas se deram muito bem. Temos até bolsa de valores eletrônica. E tudo isto é muito bom.

Cerca de um terço da população mundial tem acesso à Internet. É Orkut prá lá, Twitter prá cá; blogs e sites para todo lado. Quem não possui um computador em casa se vira em “lanhouses” e “cibercafés”. Nunca estivemos nos comunicando tanto. Apenas recordando, lembra dos filmes que mostravam os tempos do “Velho Oeste” onde a mala postal viajava em lombo de cavalo? Hoje os correios eletrônicos de hoje fazem o mesmo serviço em fração de segundo. Foi uma revolução e tanto.

Entretanto, esta revolução nas comunicações pode ter piorado a comunhão entre as pessoas. Isto é facilmente observado. Pessoas que usam de desenvoltura em sites de relacionamento social quando se encontram, geralmente, não conseguem nem trocar duas frases. Soa estranho, mas é verdade. Parece que as muitas horas diante da tela de um monitor desabilita a fala, o desejo de interação real. A sensação que percebo é que Internet de mais produz tipos que evitam o contato real com as pessoas.

Daí, passamos para o terreno religioso. Jesus Cristo é real. Não existe um Jesus virtual. Não existe uma cruz virtual. Não existe uma conversão virtual. Não existe uma salvação virtual e, portanto, uma Igreja virtual não é coisa séria. É uma igreja de brincadeirinha.

O mundo virtual pode ser bem explorado para divulgar uma mensagem. A mensagem da Cruz. A mensagem do Evangelho de Jesus Cristo. Mas,para que isso leve à conversões reais é preciso que cristãos em carne e osso estabeleçam laços reais de amizade, para que haja um discipulado concreto.

Cristo foi apresentado à humanidade como o Filho unigênito de Deus. O filho do Deus Vivo. Para trazer as Boas Novas ele se encarnou. Nasceu de uma mulher. Cresceu e se tornou homem de forma natural. Da forma mais simples possível ele escolheu e chamou 12 homens para estar junto dele. Perto dele. Para ter comunhão real dia após dia. Por que no Plano de Salvação de Deus foi escolhido uma época onde a comunicação acontecia pessoa a pessoa? Não sou teólogo, mas imagino que comunicação é uma coisa, mas comunhão é algo muito mais profundo. Íntimo.

Deus quer intimidade conosco. Comunhão. E também requer que tenhamos comunhão uns com os outros. Troca de recados em Orkut não é comunhão. Recadinhos enviados pelo Twitter não é comunhão. Seguidores de blogs não são grupos celulares. O correio eletrônico não produz comunhão. A comunhão cristã, se dá quando estamos juntos com os mesmos propósito e sentimento. A palavra comunhão aparece 12 vezes na Bíblia. Pelo menos na Bíblia que eu pesquiso. Todas elas Novo Testamento, a partir do Livro de Atos. Vou destacar dois versículos.

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“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão,
e no partir do pão, e nas orações.” Atos 2.42

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”
I João 1.7
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Portanto, pregar a mensagem da salvação pela via virtual sem estar consciente dos cuidados que são necessários para levar uma alma convertida a frequentar uma Igreja real é uma irresponsabilidade. O meio virtual é frio além de ser cheio de armadilhas. O discipulado, a comunhão, o calor humano somente podem ser sentidos e praticados dentro de uma Igreja real, de verdade. Através de pessoas, e não computadores. Parafraseando o Senhor Jesus, “Deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”

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