Autor: Alessandro Henriques
É interessante a atitude de Esdras no capítulo nove do seu livro. Ele, diante da notícia da corrupção do povo de Deus, ficou espantado, escandalizado. Ele não aceitou o pecado do povo como algo bom, permissível, aceitável, só porque muitos assim viviam.
Ao receber a notícia, ele rasga suas vestes e manto, raspa sua cabeça e barba e, logo após, permanece um momento quieto, inconformado com aquela realidade. Ele se perguntava: como, após provarmos as misericórdias de Deus, podemos insistir no pecado? Perguntas como essa nós também temos que fazer: como, nós, que provamos a salvação de Cristo, podemos aceitar o pecado em nossas vidas novamente? Por que vivemos hoje uma fé tão secularizada, corrompida e superficial? Por que o pecado não nos escandaliza mais?
A resposta está no temor a Deus. Quando Esdras se indignou com o pecado e teve aquela atitude, outros, que também temiam a Deus, se associaram a ele. Hoje queremos servir Deus, sem escandalizar o mundo com a nossa santidade. Desta forma, acabamos servindo nós mesmos e escandalizando Deus. Dizemos servir Deus, mas não queremos deixar os padrões do mundo para trás.
Esdras pergunta se, após provarem tamanha misericórdia, mas insistirem no pecado, haveria chances para salvação. Certamente não. Deus é Deus de graça e misericórdia, mas dele não se zomba. Chegará a hora da justiça divina, onde todo joio será separado do trigo. Não podemos receber a graça divina como algo vão.
O sacerdote Esdras orou, confessando os pecados, se humilhando diante de Deus, clamando pelas suas misericórdias e, enquanto fazia isso, muitos se arrependeram e assumiram um compromisso de santidade com Deus. Precisamos de “Esdras” hoje, pessoas que conduzam o povo a um quebrantamento diante de Deus, a uma vida consagrada, sem fingimento. Nosso padrão de vida está na palavra de Deus e não no mundo, na televisão ou qualquer outro lugar. Temamos, portanto, a Deus. Precisamos nos escandalizar com o nosso pecado e escandalizar o mundo com a nossa santidade.
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