Autor: Elvis Kleiber
O início de tudo ninguém sabe ao certo. Pode ter sido no Paraíso, quando Adão respondeu, em tom de ironia, justificando-se por ter comido o fruto que Deus lhe havia proibido: “A mulher que me deste mo deu e eu comi..”.
Ou será que sua origem só se deu bem mais recente e remonta a um período em que o monge chamado Martim Lutero resolveu organizar uma manifestação contra as vendas das indulgências, afirmando que a salvação não era obtida por meio das obras dos homens e passou a liderar a organização dos protestantes?
Não importa como tenha começado, a realidade nos mostra que em todo o mundo os protestos são um mecanismo de mobilização, pressão, reivindicação e lutas por direitos ou pela não-observância deles.
Nos últimos meses, uma onda avassaladora de protestos tomou conta do nosso cenário político e social. Inicialmente eram apenas manifestações contrárias às reformas. Com o passar do tempo, o que vimos foram cenas de vandalismo e a demonstração de que a sociedade dos “com terra” está cada vez mais aderindo aos mecanismos de reivindicação e violência tão criticados no MST.
No Congresso, então, vimos de tudo. Do engajamento de alguns petistas que confundem fidelidade partidária com anarquismo, passando por discursos ameaçadores dos magistrados e parlamentares, que, para assegurarem seus interesses, discursam como se estivessem acima do bem e do mal.
Infelizmente, a inteligência e o pacifismo nem sempre acompanham os idealizadores dessas manifestações. Quem sabe em breve surge um curso para organizadores de protestos? A verdade nos mostrou que, mesmo com todo esse pandemônio, as reformas estão sendo votadas e os protestos não param.
No dia 31 de julho, o Vaticano divulgou um documento contendo a posição da Igreja Romana quanto ao reconhecimento legal das uniões entre homossexuais, como estratégia para conter o avanço da legalização jurídica dos casais do mesmo sexo.
Diante disto, em vários países do mundo, militantes homossexuais protestarem contra esta postura da Igreja Católica. Em Salvador não foi diferente. O Grupo Gay da Bahia (GGB) protestou queimando cópia do documento, dando início a uma campanha que os militantes gays classificam de “cruzada de intolerância homofóbica”. O GGB pretende ainda persuadir outros católicos que não estejam de acordo a também se afastar da Igreja.
O que mais me admira nisto tudo são os discursos inflamados em nome dos direitos humanos, mas que esquecem que tanto a Igreja como outros setores da sociedade possuem o direito de se posicionar contra o assunto. Isto não fere o direito de expressão dos gays ou de quem pensa diferente.
Afinal, quanto à legalização do matrimônio entre homossexuais, aprovaríamos qualquer lei em que seu valor e ideologia estivessem acima do bem-estar coletivo, do poder do Estado e da própria Bíblia? Se não, os simpatizantes desta causa precisam continuar discutindo este assunto com a sociedade e com a Igreja de maneira inteligente, sem a rotulação de que os que pensam
diferente são intolerantes.
Certamente se Jesus fizesse uma outra opção sexual, em vez de protestar “pelos seus direitos” ou defender sua causa, ele diria: “Pai, perdoa-lhes.
Eles não sabem o que fazem”. E em seguida se submeteria à crucificação.
e-mail: elviskleiber@ig.com.br <mailto:elviskleiber@ig.com.br>
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