Autor: Mauricio Antonio
Você tentou e não deu certo, começou e não terminou. Não há nada de errado com você, o problema é que vivemos em um mundo excessivamente tumultuado que nos confunde. A publicidade entra desgovernada em nossa mente abarrotando nossos arquivos. Ela nos incita e nos chama de revolucionários. Sem criatividade e usando cifras monetariamente BEM atualizadas, eles usam a mesma mensagem: “abra seu negócio e ganhe muito dinheiro sem sair de casa” (recebo algumas como esta em minha caixa de correio). Parece fácil apresentar soluções práticas para sair de situações difíceis. Não que eu esteja numa boa, mas sei que tem muita gente em mais apuros do que eu. Acontece que existe um caminho certo a percorrer, um tipo de chave certa que abre a porta que tem a plaqueta inscrita “ENTRE VAI DAR CERTO”.
A chave tem um nome: Planejamento Estratégico (PE).
Sem PE, corremos o risco de descentralizar nossas forças, sem ele vamos dar tiros errados e acabar matando a quem deveríamos salvar (acho que vi algo parecido com isso na mídia por esses dias). Você conhece a Bíblia? Deixe-me impressiona-lo. Ela começou a ser escrita há 3600 anos e, embora antiga, já trazia uma mensagem moderna: ela orientava a planejar.
À medida que Jesus avançava com o plano de implantação de sua “empresa”, ele conheceu seus adversários, os fariseus, gente esquisita que não gostava de novidades. Mas o que é pior, Ele identificou um problema em sua equipe de trabalho e fez a comparação: “os que praticam o mal são mais prudentes do que os que praticam o bem” (paráfrase minha).
Quem não assistiu ao filme “Fé demais cheira mal”, estrelado por Steve Martin? Não quero falar do filme, mas chamo a atenção para o título. A cristandade, acelerada como é, acha que pode fazer tudo “pela fé”, de qualquer jeito e sem planejar. Bem, Jesus sabendo que sua equipe precisava de uma palestra contou-lhes uma parábola em Lucas 14 do 28 ao 30.
Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: “Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!”.(BLH)
Eu consegui extrair pelo menos três coisas importantes da palestra de Jesus.
1º “Se um de vocês quer”.
Não há problema em querer, sonhar ou desejar algo. A Bíblia, ao contrário de muitas afirmações, sorri para quem deseja ou almeja algo. Em Jó 22:28, lemos que “Se projetas alguma coisa, ela te sairá bem, e a luz brilhará em teus caminhos”. (RA). Que fascinante, é como se Deus dissesse: “Hei! Vá em frente, não fique aí só sonhando”. Ele disse algo parecido a Josué: Lembre da minha ordem: “Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo, porque eu, o Eterno, o seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for!”
2º “Primeiro senta e calcula quanto vai custar”
Aqui Jesus esta falando de administração. Uma pergunta: quantos dos meus leitores aí sentadinhos são do tipo que controla e administra suas entradas e saídas? Eu acho certo e bom, para não dizer necessário, ter um espírito empreendedor nesses dias, mas não podemos perder o equilíbrio. O cuidado no planejamento financeiro é necessário e pode evitar verdadeiros desastres.
3º “Ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar”.
Parece que a coisa já está predestinada a “não poder terminar”. Sem observar o segundo ponto, o nosso construtor até consegue lançar alicerces, ou seja, consegue começar. Tem muita coisa que conseguimos fazer. O sistema vigente avaliza nossos sonhos com cartões de créditos e cheques especiais (enquanto temos nome). Geralmente, quando uma pessoa não é responsável suficiente para planejar, jamais irá querer alguém fiscalizando suas idéias, jamais procurará orientação. É o tipo “sou dono do meu nariz”; “posso sozinho”. É apenas isto que o crédito faz, financia o alicerce enquanto o planejamento determina a conclusão da obra.
O que precisamos urgente é de uma luz branca penetrando em nossos quartos escuros cheios de idéias. O escritor Charles Swindoll chama isto de “fiscalização da responsabilidade”. É a coragem de procurar orientação adequada. É a necessidade de planejar.
Que Deus te abençoe e faça resplandecer o seu rosto.
Mauricio Antonio serve como pastor e é editor da Revista Voz no Deserto
Faça um comentário