Levi, outrora confinado à frieza calculista da coletoria de impostos, experimentou um despertar que incendiou sua alma.
O chamado de Jesus não apenas o arrancou de uma existência voltada para o acúmulo, mas o impulsionou a uma jornada de contagiante transformação.
Ele não partiu sozinho; em seu rastro, trouxe consigo uma inesperada caravana de companheiros de ofício e outros à margem, sedentos por vislumbrar a luz que irradiava do Mestre.
O banquete narrado em Marcos 2:15 ecoa a ousadia daquele convite, a quebra de barreiras sociais e religiosas. Uma multidão improvável cercava Jesus, pecadores ávidos por saciar a fome espiritual que a sociedade lhes impusera.
Essa cena nos revela uma verdade poderosa: aqueles que, aos nossos olhos, parecem mais distantes da graça, muitas vezes carregam em si um terreno fértil, pronto para florescer com um entusiasmo genuíno ao sentirem o toque transformador do chamado divino. São eles, os inesperados, que podem nos surpreender com a intensidade de sua entrega e a profundidade de sua gratidão.
Contudo, a chama que outrora ardia com fervor pode, insidiosamente, ser sufocada pelas névoas do tempo. As preocupações que nos assediam, a rotina que nos aprisiona em seus ciclos repetitivos e as inevitáveis dificuldades que a vida nos apresenta podem, sorrateiramente, enfraquecer o ímpeto inicial que nos moveu em direção a Cristo.
O brilho nos olhos pode se ofuscar, o passo antes vibrante pode se tornar hesitante, e a paixão que nos consumia pode se reduzir a uma brasa quase apagada.
Mas a boa notícia ressoa como um chamado à ressurreição interior: Deus nos convida, incessantemente, a reacender essa chama adormecida. Assim como Levi ousou romper com o passado e conduzir outros à presença de Jesus, também nós podemos nos aproximar do Mestre com um coração renovado, despojados da frieza da acomodação e inflamados pelo calor da gratidão.
O contágio da graça não se limita ao primeiro encontro; ele é uma força viva, pulsante, capaz de se propagar através de nós, alcançando aqueles que ainda não experimentaram a alegria transformadora do amor de Cristo.
Que o hoje seja marcado por um despertar, um retorno consciente àquela paixão primordial que nos uniu a Jesus. Que possamos mergulhar na memória da graça que nos alcançou, da misericórdia que nos envolveu e do amor incondicional que nos transformou.
E que, imbuídos dessa lembrança viva, possamos viver com um entusiasmo que transborda, que contagia, que se irradia em cada palavra, em cada gesto, em cada encontro, levando outros a provarem da mesma água viva que saciou a nossa sede e da mesma luz radiante que dissipou as nossas trevas.
Desafio para Hoje
Que a nossa vida seja um testemunho vivo da alegria de seguir a Cristo, um convite constante para que outros também experimentem o amor que transforma e liberta. Amém!
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