O bom pelo melhor?

Autor: Josué Mello Salgado

A cada ano cresce o número de cartas enviadas por crianças, endereçadas ao Papai Noel”! No ano passado foram cerca de 6.000 e para este ano espera-se um número ainda maior. São cartas que são enviadas aos correios com pedidos à “Papai Noel”, com endereços tais como “Pólo Norte”. A demanda é tão grande que foi instituído um programa chamado “Papai Noel nos Correios”, angariando recursos e brinquedos para procurar atender os pedidos das esperançosas crianças, que assim têm, não apenas seus pedidos atendidos, mas, também, sua fantasia alimentada.
A iniciativa tem um viés humanitário que não deve ser desprezado. Com o programa crianças carentes têm, assim como outras socialmente mais privilegiadas, o sonhado presente natalino e podem ver suprida uma necessidade humana às vezes menosprezada para as classes socialmente menos privilegiadas: a necessidade de diversão.
Chama, entretanto, a atenção que o sentido natalino vá pouco a pouco perdendo o significado original. Não que desprezemos ações humanitárias e sociais, mas o sentido do Natal não se resume em atender necessidades de carentes ou mesmo de alegrar uns aos outros com o presente natalino.
O sentido do Natal é mais do que humanitário, lúdico ou material, ele é essencialmente espiritual.
O Natal foi instituído para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, o salvador do mundo. O nascimento de Jesus não é meramente mais uma razão para a celebração, ele é a razão “sine qua non” do Natal.
O sentido cristológico do Natal é tão essencial, que o maior símbolo, não apenas para os cristãos, mas para todos, não é a estrela, a árvore de Natal ou o Papai Noel, mas o presépio. E, entretanto, parece que há um movimento que procura ressaltar outros sentidos, virtuosos com certeza, mas não essenciais à festa maior da cristandade.
É bom que celebremos o Natal com iniciativas humanitárias ou de cordialidade, e de amizade através da troca de presentes. Não devemos e não podemos nos esquecer, entretanto, que o sentido mesmo do Natal é cristológico, e é este que dá sentido ao humanitário e social, e não o contrário.
Fiquemos com o bom, sem entretanto esquecermos o melhor!

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