Liderança: O fator Emanuel

Autor: Marisa Kiihne Alvarenga de Siqueira Lopes

Quando pensamos a respeito de liderança, com freqüência fazemos uma série de associações com conceitos abstratos. Idéias como poder, autoridade e hierarquia são algumas das que mais comumente vêm às nossas mentes. Na verdade, pensamos, falamos e discutimos acerca de liderança apenas no nível do dever-ser, do abstrato, do ideal e, não, no nível do ser, do concreto, do real.
A meu ver, esta é a causa das grandes dificuldades que possuímos em entender, realmente, o que representa ser um líder. Por mais que se estude ou se fale sobre liderança, ser líder não é algo abstrato ou teórico. O líder é forjado pela sua experiência enquanto líder, pelos erros e acertos, por tudo aquilo que ele vive no seu desempenho frente a seus seguidores. Somente desta forma é possível apreender o verdadeiro significado da liderança.
Isto ocorre pelo fato de que a liderança se estabelece através do relacionamento entre o líder e seus seguidores. Não há líder se não houver seguidores, assim como não há dia sem sol, noite sem lua ou amor sem doação. Portanto, se o relacionamento entre o líder e seus seguidores é o único meio através do qual se dá a liderança, a presença do líder é um aspecto fundamental para que este relacionamento se desenvolva.
Esta presença representa o envolvimento do líder com seus seguidores, é fazer parte de suas vidas, entrelaçar seus caminhos de forma que sejam, líder e seguidores, companheiros de uma mesma jornada. Liderar é como ter um filho. Não há como ser pai ou mãe e não se envolver, até as últimas conseqüências, com a vida do filho. Ser líder é ser capaz de dizer, como somente os pais dizem: “Eu estou aqui, com você, para o que der e vier.”
O líder não é aquele que tem todas as respostas, que resolve todos os dilemas, que está acima da nossa condição humana de angústia, dor ou sofrimento. O líder é, antes, aquele que nos livra da triste situação de vivermos nossa humanidade em solidão, de enfrentarmos sozinhos nossos medos, de chorarmos, na escuridão, sem que ninguém nos ouça. È a certeza da sua presença que nos consola, conforta, inspira e motiva: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20, parte final).

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