Autor: Josias Novais
O texto que lemos nos convida a uma séria reflexão, que nos remete a algumas perguntas: porque eu sigo a Jesus? O que é que me impulsiona a servi-lo? O que me atrai nele?
Após o milagre da multiplicação, grande multidão vai à procura de Jesus, a fim de eliminar as suas dúvidas e encontrar respostas para as suas mais intrigantes perguntas. Eles perguntam: que sinais miraculosos tu operas para que creiamos em ti? A multidão não entendia qual o real significado do discipulado cristão. O interesse da multidão estava intimamente atrelado a conveniências pessoais. As pessoas buscam a Deus não por aquilo que Ele é, mas de uma forma utilitarista e barganhadoura, sem nenhum compromisso efetivo com o Senhor e seu reino. (Sl. 23 A benção de Deus acompanha o crente. Não precisamos correr atrás dela).
Jesus era o milagre de Deus personificado, encarnado, mas a multidão estava com os olhos tapados pela ignorância do interesse. Consciente da sua missão e tendo conhecimento pleno do real interesse da multidão, Jesus começa a explanar os fundamentos do discipulado, os desafios e as implicações que teriam sobre os seus seguidores. Era preciso crer que Ele era o pão que desceu do céu. Não era o maná de Moises, mas o pão que dá vida ao mundo!
Conforme Jesus, para ter vida era necessário comer da sua carne e beber do seu sangue. A multidão não entende a mensagem do messias e pensam até que Ele estava propondo uma espécie de prática antropofágica. Contudo, a proposta do Cristo não consistia num ato canibalistico, mas numa total imersão n’Ele. Ou seja, para ser discípulo era necessário internalizar misticamente a presença do Cristo.
Essa mensagem se faz urgente em nossos dias onde experimentamos uma busca crescente por Jesus, não pelos riscos da missão, mas de uma forma utilitarista, barganhadoura, cômoda e imparcial com a realidade circulante. Seguir a Jesus é caminhar na contramão do modo-vivendus do sistema. É Assumir um compromisso com o evangelho da cruz, do batismo da angustia, da dor, da perseguição e, nunca da transitoriedade de uma experiência mística que não está comprometida com uma mudança de vida genuína.
Após a apresentação da mensagem desafiadora feita por Jesus, a multidão começa a ir embora, pois diziam que o discurso do mestre era DURO DEMAIS. Os discípulos não vão embora, mas murmuram, interrogam-se e Jesus lhes interpela: e Vocês não vão embora? Esta pergunta tem uma conotação existencial muito profunda, pois remete imediatamente os discípulos a uma postura transparente e decisiva frente a opção que eles estavam fazendo. Chegou a hora da verdade! Seguir ou abandonar?
É a resposta de Pedro que vai preencher as lacunas da indecisão e da ignorância. Hoje as pessoas seguem a Jesus, mas não sabem quem ele é. E quando se deparam com os desafios da caminhada rejeitam-no de imediato, alegando que a proposta de vida de Jesus não se coaduna as suas expectativas e interesses. Quem é Jesus?
1) Jesus é o objeto intransferível da nossa fé
Pedro não fala para onde. A questão não é tanto para onde vamos, mas com quem vamos. Quem tem Jesus não precisa de bússola, posto que já está no caminho da vida. Quem vai com Jesus, não tem duvidas do itinerário. Jesus não indica estradas ou atalhos, Ele é o caminho perfeito de Deus.
Pedro estava afirmando que sem Jesus a caminhada não teria sentido. Sem Jesus, eles estariam perdidos, desamparados. Fora de Jesus não existia esperança. A pergunta de Pedro (Para quem iremos?) é uma confissão, uma declaração de dependência.
Sem Jesus a nova Jerusalém com todo o seu resplendor não teria beleza alguma. Sem Jesus, a vida não teria graça. Sem Jesus, Deus não teria cara, não teria humanidade. Sem Jesus, não teria salvação, não teria amor de Deus revelado em forma de sacrifício e doação. Sem Jesus, não teria justificação, nossa condenação estaria declarada. Sem Jesus não existiria a igreja. Sem Jesus, não teríamos o Espírito Santo. Sem Jesus, seriamos escravos do pecado. Sem Jesus, a morte triunfaria. Sem Jesus, não haveria esperança da ressurreição. Sem Jesus, não haveria novos céus e nova terra. Sem Jesus, não seriamos novas criaturas. Sem Jesus, não seriamos filhos amados de Deus.
Vamos declarar nesta manhã que não temos pra quem ir senão para o Senhor! O salmista olhava para os montes e perguntava: de onde virá o meu socorro (?). Tem momentos que olhamos para todos os lados, não vislumbramos possibilidades de mudança com relação aos cenários caóticos de nossa existência. Entretanto, o nosso socorro vem de quem criou os céus e a terra.
EM MARCOS CAPÍTULO 7:24-30 temos a narrativa do encontro de Jesus com a mulher siro-fenícia. Na verdade, foi aquela mulher que encontrou o messias. No v.24 o texto nos informa que Jesus não queria ser encontrado por ninguém. Mas aquela mãe desesperada o encontrou. A fé o levou até o Cristo de Deus. Ao encontrá-lo ela foi tratada severamente. Para Jesus, a sua missão estava voltada exclusivamente para os judeus-filhos (perspectiva do evangelho de Mateus). Ela era uma estrangeira-pagã. Contudo, a declaração de fé daquela mãe, sensibilizou o messias. Ela queria apenas uma migalha do seu pão, de sua vida. Ela não tinha outra fonte para alimentar a sua esperança. Ela não tinha para quem ir. Ele a acolheu, curando a sua filha. Quando não soubermos para onde ir nem o que fazer, vamos pra Jesus!!!
2) Só Jesus tem as palavras quem preenchem o vazio existencial do ser humano dando real sentido a vida
Para a multidão o discurso de Jesus era duro demais. As palavras de Jesus serão sempre duras para quem não quer doar a sua vida motivado pelo amor. As palavras de Jesus sempre serão desagradáveis para quem opta pelo orgulho, pelo egoísmo, pela pretensão de ser a partir de si mesmo.
Todavia, para os discípulos as suas palavras eram de vida eterna. As palavras de Jesus não são uma mera mensagem oral, não é um conjunto de doutrinas teológicas. Suas palavras estão ligadas a sua pessoa. A palavra de Jesus e a pessoa dele são realidades inseparáveis. Suas palavras não podem ser divorciadas da sua vida.
EM MATEUS 8:5-13, TEMOS A NARRATIVA DO CENTURIÃO que impl
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