Do lado de dentro

Autor: Íris L. Stovall

Eram 12h55min e a lanchonete dos funcionários fechava às 13h! Como eu não tinha trazido meu lanche, corri na direção da entrada da lanchonete. Ai, não! A porta já havia sido baixada a um terço da altura. Preciso de um lanche, pensei, e rapidamente me abaixei para passar pela porta. Outro funcionário, que estava atrás de mim, também se abaixou para entrar.

– Ufa! Consegui! – disse ele. Depois, rindo, acrescentou: – Fico feliz porque não era o portão do Céu que estávamos tentando cruzar no último segundo!

– Você tem toda a razão – concordei sinceramente.

Enquanto escolhia meu alimento, observei que a porta agora estava baixada até a metade. Pelo menos mais sete funcionários ainda dispararam lanchonete adentro e tiveram de abaixar-se ainda mais do que eu.

Com freqüência tenho pensado em quantos de nós conseguiram entrar lá naquele dia, e em como quase tivemos um jejum não planejado. Teria sido porque fomos muito preguiçosos para preparar nosso lanche em casa, não estávamos com muita fome, perdemos a hora envolvidos no trabalho ou porque nos consideramos muito ocupados para preocupar-nos com comida? Acho que na verdade não importa – estávamos lá dentro (por uma questão de segundos) somente pela graça que nos foi estendida pela gerência da lanchonete.

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