Autor: Daniel Costa
Lucas 10:38-42
Há um personagem bíblico que sempre me intrigou muito por sua enorme capacidade de realização, de fazer as coisas acontecerem, ao mesmo tempo, que demonstra um profundo sentimento de insatisfação com as coisas, de não realização na vida. Trata-se de Marta, organizada, eficaz, disposta, amarga, irrequieta. Faz muitas coisas, mas não consegue fazer nada daquilo que a faça se sentir plena. Por isso Jesus lhe diz: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa”.(Lc 10:41-42). Você já se perguntou por que tantas pessoas vivem com uma profunda sensação de que por mais que tenham se esforçado, corrido atrás o tempo inteiro, trabalhado duro não conseguem fazer aquilo que lhes preencha a vida? Foram ativas, mas não fizeram o que lhes permitisse se sentirem realizadas; fizeram muito, mas não o grande sonho da vida. Deixa eu lhes narrar um antigo conto do oriente:
Um certo mestre colocou, em cima da mesa, um vaso de vidro. Em seguida, retirou de um saco dezenas de pedras do tamanho de uma laranja, e começou a enfiá-las, uma a uma, dentro do jarro. Quando o jarro já estava com pedras até borda, perguntou aos seus alunos:
– Está cheio?
Todos disseram que sim. O mestre, porém, retirou de outro saco um cascalho, e sacudindo as pedras grandes dentro do jarro, conseguiu colocar bastante cascalho ali dentro.
– Está cheio? – perguntou de novo.
Os alunos disseram que, desta vez, estava cheio. Foi quando o mestre abriu um terceiro saco, cheio de areia fina, e começou a derramá-lo no vaso. A areia foi preenchendo o espaço vazio entre as pedras e o cascalho, até que chegou ao topo.
– Muito bem – disse o mestre – agora o jarro está cheio. Qual o ensinamento que eu quis demonstrar?
– Que, não importa o quanto você esteja ocupado, sempre há espaço para fazer alguma coisa a mais – disse um dos alunos.
– Nada disso. Na verdade, esta pequena demonstração nos faz ver o seguinte: se não colocarmos as pedras grandes antes, não poderemos colocá-las depois.
Precisamos fazer as perguntas que na sua ocupação talvez Marta nunca tenha se feito: Quais são as pedras grandes da vida? Quais são as coisas verdadeiramente importantes na nossa vida? Quais os grandes projetos que adiamos, as grandes aventuras que não vivemos, o grande amor pelo qual não lutamos? Perguntem quais são ás pedras grandes, sólidas, que mantém acesa á chama da vida, a satisfação de viver, a presença de Deus, e coloquem rápido no vaso de suas decisões ou em pouco tempo já não encontrarão lugar para elas. Há muita gente com o jarro cheio, mas de cascalho e areia fina. De afazeres, de ativismo e ações vazias. Não souberam colocar as pedras grandes primeiro, as sólidas que são capazes de estruturar a vida, de a tornarem plena, de dar satisfação. Mas, sabe, em Deus sempre é possível esvaziar o jarro, começar tudo de novo – Nascer de novo! Afinal, somos como vazo nas mãos do grande oleiro da vida. “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro? Diz o Senhor” (Jeremias 18:6). Mas nesse caminho que Deus nos oferece de reconstrução da vida, não se esqueçam que as pedras grandes precisam ser colocadas primeiro nas escolhas e decisões das nossas vidas ou elas não poderão ser colocadas depois.
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