Aquela cruz era minha

Autor: Evandro Tavares




A páscoa acabou…
E os meios de comunicação em massa capricharam mais uma vez em reduzir a ação redentora de Cristo na cruz a um simples ovo de chocolate número 28. Aliás, eles são especialistas nesse tipo de coisa.
E a nós? Resta-nos algo além de contabilizar os quilinhos a mais e uma consciência pesada por sair da dieta?
A festa acabou…
No mundo inteiro as igrejas cristãs, nessa época, lembram o sacrifício vivido por Jesus, desde a sua agonia no Getsêmani, passando pela “condenação do justo por um julgamento injusto”, indo até o cúmulo da renúncia, da dor, do sofrimento, do amor…!
A cantata acabou…
Fica a impressão de que nós, os crentes, ainda não conseguimos alcançar a verdadeira dimensão do que Cristo precisou passar na cruz para cumprir o que alguns chamam de “um capricho de Deus”. Parece que se aquele momento não tivesse existido na história da humanidade, não faria a menor diferença, tal  o descaso com que temos tratado nossas vidas cristãs. Dar testemunho ou não da verdade absoluta já virou uma questão de mera opção nesse mundo pluralista. Já não conseguimos mais chorar pelo que aconteceu na cruz.
A ceia acabou…
Não percebemos que o Pai poderia ter atendido ao clamor do Filho, quando este pediu-lhe que “passasse Dele aquele cálice…”! Mas Deus resistiu. Insistiu em entregar o seu Bem mais precioso à morte por uma razão simples, expressa em Tiago1:17b – “…em quem não há mudança nem sombra de variação”.
Nessa Páscoa, entre uma cantata e outra, ao meditar um pouco mais profundamente em tudo o que aconteceu naqueles dias, eu me deparei com uma verdade cortante: aquela cruz era minha…!
Minha porque quem pecou fui eu e não Ele! Minha porque quem negou a existência do único Ser capaz de dar sentido à vida fui eu e não Ele.
E mesmo assim Ele não desceu da cruz.
Talvez Ele tenha, de propósito, eliminado do seu cardápio a opção de desistir de mim, só porque me amou muito!
Nessa Páscoa, num dado momento, eu me peguei chorando. Talvez pelo cenário do Gólgota, pintado por um artista durante o culto! Ou pelas músicas lindas e afinadas que eu ouvi naquela noite.
Não…! Nada disso! Eu chorei porque senti um pouquinho do peso da cruz nas minhas costas. Tentei me enxergar em Filipenses 2:7-8 e vi o quanto eu sou indigno até de sentir o que Ele sentiu!
Cabe a nós dar sentido ao que Cristo fez.
Cabe a nós a responsabilidade de convencer Deus de que Ele não “matou” Seu filho em vão. Só não vale achar que será preciso esperar chegar a próxima Páscoa para agir. Se demorarmos muito, talvez ouçamos do Senhor:
O tempo acabou.

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