Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes
Em João 13:34-35, Jesus ensina-nos uma lição preciosa. Ele fala sobre o amor em três aspectos fundamentais.
Primeiro, Jesus proclama um novo mandamento. O Velho Testamento já havia estabelecido níveis deste amor. O primeiro nível é o da retaliação. Olho por olho e dente por dente. É a posição do revide, da retaliação, do troco, da vingança. É amar o amigo e odiar o inimigo. O segundo nível é amar o próximo como a si mesmo. Isso implica duas coisas. Primeiro, se não amamos a nós mesmos não podemos nos relacionar bem com os outros. Se não amamos o projeto não amaremos o projetista. Se não gostamos da criatura vamos rejeitar o Criador. Também, quando deixamos de amar a nós, teremos dificuldade de amar de forma madura o nosso próximo, porque o amor-próprio é base e referencial desse amor. Não devemos colocar-nos em primeiro lugar e o outro em segundo, mas no mesmo nível. Mas agora, Jesus vai a um terceiro nível, amar como Ele nos amou. Quais são as características desse amor? Primeiro esse amor é um amor perseverante. Segundo é um amor que serve com humildade. Terceiro, é um amor que busca a santificação da pessoa amada. É um amor que visa a felicidade da pessoa amada. Finalmente é um amor sacrificial. Tudo isso é visto no capítulo 13 de João. Jesus amou-nos mais do que a Si mesmo. Ele não poupou a Sua própria vida. Ele se deu por nós, por amor. Por isso, é um novo mandamento.
Segundo, Jesus passa a falar sobre um novo modelo. “Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei.” Foi um amor voluntário. Foi um amor sem reservas. Foi um amor serviçal. Foi um amor regado de compaixão. Foi um amor não apenas de palavras ou intenções, mas um amor prático e efetivo. Devemos amar não apenas de palavras. Devemos amar ardentemente. Devemos amar com obras – dando pão, roupas, abrigando, visitando, cuidando. Devemos investir no outro, sem esperar recompensa. Devemos amar aqueles que não podem nos recompensar. Devemos dar com alegria. Devemos dar-nos a nós mesmos antes de darmos alguma coisa que temos. Devemos ajudar, socorrer, animar, acolher, abençoar. Esse amor não discute quem é o maior ou o mais importante. Jesus corrige a intenção de ser visto, de ser reconhecido, de ser promovido. Jesus mostra que o verdadeiro amor se despoja, se entrega, para servir até aqueles que nos aborrecem. Devemos aprender a amar como Jesus amou. O amor é o maior dos mandamentos. O amor é o dom superior. O amor é a maior das virtudes. O amor é prova insofismável da maturidade cristã.
Terceiro, Jesus passa a falar sobre um novo resultado. “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” O amor é a apologética final. Nosso discipulado é autenticado não apenas pela defesa da fé, mas pelo amor. O mundo vai conhecer-nos não apenas pela nossa ortodoxia, mas pelo nosso amor. Não pela nossa liturgia, mas pelo nosso amor. Não pelos nossos dons espirituais, mas pelo nosso amor. O amor é um argumento invencível. O amor silencia a voz dos críticos, destrói os argumentos dos céticos. O amor produz respeito, atrai a simpatia das pessoas e prepara o terreno para que as pessoas conheçam o Evangelho de Cristo. Se quisermos alcançar o mundo para Cristo; se quisermos ver nossa Igreja crescendo, precisamos amar uns aos outros, assim como Cristo nos amou. Esse é o nosso desafio. Essa é a nossa missão. Essa é a apologética final.
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