Adoração, a intimidade de uma relação

Autor: Ingrid Emerick

João 4.1 a 30 e 39 a 42
Creio que todos que me conhecem e sabem que faço parte do ministério de louvor da nossa amada Igreja. O louvor não é apenas um ministério, mais uma parte integrante da minha vida e da minha história e por esse motivo me senti encorajada para compartilhar desse tema acima com os irmãos.
Ao observarmos uma das facetas da nossa espiritualidade chamada adoração, vemos que hoje essa está com grande prestígio em nosso meio, principalmente quando olhamos para a área do louvor, área a qual a adoração tem uma integral ligação, mas que não expõe o seu verdadeiro e concreto sentido.
Contudo, esse texto o qual citei e que recomendo a todos lerem, nos mostra Jesus ensinando através da vida de uma mulher samaritana que a adoração é a celebração da intimidade de uma relação.
Assim gostaria de destacar 3 pontos fundamentais para o nosso entendimento.
1) A adoração não é regional e nem se restringe a um local ou a um momento exclusivo, mas ela acontece no encontro, na relação e na vida… (v.20 e 21)
“E era-lhe necessário, atravessar a província de Samaria… nem neste monte, nem em Jerusalém… os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade.”
A mulher samaritana indaga a Jesus sobre onde seria o local exato para se adorar, e mais, com quem estaria esse mesmo lugar, com os Judeus que afirmam ser em Jerusalém ou com os samaritanos que afirmam que era em Gêresin?
Jesus, então, responde a essa mulher de uma forma que nos revela e nos desmistifica que a adoração não está presa a um lugar, e que nem faz parte apenas de um momento de louvor, mas que a mesma se dá na vida, na caminhada com um Deus que sai do caminho habitual dos homens e entra na sua história, no caminho da sua vida e nesse percurso ele me mostra quem sou, minhas realidades, às áreas as quais ele precisa tratar e mais, um Deus que nessa caminhada também vai se revelando a mim.
Por isso, adoramos a Deus não pelos seus aspectos naturais, ou seja, onipresença, onisciência, onipotência, mas pelos seus atributos morais e relacionais, bondade, misericórdia, amabilidade.
2) A adoração não é parcial, e nem se limita a apenas uma área de nossa vida, mas ela é integral. (v. 23-24)
“ … e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
Quando Jesus lhe responde com essa resposta, a pergunta feita pela mulher samaritana, ele está nos mostrando que a nossa adoração ela deve perpassar todas as áreas da nossa vida, ou melhor,  nós devemos então, adorar a Deus assim como ele nos ensinou a amá-lo. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento;” Lc.10.27
3) A adoração gera transformações que beneficiam toda a humanidade (v.39-42)
“ Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher…”
É impossível alguém que tenha um relacionamento com Jesus continue tendo as mesmas atitudes de alguém que não o conheça. Em 2 Coríntios 3.18, Paulo nos afirma que a medida que contemplamos a Cristo, somos transformados de glória em glória na imagem de Jesus. E o Pr. Daniel Costa tem uma frase a qual eu desejo fazer um paralelo com a idéia de Paulo, ele diz: “Quanto mais imito a Cristo, mas humano fico”.
A adoração tem a capacidade de beneficiar meus relacionamentos, minha vida e as coisas que me cercam, porque à medida que eu me encontro com Jesus, que o conheço mais, vou retornando a minha verdadeira identidade, a verdadeira humanidade, de um homem que foi feito à imagem e semelhança do seu Criador. E a esse processo de transformação denominamos de santificação, que não é nos tornamos pequenos deuses, mas sim nos tornamos como Cristo- homem foi, ou seja, alguém que tem em si, o fruto do Espírito: amor, paciência, domínio próprio, mansidão, benignidade… (Gl.5.22 e23)
Essa transformação ficou nítida na vida dessa mulher samaritana, a tal ponto que seu encontro com Cristo não apenas beneficiou a ela, mas beneficiou também a todos que a cercavam, tamanho foi o testemunho de vida dela.
Que nós possamos desfrutar de intimidade relacional com Cristo, como essa mulher a ponto de aprendermos que a nossa adoração não está presa a músicas e a igrejas, mas está em nossa vida e na nossa caminhada com Cristo, fazendo com que assim todos aqueles nos cercam sejam beneficiados com o relacionamento que tenho com Ele.

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