A respeito da depressão

Buscar a glória de Deus é o fim principal do homem

Depressão e euforia são dois estados. E, em si, eles não são nada.

A euforia é associada ao bem, porque é gostoso estar eufórico. E a depressão é associada ao mal, porque é ruim se sentir deprimido.

Você pode tomar uma droga de euforia e ir para o culto, e se sentir ótima. A pergunta é: você está bem?

Você pode estar deprimida e ir a um culto, e se sentir péssima. A pergunta, no entanto, é a mesma: você está bem?

Sim, porque ambas as sensações não significam nada em-si, mas apenas servem como indicadoras de uma possível outra coisa, e que tanto pode ser de natureza orgânica quanto apenas psicológica.

Isto porque pode-se estar eufórico, e muito mal, pois a euforia pode estar maquiando a necessidade de ajuda.. E pode-se estar deprimido, e muito bem…e a caminho de ficar melhor.

Então você pergunta: o que estar bem?

Ora, estar bem é estar lúcido. A consciência é o que determina meu real estado mental. Estar bem é buscar cura e melhora para a vida.

A questão é que os cristãos não crêem que podem ser de Deus e ser também humanos. A impressão que se tem é que a vida com Deus é apenas Impressão.

Ora, se assim fosse, assim se diria: O justo viverá pela sua Impressão de Deus!

De fato, certas depressões são sinais de saúde psicológica, e certas euforias são sinais de doença psicológica—ou orgânica, ou ambas as coisas. Ou seja: no fundo não há parâmetro maior que o “sentido de propriedade”.

Sim, porque à cada situação da vida deve corresponder algo que lhe seja próprio como resposta humana.

É próprio estar deprimido dependendo das circunstâncias ou das perdas e traumas implicados!

No caso das pessoas terem deficiência química, elas precisam ser medicadas. No caso de ser uma questão de natureza psicológica–traumas, perdas, etc…–elas igualmente precisam ser tratadas.

Já no que diz respeito a depressões fruto de coisas espirituais, na maior parte das vezes, é o tratamento que faz mal, visto que no meio cristão para cada 10 casos de “possessão maligna”, apenas um deles o é.

Ora, nesse caso, tratar uma pessoa como demônio gera a pior depressão na alma, e faz ainda pior, visto que gera uma associação no deprimido com a imagem de um mal horrível, que é a imagem do diabo. Assim instala-se um psiquismo demoníaco no indivíduo, não um demônio. E lhe digo: é mais fácil livras as pessoas de demônios do que de psiquismos demoníacos.

O que eu vejo é o seguinte:

1. Há casos que começam como depressão psicológica e terminam como casos de depressão por ausência química. Ou seja: o psicológico alterou o físico. Acontece toda hora, especialmente na depressão que fica crônica.

2. Há casos de depressão causada por deficiências químicas, e que não sendo tratadas, acabam por se instalar como mal psicológico, visto que o estado físico de depressão, mais cedo ou mais tarde, acabará por se tornar psicológico em seu crescimento.

3. Há casos de depressão normal, mas que no meio cristão são agravadas pelo medo de que seja algo espiritual. Ora, nesses casos, quando o demônio é visto como podendo ser a doença, o individuo tende a ficar dependente de um exorcista ou culto, e jamais haverá cura para ele, até que ele decida, pela fé, assumir que é apenas mais um outro ser humano carregando dores.

A pior coisa na depressão é a associação dela com o diabo, posto que, em tais casos, a pessoa fica sem saber por onde tratar. E como na maioria das vezes nada há de espiritual como fonte do problema, a pessoa apenas contrai uma outra doença, e que se instala nela como fobia e como “psiquismo demoníaco”, e que nada mais é que a construção de uma arquitetura psicológica que seja compatível com o “diagnóstico” feito: “o diabo possuiu você!”

Quando demônios estão presentes em depressões eles não precisam ser tratados. Aliás, a maior parte das sessões de exorcismo são tentativas de se tratar o demônio. Ora, o demônio não precisa ser tratado, e nem mesmo mencionado. Nesse caso, vejo a pessoa se libertar pelo poder da Palavra da Graça, e só depois de livre é que começo a ajudá-la a discernir o que houve. Mas isto só bem depois da pessoa estar estável.

Ainda mais…

1. Sim, é possível ser de Deus e experimentar depressão. Elias, Jeremias, e os profetas que nos contem… Também basta ler os salmos e verificar como muitos deles são devoções na depressão. E Jesus não escondeu sua humanidade quando declarou que estava “triste até a morte”.

2. As pessoa sentem-se ainda pior num ambiente no qual se diga que gente de Deus não se deprime, pois, se crerem nisso, uma vez deprimidas, excluem-se de qualquer benefício, visto que sua depressão é interpretada como pecado, falta de fé, ou opressão espiritual. Nada pode fazer mais mal.

Um grande e carinhoso abraço!

Nele, que conhece nossas depressões, e que nos visita nelas,

Caio Fábio

Fonte: http://www.caiofabio.net/

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