A crise da família

Autor: Eli Fernandes de Oliveira




Fala-se muito, hoje em dia, sobre a crise da família.
Sociólogos, psicólogos, religiosos e outros, afirmam que o lar fracassou em seus objetivos, os pais falharam em seu desempenho. Além do insucesso das instituições governamentais em seus programas sociais diversos e da igreja cristã, nesta área.

Afirma-se que a industrialização afastou da sociedade moderna o conceito de família, não só extensa (parentes em geral), pelas exigências da mobilidade geográfica, como também a nuclear (pais e filhos), pela expressão que novos padrões exercem. Não são mais as estruturas familiares que modelam a sociedade, mas o inverso tem acontecido. Surgiu o feminismo, reivindicando a reavaliação dos conceitos “arcaicos” da vida conjugal.

A família deteriorou-se e os problemas emocionais agravaram-se. O homem de hoje casa-se aceitando uma alta probabilidade de que seu matrimônio fracasse. A porcentagem de divórcios cresceu assustadoramente, alcançando seu mais alto nível na história. O resultado da instabilidade da família está no número cada vez maior de filhos vivendo com um só dos genitores, e na troca freqüente de parceiros, na busca de novas modalidades de estilo de vida, que não exijam “papel passado”.

Jacques Grand´Maison escreve em “A Família Moderna, Lugar de Resistência ou Agente de Mudança?”. “Os laços conjugais e familiares perderam sua força pelo atestado dos divórcios e da ruptura das gerações. Os velhos são colocados em asilos, os adolescentes agrupados fora da família, a relação conjugal tornou-se incerta após a revolução feminina, o trabalho da mulher fora do lar pôs os filhos nas creches ou com babás, transtornando profundamente tudo. As trepidâncias modernas quebraram as âncoras familiares de estabilização”.

Podemos tomar medidas que salvem o casamento e contrabalancem o impacto das pressões sócio-psicológicas, econômico – políticas, que desagregam a família? Cremos absolutamente que sim. Conquanto futurólogos apontem para a probabilidade da desagregação familiar, nenhum, que saibamos, prediz o desaparecimento puro e simples da família como tal.

Através dos tempos, a família tem se defrontado com mudanças, mas não desapareceu. É na família que se realiza o crescimento integral do ser humano. Isto implica na satisfação das necessidades básicas: afetiva, sexual, intelectual, material, espiritual e relacional. Podemos ver família assim, cumprindo suas funções básicas: reprodutiva, de nutrição, educacional e social. Para a preservação da família, é necessário o resgate de sua fundamentação religiosa. Na concepção cristã, baseada na Bíblia, a família foi constituída por Deus e ela deve tê-lo como fator principal.

Assim, ficam compreendidos os fundamentos cristãos da família: unidade, indissolubilidade e hierarquia nas relações de nupcialidade, paternidade, filiação e irmandade, conforme expõe Jorge Atiencia em “Uma Teologia para o Matrimônio e Família”.

No seio de uma família genuinamente cristã, as pessoas encontram-se e vivem, no nível mais profundo, as relações significativas, porque cada um de seus componentes teve um encontro com Deus e achou ânimo para promover, não somente o crescimento integral uns dos outros, mas a própria perpetualidade da família, instituição divina.


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