Abraços apertados, corações vazios

Autor: Jonathan Menezes

O vazio de intencionalidade na ação, aliada à ausência de iniciativa, é uma das grandes deficiências que vejo na igreja, e tem se tornado um motivo plausível à mecanização de nossas atitudes e comportamento. Que quero eu dizer com isso? Que só fazemos algo, tomamos esta ou aquela atitude, assumimos uma ou outra responsabilidade porque recebemos uma “voz de comando”?
Sim, ou, para não ser tão radical, quase sempre. E isto acontece na mesma medida em que constantemente somos instruídos acerca do amor a Deus e ao próximo, a sermos servos compassivos assim como foi o nosso Senhor, a não vir à igreja apenas para “esquentar banco”, a não vivenciar uma fé impessoal (se é que isso é possível), mas comunitária e, conseqüentemente, missionária. Então, que acontece conosco? Ocorre que temos nos tornado pessoas cada vez mais individualistas, e indivíduos cada vez menos pessoais.
Assim, salvo engano, todo treinamento (ensino) se torna vão – no sentido de gerar em nós uma pré-disposição na ação – e toda iniciativa “robotizada”. De sorte que, para que amemos, abracemos ou ajudemos alguém, torna-se necessária uma “voz” de comando que diga: “ame fulano”, “abrace seu irmão”, “ajude beltrano”, e assim por diante. E a operosidade de nossa fé, onde fica? Até quando ficaremos neste estado “robótico”, obedecendo a tudo menos a voz de nosso Senhor, que mantém ordenanças tais como: “sede meus imitadores”; “vão e façam o mesmo”; “sede santos, como Eu Sou Santo”?
Toda “intenção” que não parte de um coração sincero, de uma mente pura e de uma vontade abnegada, não passa de impulso vazio. Destarte, ficam as palavras do Apóstolo Paulo: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. (Cl. 3:17).

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