Autor: Valdir Xavier de França
Muito tem se falado a respeito das novas fronteiras que a Igreja terá que cruzar nesse novo século e milênio, afim de que tenha um futuro. Dentre as muitas reflexões que tem surgido sobre o assunto, é a de Francis A Schaeffer, em seu livro “A Igreja no Ano 2001”, publicado há mais de duas décadas atrás, a que mais me impressiona. Ele questiona e oferece algumas respostas sobre o futuro da Igreja. Que tipo de Igreja irá sobreviver à experiência do pos-modernismo? Como poderemos ser relevantes ao homem dessa nova geração?
A Igreja do Novo Testamento eventualmente obedeceu a Grande Comissão do Senhor Jesus, abrindo assim as portas para sua sobrevivência no mundo. Cada geração tem o desafio de possivelmente, pelo menos em tese, cumprir a Grande Comissão em sua própria geração. Porém, é com a fundação da Igreja de Antioquia que encontramos a primeira perspectiva missionária da Igreja no Novo Testamento.
Para que a Igreja tenha um futuro, é necessário que atentemos para alguns aspectos que precisamos evitar, apresentados na fundação da igreja de Antioquia, em Atos 11:19-26. Precisamos evitar que nossas motivações para a obra missionária sejam os fatores externos (v.19, a perseguição, as necessidades dos povos, a competição, a fome, a miséria, e etc), porque num contexto de ausência desses fatores nossa missão sofreria grande perda.
Também, precisamos evitar que novas igrejas surjam como resultado de conflitos (v.20, conflito racial), mas que acima de tudo sejam motivadas por uma estratégia consciente e orientada pelo próprio Deus (v.21).
O futuro exigirá da Igreja que ela seja, primeiramente uma Igreja aberta para novas oportunidades de testemunho em meio às nações v.19-20. Em segundo lugar, o futuro exigirá da Igreja que ela seja, uma Igreja aberta para todos v.20, onde pessoas de todas as raças, níveis sociais, e diferentes backgrounds experimentem esta nova realidade em Cristo Jesus. Em terceiro lugar, o futuro exigirá da Igreja que ela seja, uma Igreja aberta para o Espírito Santo v.21, que é quem dirige a Igreja, o verdadeiro impulsionador da obra missionária, quem capacita os indivíduos com dons, para o exercício dos ministérios no mundo. Em quarto lugar, o futuro exigirá da Igreja que ela seja, uma Igreja aberta para o novo v.26, Schaeffer fala de “conservantismo ossificado” dizendo que não haverá lugar para uma igreja que esteja engessada no tempo e no espaço, presa as formas antigas sem refletir sobre uma sociedade em constante mudança.
A sobrevivência da Igreja neste novo século está intimamente relacionada a sua ação missionária no mundo. Samuel Escobar, ao falar sobre as novas fronteiras em missão, diz que “a igreja que cumpre sua missão é povo em marcha, lançado aos quatro ventos em uma atitude de obediência.”
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