Vaidade e idolatria: Pecados crescentes entre evangélicos

Autor: João Carlos Barreto

A maneira que o inimigo espiritual tem atuado mais intensamente no meio evangélico em nossos dias é através da vaidade e da idolatria. Utilizando a velha estratégia da sutileza, vem impregnando principalmente os jovens das nossas denominações.
Não digo em relação à vaidade que os crentes em Jesus Cristo devam andar desarrumados, sem boa aparência. Não é bem assim, devemos nos apresentar sem os excessos das roupas extravagantes, chamativas, com cores berrantes ou modelos sensuais. Pode-se estar elegante e bem trajado de maneira discreta, com bom gosto.
É necessário alertar sobre a busca apenas por roupas de grife. O que pode atrair o evangélico ao fetiche do consumismo na procura desenfreada e gananciosa para conseguir, a todo custo, se apresentar nos cultos com marcas famosas, caras, e muitas vezes longe da realidade de consumo dos irmãos. Por esse motivo trocam a entrega do dízimo na casa de Deus, trocam pagamento de dívidas que passam a se acumular e até afetam a dispensa dos gêneros alimentícios da família, para se manter num status além do real.
O importante é o crente estar coerentemente trajado, com vestes combinando, sem excessos e devidamente asseado, para um convívio saudável na congregação. Lembrando, porém, que não devemos nos acomodar na vida. Prosperidade é benção de Deus garantida na Palavra, mas não devemos fugir da realidade, com cada coisa ao seu tempo, inclusive o trajar.
O mesmo se deve a aquisição de um veículo. De que adianta comprar um carro zero quilômetro ou importado não tendo condições de mantê-lo com gastos básicos de combustível e documentação.
Se quiser, e até deve, melhorar de vida para usar grifes e outros benefícios importantes que o mundo oferece, ore a Deus em Nome de Jesus, que Ele lhe trará as benções palpáveis e no tempo certo. Não tente ser o que não pode, porque é prejudicial e pecaminoso.    
Caminhando com a vaidade, a idolatria é o que vem contaminando ainda mais a todas as denominações. Percebemos a idolatria na forma ativa, que envolve os cristãos a adorarem pessoas ou grupos carnais, pecadores e falhos como todos nós, que através dos dons e ministérios dados por Deus fazem “sucesso” em nosso meio. E na forma passiva em que o irmão, portador da Graça de Deus no ministério da música, coreografia, teatro, pregação e até através de personagens gráficos, passam a se deixar cortejados, reverenciados, por um dom dado pelo Pai. Passam a se sentir soberanos das artes, exaltados por idólatras contagiados pelo inimigo.
O irmão mais observador da astúcia satânica no meio cristão fica chocado e compadecido ao perceber a manifestação de histeria coletiva do público num “show” gospel. Quem não fica apreensivo ao notar nestas apresentações o público aos berros dizendo: “Fulano (s), cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!” ou demonstrações de assédio desenfreado na conquista de um autógrafo num CD, folheto, na roupa ou até na própria Bíblia. 
São manifestações típicas do mundo, onde o rei das trevas comanda, que em nome e através de uma modernidade – saudável e até salutar em nosso meio – tem sido deturpada e excessiva para atrair os irmãos, principalmente os mais jovens, para idolatria e o pecado.
A juventude cristã precisa, sim, de uma programação voltada para seu tempo, com linguagem e ritmos próprios para sua época. Mas devem ter o cuidado de buscar conter e evitar os excessos que venham a desembocar no pecado da idolatria. É natural termos mais afinidade por determinado cantor ou grupo, por estilo musical, mas sempre buscando o limite entre o gostar e a adoração, desenfreada, obsessiva e prejudicial a uma vida santificada.
Por tanto, cabe aos pastores, dirigentes e pais, uma orientação mais intensa nesse sentido junto as suas famílias e congregações. Quanto aos promotores de eventos gospel e os ungidos pelo Senhor no ministério das artes procurem conter seu público mesmo durante as apresentações, para que não extrapolem na idolatria, sendo autênticos canais de benção da Obra de Deus e não instrumento de Satanás entre os evangélicos.
Existem artistas, principalmente no meio dos louvores, que nitidamente buscam apenas projeção pessoal e vantagens financeiras. Não pregam, não estimulam a Palavra e nem se referem a Jesus nas apresentações e entrevistas, não tem qualquer compromisso cristão. Não tem comprometimento com a Obra, muito menos com a evangelização através dos ministérios dados graciosamente pelo Pai. Com relação a estes, nos cabe reagir e não aceitar a sedução e a exploração comercial. Basta bani-los do nosso meio. Ao mundo o que é do mundo, a Deus o que é de Deus.
Vamos e devemos nos divertir, levar a vida numa boa, louvar, cantar, dançar, alegrar, viver intensamente a vida maravilhosa e harmônica que nosso Pai, através de Jesus, nos proporciona, sem excessos e sem pecado. Não importa o ritmo, não importa o som, “não importa o que vão pensar de mim, eu quero é Deus!”

Jornalista e Diácono da Assembléia de Deus (CIAD) SPL/Goiânia (GO).
Editor de Revista Eletrônica Ênfase: www.enfase.jex.com.br
E-mail: joaocarlosbarreto@yahoo.com.br

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