Uma verdadeira parceria

Autor: Manoel do Carmo Filho

O texto bíblico que adotaremos nesta semana revela que há claras diferenças e necessidades entre marido e mulher que precisam ser descobertas em tempo, sob pena do casamento ter sérias dificuldades (IPe3:1-7). John Gray, em seu livro Homens São de Marte, Mulheres são de Vênus, traça, de forma criativa e esclarecedora essa disparidade emocional e física entre os sexos no casamento. O apóstolo Pedro, por sua vez, nos orienta biblicamente, nos dando 3 recomendações distintas no relacionamento entre marido e mulher. A primeira recomendação diz respeito ao papel da esposa em relação ao seu marido: ser submissa.
No tempo do Novo Testamento, as mulheres não tinham uma condição favorável, mas Pedro incentiva os cônjuges a respeitarem a individualidade de cada um e admitirem as necessidades um do outro. No âmbito geral, a submissão deve ser uma observância natural na vida da comunidade cristã. Pedro ao usar a palavra “igualmente” no verso primeiro, dá seqüência ao ensinamento sobre submissão: os servos, devem ser submissos a seus senhores se espelhando no exemplo de Jesus, O Servo por excelência (IPe2:18,21-25) e agora a esposa deve ser submissa a seu marido. Nesse ponto, não podemos tapar o sol com a peneira. A mulher realmente precisa se submeter ao marido, por motivo da ordem de criação (o homem foi criado primeiro ITm2:11,13), e também por causa da entrada do pecado no mundo (Gn3:16; ITm2:14). O segredo do viver bem no lar, entretanto, é que essa submissão é “como ao Senhor” (Ef5:22; IPe3:5,6). Se você mulher, ama e se submete a Jesus, O Senhor, então será mais fácil se submeter a seu esposo. Penso que uma das causas de algumas mulheres serem insubmissas aos seus maridos, talvez seja o fato que durante a infância e a adolescência nunca aprenderam de fato a respeitar as autoridades instituídas.
O princípio geral sobre autoridade e submissão bíblicas começa a ser quebrado no contexto do lar, quando até mesmo pais crentes criam seus filhos sem regras e sem limites originando crianças, adolescentes, homens e mulheres desafeiçoados e também insubmissos. Acrescido a tudo isso, há a massificação da mídia incutindo o conceito feminista de igualdade entre os sexos, assimilado no contexto de muitas Igrejas, o que resulta na produção de “mulheres mandonas”, que disputam a liderança da casa, atitude essa que contraria diretamente o ensino bíblico. A segunda recomendação é ainda sobre as esposas, visando as que não tem esposo convertido. Aqui há uma dica perfeita para quem deseja conquistar seu marido para Cristo: falar menos e viver mais (IPe3:1). Muitas mulheres crentes pensam que vão “ganhar no grito” seus cônjuges descrentes, verbalizando “declarações de posse” e argumentações mirabolantes de abordagem de pregação. Será que elas entenderam o termo bíblico “Para que ganhem seus maridos sem palavra alguma?” Porque o que o texto diz nos versos 3 e 4, é que a exibição de um comportamento honesto e cheio de temor, um espírito manso e tranqüilo, sem temer perturbação alguma, que espera só em Deus é a grande estratégia que vai quebrantar o marido para se tornar um verdadeiro cristão. Augusto Cury afirma que a oração dos sábios é o silencio.
Esse comportamento exemplar marcado pela abstinência no falar passa também pelo modo de como as mulheres se vestem e se enfeitam, para que seus valores não se apóiem em princípios mundanos (a palavra para adorno e atavios no texto é kosmeo, que derivou os termos mundo, cosmos e cosmético), e não venham a cair debaixo do tacão da ditadura da beleza imposta pela sociedade narcisista. As marcas interiores de um relacionamento profundo com Jesus devem falar muito mais alto que a forma estética que as mulheres se apresentam. A terceira recomendação recai sobre a responsabilidade dos homens cuidarem de suas esposas e atenderem as necessidades de sua casa. Pedro recomenda 2 ações práticas aos homens de sua época e de todos os tempos. Primeira ação: “Vivei a vida comum do lar, com discernimento” (v.7). Há homens que pensam que trazer dinheiro para casa, prover os mantimentos, pagar as contas do mês, etc, é suficiente para serem considerados bons maridos. Eles não sabem nada das necessidades emocionais da esposa e dos filhos, não chegam junto para brincar, ver um filme ou reunir para orar, ler a Bíblia e adorar como família. Nesse assunto existem dois tipos de pais: os que realmente ficam em casa e dizem: “AH! Mais eu chego do trabalho e fico em casa!”. É, ficam: diante do computador, da internet, vendo todos os jornais e programas de esportes da TV, trazendo trabalho do escritório, etc.
Outro grupo: dos super ocupados com assuntos da Igreja. Esses se comprometem com “zilhões” de reuniões e aconselhamentos (que não são errados em si mesmas), mas que são feitos em detrimento do cuidado devido a sua casa. Segunda lição: “Tendo consideração para com vossa mulher”, ou seja, cuide bem de sua esposa! (v.7). Pedro diz que sua mulher é parte mais frágil ( grego skeos vaso delicado) que precisa ser cuidado com consideração e dignidade. Muitos varões que freqüentam a igreja são super carinhosos com todo mundo, mas quando chegam em casa, transfiguram-se em verdadeiros “puros sangues” que escoiceiam a esposa, senão com suas “ferraduras” afiadas, mas com palavras duras, que machucam a alma. Se houver, entretanto, mudança e arrependimento sincero de ambas as partes, marido e mulher podem ser herdeiros da mesma graça de vida. Grande promessa!

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