Autor: A. W. Pink
Uma das mais infelizes e trágicas características de nossa civilização é a excessiva desobediência aos pais da parte dos filhos, quando menores, e a falta de reverência e respeito, quando grandes. Infelizmente, isto se evidencia de muitas maneiras inclusive em famílias cristãs. Em nossas abundantes viagens nestes últimos trinta anos, fomos recebidos em muitos lares. A piedade e a beleza de alguns deles ainda permanecem em nossos corações como agradáveis e singelas recordações. Outros lares, porém, nos transmitiram as mais dolorosas impressões. Os filhos obstinados ou mimados não apenas trazem para si mesmos perpétua infelicidade, mas também causam desconforto para todos que se relacionam com eles e prenunciam coisas ruins para os dias vindouros.
A falta de honra aos pais, onde quer que a achemos, deve-se em grande medida aos pais afastarem-se do padrão das Escrituras. Atualmente, o pai imagina que cumpre suas obrigações ao fornecer alimento e vestuário para os filhos e, ocasionalmente, ao agir como um tipo de policial da moralidade. Com muita freqüência, a mãe se contenta em desempenhar a função de uma criada doméstica, tornando-se escrava dos filhos, realizando várias tarefas que estes poderiam fazer, para deixá-los livres em atividades frívolas, ao invés de treiná-los a serem pessoas úteis. A conseqüência tem sido que o lar, o qual deveria ser – por causa de sua ordem, santidade e amor – uma miniatura do céu, degenerou-se em “um ponto de parada para o dia e um estacionamento para a noite”, conforme alguém sucintamente afirmou.
Antes que um pai ou uma mãe pense em disciplinar adequadamente seus filhos é necessário que primeiramente aprendam a governar a si mesmos. O caráter dos pais é amplamente reproduzido em seus descendentes (veja Gn 5:3). Os pais devem eles mesmos viver em submissão a Deus, se desejam obediência da parte de seus filhos. Este princípio é enfatizado muitas vezes nas Escrituras: Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? (Rm 2:21).
Faça um comentário