Tirar Retrato ou Fazer Fotografia?

Autor: Jim Mathis
Tempos atrás ouvi uma história de dois indivíduos que foram pescar. Um era pescador experiente e pescou muitos e belos peixes. O outro era iniciante, não sentiu nem ao menos uma fisgada e nada pescou. Quando o novato perguntou o que ele fizera para pegar tantos peixes, enquanto ele não conseguira nenhum, a resposta foi simples e honesta:“Eu pesquei com mais empenho”.

É assim que eu me sinto em relação à fotografia. Na construção de uma carreira bem sucedida como fotógrafo profissional, acho que simplesmente “fotografo com mais empenho” do que a maioria. Intensidade é a diferença entre “tirar retratos” e “fazer fotografias”. É uma combinação entre paixão, habilidade, aptidão, experiência e, quem sabe, vocação.

Esta última palavra – vocação – é importante. Tenho observado que um surpreendente número de pessoas perdeu sua vocação, ou deixou de reconhecê-la ou explorá-la. A pergunta que sempre faço é: “O que você realmente quer fazer?” Pelas respostas vejo muitas vezes que o que querem fazer não é o que estão fazendo. Isso é triste, até mesmo trágico. Por que sentenciar-se a uma vida inteira fazendo o que não quer?

Durante uma época fui considerado um especialista no que hoje é uma tecnologia arcaica: filme e revelação em branco e preto. Mas as coisas mudam. Uma gigantesca feira de imagem fotográfica, a “Photokina”, acontece a cada dois anos em Colônia, na Alemanha. (Em 2006, 162 mil pessoas, de 152 países a visitaram.) Quando minha esposa e eu estivemos lá, há 20 anos, não havia o menor indício de que a fotografia se transformaria, no futuro, em algo que não fosse apenas filmes e química. Este ano, contudo, a boa notícia que veio de Colônia é sobre a reinvenção da fotografia.

Tudo ficou diferente.

Esse é o motivo para eu ter voltado para a fotografia depois de um hiato de 12 anos. Tudo é novo e emocionante. A qualidade e a versatilidade que a fotografia digital proporciona fazem os velhos filmes e químicas parecerem coisas de antiguidade. Mas sempre há os que insistem em se apegar ao passado. São pessoas “instruídas”, especialistas na velha maneira de se fazer as coisas.

Pessoas “instruídas”(*) são aquelas perfeitamente adaptadas à última geração. “Aprendizes”(*) são aquelas dispostas a acompanhar a próxima geração. Nada tem a ver com idade, mas tem tudo a ver com atitude. O livro de Eclesiastes, na Bíblia, diz que é tolice ter saudades dos dias passados. O sábio olha em direção ao futuro.

Tenho me descoberto entusiasmado com as noites de domingo, porque sei que tenho que trabalhar na segunda e fazer coisas incríveis com fotografia, reacendendo o zelo pela vocação que persegui durante tantos anos. Não quer dizer que eu seja sábio, mas penso que me inclui na minoria. A maioria, aparentemente, está apenas deixando o tempo passar, fazendo coisas que não quer e ansiando pela aposentadoria. Sua criatividade ficou nos tempos de escola e o mundo corporativo a aprisionou numa caixa.

Você está entre os “instruídos” que se tornaram autoridades nas formas antigas de fazer as coisas? Por que não se esforçar para ser “aprendiz”, buscando novas idéias e novas formas? Você se tornará entusiasmado com o futuro e encontrará motivo para sair da cama pela manhã com inspiração, pronto para perseguir sua vocação e explorar novos horizontes.

Concordará, então, com o salmista: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Salmos 118.24).

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