Tipologia: considerações gerais

Autor: Josivaldo de França Pereira

A palavra “tipologia” é de origem grega. Deriva-se do substantivo typos, termo usado no mundo antigo para indicar a) a marca de um golpe; b) uma impressão, a marca feita por um cunho – daí o sentido de figura, imagem e c) modelo ou padrão, que é o sentido mais comum na Bíblia.
Na Bíblia o modelo é usado em dois sentidos distintos: (1) a correspondência entre duas situações históricas, tais como Adão e Cristo (cf. Rm 5.12-21); (2) a correspondência entre o padrão celestial e seu equivalente terrestre. Exemplo: o original divino por trás do tabernáculo terrestre (At 7.44; Hb 8.5; 9.24). Há várias categorias – pessoas (Adão, Melquisedeque), eventos (o dilúvio, a serpente de bronze), instituições (festas), lugares (Jerusalém, Sião), objetos (altar de holocaustos, incenso), ofícios (profeta, sacerdote, rei). “A tipologia bíblica, portanto, envolve uma correspondência análoga em que eventos, pessoas e lugares anteriores na história da salvação tornam-se padrões por meio dos quais eventos posteriores, pessoas, etc. são interpretados” (G. R. Osborne).
Além dos conceitos mencionados acima, também existe o uso paralelo de figuras de linguagem, juntamente com os tipos, para indicar um exemplo moral a ser seguido. Todos os crentes, como tais, devem considerar-se modelos ou padrões da vida que se assemelha à de Cristo.
É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo. Embora ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.
•Símbolo é um sinal.
•Tipo é um modelo ou imagem de alguma coisa.
•O símbolo refere-se a alguma coisa do passado, presente ou futuro.
•O tipo sempre prefigura uma realidade futura.
Podemos resumir esses quatro pontos dizendo que “O símbolo é um fato que ensina uma verdade moral. O tipo é um fato que ensina uma verdade moral e prediz a realidade daquela verdade” (Davidson).
É preciso dizer ainda que os tipos do Antigo Testamento eram ao mesmo tempo símbolos (no sentido que comunicavam verdades espirituais aos seus contemporâneos), pois sua significação simbólica podia ser entendida antes de sua significação tipológica ser determinada.

Josivaldo de França Pereira é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição – SP. Licenciado em Filosofia pelas Faculdades Associadas do Ipiranga – SP. Mestre em Missiologia pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina-PR e Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/Mackenzie – SP. É autor do livro Atos do Espírito Santo (Ed. Descoberta, 2002) e de vários ensaios e artigos bíblicos em jornais, revistas e  Internet.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*