Autor: Jackson Santos, pr
Sendo missionário há várias décadas, eu também passei por esse vale de buscar sustento financeiro para a realização da obra para a qual fui chamado e manutenção da família.
Desfrutando do privilégio de ainda ser missionário convocado por Deus para o cumprimento da tarefa de ajudar a conquistar o mundo para Cristo, ainda experimento este drama de ir em busca de sustento financeiro.
As questões que envolvem esse assunto são muitas. Há várias opiniões contra e a favor do missionário sair em busca de recursos financeiros para desenvolver um projeto de ação missionária, no Brasil e fora dele. Seja quais forem as opiniões a situação é muito complexa.
A forte argumentação da maioria dos missiólogos e teólogos em geral é que a Igreja Local deve sustentar os seus missionários que seguem ao campo, com embasamento na própria Bíblia.
Porém, examinando detidamente o assunto chegamos a conclusão da dificuldade que muitos líderes encontram de aceitação das referências claras da responsabilidade da Igreja Local em assumir o sustento financeiro do missionário.
Encontramos a Igreja Local de Antioquia, no cap. 13 de Atos, durante um período de adoração e jejum, ouvir a voz do Espírito Santo ordenando a separação de Barnabé e Paulo para a obra a qual eles haviam sido chamados.
A Igreja obedeceu, impuseram-lhes as mãos e os enviaram para a proclamação da Palavra de Deus, nas sinagogas e em toda parte.
Se esta referência não serve para inspirar as Igrejas Locais em nossos dias, para o envio e o amparo aos verdadeiramente vocacionados, nada mais pode inspira-las no cumprimento da ordem de ir e pregar o evangelho a toda criatura.
O drama intensifica-se na vida de muitos missionários, quando eles se vêem obrigados a sair com um “pirex” ou “um chapéu” nas mãos, de Igreja em Igreja “pedindo” uma ajuda para levar o evangelho a outros povos que ainda não ouviram as Boas Novas de Salvação.
Se a responsabilidade é da sua própria Igreja em sustentá-lo e ela não têm condições de fazê-lo; então, como administrar a cabeça do vocacionado diante de tal impossibilidade? Se é Deus quem o chama e Ele mesmo providencia o sustento, como justificar o missionário com o ‘pirex’, de Igreja em Igreja, pedindo auxílio financeiro?
Nesse caso, o plano de ação dessa igreja é o de assumir toda a responsabilidade de buscar para o obreiro o apoio que ele necessita para a realização do projeto
O missionário é parte integrante de uma igreja local, é um membro que não pode ser descartado de maneira irresponsável, depois de ele ter comprovado a sua idoneidade moral e espiritual. É o representante legal de Deus na terra, com um chamado para anunciar em terras distantes o amor e a misericórdia do Deus Eterno.
O descumprimento dessa responsabilidade sempre traz saldos negativos. Enfraquecimento espiritual, divisões, brigas, pecados, desentendimentos e uma série de outros resultados tristes, conseqüentes do abandono do que há de mais importante no seio da Igreja Local; a obra missionária e os seus missionários.
As agências missionárias, parceiras imediatas dos missionários e igrejas em geral, são responsáveis para dar o apoio logístico, não foram criadas para se envolverem na busca dos recursos para os seus conveniados. É esperado que cada um associado torne-se membro, já com o seu sustento garantido.
Muitos líderes, pastores e muitas Igrejas Locais andam em perfeita sintonia com muitos missionários. Orando por eles, mantendo um laço bem estreito de amor e real comunhão, e acima de tudo providenciando o tão necessário sustento financeiro a fim de que ele realize com dignidade a obra que Jesus deu para a sua Igreja.
Bem aventurados são os que encontram servos fiéis que têm a visão do reino de Deus bem ampliada e podem receber um sustento digno para ele e a sua família. Uma prova clara de que com isso esses mantenedores de fato estão vivendo em harmonia com o dono da seara.
Infelizmente nem todos desfrutam desse privilégio. São inúmeros os missionários vocacionados que batalham sozinhos pelo sustento financeiro. Andam por aí, com o ‘pratinho’a ‘pedir’ que o ajudem a fazer a obra de Deus. E muitos são criticados e às vezes são até motivos de zombaria.
Diante deste quadro há duas alternativas: – 1 – Ele não foi chamado por Aquele que envia e sustenta. 2 – A Igreja Local está falhando no cumprimento do seu dever.
Nessa hora, uma revisão de conceitos e princípios é salutar para se descobrir de fato quem o chamou para realizar o quê? Não havendo convicção de chamada é bom parar, pois, lá na frente acontecerá o momento do retorno e da frustração.
Havendo a chamada real e a falha da Igreja Local, ainda resta uma alternativa de Deus para o seu servo fiel: Membros individuais que apóiam e sustentam os que estão se dispondo a ir, depois do adequado preparo, independente de cor denominacional. Essa visão da obra missionária e do Reino de Deus por parte de membros fiéis pertencentes à Igreja de Cristo, o corpo, o organismo vivo de Deus, revela o quanto está atuante e funcionando o poder do Espírito Santo aqui na face da terra.
Esse corpo, a IGREJA, que muitos a consideram invisível, embora, visível aqui na terra, personalizada em pais, mães, empresários, amigos, pastores, colegas em geral em toda parte. Pessoas que estão ligadas à Igreja Local não podem falhar no cumprimento da tarefa suprema de evangelizar o mundo. Pois o Mestre Jesus está confiando nessa Igreja, composta de lavados pelo sangue do Cordeiro. Ela precisa permanecer fiel, orando, jejuando, enviando e sustentando financeiramente aqueles que estão descendo ao poço.
Se você é membro de uma Igreja Local e ela está falhando no sustento dos missionários, tente desafiá-la, mostrando a parte que lhe cabe na tarefa de buscar os perdidos para Jesus. E, se porventura ela continuar demonstrando indiferença às suas responsabilidades diante daqueles que estão indo ao campo, lembre-se: VOCÊ é parte integrante do corpo de Cristo, VOCÊ pode entrar no campo avançado de missões junto com vários missionários, de joelhos, clamando pela salvação dos povos e ministério dos missionários, e, investindo recursos financeiros próprios, para que esses valentes de Deus dêem continuidade a obra que Jesus iniciou; a salvação dos perdidos, que vivem longe Dele, sem esperança, sem paz e sem salvação.
“assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.” I Cor.12.12,13.
Você pode assumir integral ou parcialmente o sustento de missionários sérios, e responsáveis que estão dando as suas vidas para o avanço do Reino de Deus entre todos os povos, línguas e nações. Você pode adotá-los. Converse com os seus líderes, pois juntos é possível, juntos, nós podemos ampliar a visão missionária pessoal e coletiva, e através dela estabelecer metas de apoio e sustento para o missionário.
Fiquem certo disso, os missionários existem e estão na linha de fogo intenso onde os inimigos são mais ferozes.
Jackson Santos, pr
miapibr@uol.com.br