Senhoras e senhores, com vocês: O Sagrado!

Autor: Alan Brizotti
O professor Gabriel Perissé diz que estamos vivendo na “Idade Mídia”. A igreja midiática já se acostumou a esse tempo. Existe uma gritante espetacularização do sagrado, glamourização do divino e prostituição da adoração. É a igreja dos flashes e dos palcos. A teologia da vitrine. A forma cinematográfica de crer. De igreja da Palavra, nos transformamos em igreja da imagem.

Na igreja católica, as missas/shows e os padrestars, assustam até mesmo os próprios católicos. Quem poderia imaginar, dez anos atrás, um padre metrossexual? Um padre que, enquanto canta, ouve berros de “gostoso”, “lindo”… Um padre galã? No meio evangélico a coisa ainda é pior! O estilo “pop star” de ser invadiu a rotina eclesiástica a tal ponto que já está se tornando normal.

É comum encontrarmos shows gospel nas casas noturnas. Dê uma volta por São Paulo, por exemplo, e vai encontrar nos cartazes espalhados pela cidade propagandas dos cantores evangélicos disputando espaço nas boates e casas de shows com os cantores seculares. Os templos já não servem. Templos agora são construções descartáveis.

Chegamos a um nível crítico: já nem precisa mais ser “crente” para gravar um DVD ou um CD gospel. Basta aprender direitinho o nosso “evangeliquês”, fazer umas “caras e bocas”, inventar uma ou outra revelaçãozinha, citar dois ou três “versículos” bíblicos (mesmo que sejam ditados populares “batizados” de versículos), e profetizar! Ah, o lance é profetizar!!!

A mercantilização do sagrado, que é responsável pela morte da pregação, também vem asfixiando o louvor. E o que é mais triste ainda é que não reagimos a isso. Vou antecipar as críticas a esse artigo/desabafo: “ao invés de criticar, você deveria olhar para a sua vida”; “cada um tem seu ministério, não julgue”; “vamos orar…” Enquanto essas muletas forem usadas, estaremos condenados ao medíocre.

O que fazer? Destruir! Você que é pastor de igreja, não convide celebridades, mesmo que isso não leve multidões ao seu templo, desista da tentação da multidão! Você não foi chamado para dirigir um espetáculo televisivo, mas uma comunidade de fé que ainda ame a presença de Deus!

Desliguem a televisão! Chega de programas medíocres de pastores vazios. O tempo que gastamos assistindo milagromanias duvidosas é muito melhor aproveitado na leitura de bons livros. Ao invés de assistir programas dos pedintes da religiosidade (“uma ofertinha pelo amor de Deus”), leia o Eugene Peterson, o John MacArthur, o Philip Yancey, o James Houston, o Elienai Jr, o Ricardo Gondim, o Jorge Barro, o Robinson Cavalcanti, o Frei Beto, o Leonardo Boff, os clássicos da literatura brasileira e mundial.

Uma amigo meu diz que não acredita que o homem veio do macaco, mas acredita que ele vai se tornar um! Essa teologia circense do bizarro, pelo que vejo, está longe de acabar… é, K. Lindberg tinha razão: “Não é que eu não goste de Deus; é o fã-clube dele que eu não suporto”.

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