Autor: Autor Desconhecido
Creio que você vai gostar desta carta. Pelo menos tenho grande esperança de que você goste dela, porque trata daquele assunto em que você era espetacularmente bom, à época em que eu estava crescendo. Sei que você não se considera pai perfeito e, ainda que eu gostasse imensamente de discordar de você , receio que você, com toda probabilidade, tem razão nesse ponto (razão por que é tão difícil para mim compreender como, a despeito de você mesmo, você conseguiu criar um filho perfeito!).
Não me importa que outras coisas constituíram fracasso para você, velho; você foi vitorioso em fazer-me crer, sem a menor sombra de dúvida, que eu era em essência a pessoa mais maravilhosa em que seus olhos já haviam pousado e que, se alguém não conseguisse reconhecer meu inestimável valor, simplesmente não teria olhos para o óbvio. Você me tornou tremendamente seguro de mim mesmo. E isso, mais do que qualquer outra coisa, fez toda a diferença em minha vida. Sei que algumas pessoas acham que paternidade é apenas enfiar na cabeça dos filhos os princípios adequados, desenvolver disciplina e estabelecer bom exemplo. Contudo, uma vez concretizado tudo isso, penso que a paternidade está muito mais relacionada a criar um senso indestrutível de importância pessoal na criança, pois esta vai precisar desse atributo por toda a vida.
Quanto mais me envolvo em meu ministério, mais vejo que este mundo é lugar perigoso, que nos fere muito, cheio de pessoas deformadas, vencidas, vítimas da ausência de uma compreensão clara de seu próprio valor. A despeito do pano de fundo que tenham, todas as pessoas passam por fracassos e desapontamentos de tempos em tempos, sendo bem difícil não sentir-se desanimado, e até desesperado. A maneira como a pessoa se valoriza tem muito que ver com o modo de essa pessoa acercar-se de seus problemas, e se tem ou não capacidade para resolvê-los.
(Trecho Extraído do livro O Relacionamento entre Pai e Filho, Tony & Bart Campolo).
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