Pentecostalismo e a Produção da Escala Geográfica [1]

Autor: Jean Carlos Rodrigues




Doutorando em Geografia pela UNESP, campus de Presidente Prudente (SP). Pesquisador da SEPAL (Serviço de Evangelização para a América Latina)

jeancrodrigues@hotmail.com

Introdução

Para que possamos fazer um estudo sobre o fenômeno religioso pentecostal entendemos que se faz necessário, inicialmente, apresentarmos a concepção de pentecostal ou pentecostalismo que norteia nossa atividade bem como, num segundo momento, apresentarmos uma breve descrição das origens desse fenômeno religioso.

Com relação ao termo pentecostalismo, ele é originário de Pentecostes, festa comemorada pelos cristãos 50 dias após a Páscoa, em comemoração à descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. No que diz respeito a nossa concepção, compreendemos por pentecostais aqueles religiosos que dão ênfase ao “[…] batismo do Espírito Santo, que se manifesta na vida do crente através de uma mudança  de orientação pessoal (santificação) e mais concretamente pela capacidade de falar em línguas estranhas (glossolalia)” (SANTA ANA, 1991, p.125). Berger (2001, p. 15) complementa dizendo que esses combinam “[…] ortodoxia bíblica e uma moralidade rigorosa com uma forma extática de culto e uma ênfase na cura espiritual.” Os pentecostais evangélicos envolvem denominações como Congregação Cristã no Brasil, Assembléia de Deus, Igreja O Brasil para Cristo, Igreja Deus é Amor, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Só o Senhor é Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Internacional da Graça de Deus, entre outras.

Com relação à sua formação, essa ramificação do cristianismo é um fenômeno religioso recente tanto na história da própria religião cristã quanto na história do Brasil. É recente na história do cristianismo por ser um movimento que surgiu nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX e que desenvolveu suas primeiras manifestações em nosso país na década de 1910, portanto, também recente em nossa história.

As origens do fenômeno religioso pentecostal, suas diferentes vertentes e características

Compreendermos as origens históricas do pentecostalismo envolve em considerarmos  o avivamento metodista do século XVIII nos Estados Unidos bem como, segundo Freston (1996, p. 73), o movimento de santidade (holiness) ocorrido nos países de língua inglesa, no século XIX,  o qual sofrera influência do movimento cultural denominado Romantismo. Tanto o avivamento metodista quanto o movimento de santidade criaram uma expectativa com relação à virada do século (XIX para o XX) os quais resultariam num  “grande avivamento marcado pelo fenômeno glossolálico da Igreja primitiva” (FRESTON, 1996, p. 74).

No que diz respeito ao metodismo, esse fora desenvolvido por um ex-pastor anglicano chamado John Wesley no século XVIII que considerava a salvação como um processo e não como algo já estabelecido e decidido como pensava os calvinistas e sua doutrina da predestinação. Para John Wesley, é importante considerar a justificação “da fé na salvação, isto é, da convicção de ter-se remido assim como do sentimento de arrependimento, o que conduz à conversão” (CORTEN, 1996, p. 51). Além disso, ele também considerava importante a santificação, “que é o processo de salvação e a manifestação do Espírito Santo” (Corten, 1996, p. 51).  Dessa forma, John Wesley, segundo Corten (1996, p. 51-52), “insiste na imediaticidade da salvação, atualização operada pelo Espírito Santo”.

No que diz respeito ao romantismo, esse termo foi considerado como uma forma de caracterizar todo um “conjunto de caracteres que, opondo-se ao racionalismo do Iluminismo e à regularidade do progresso, representou um movimento de ‘libertação do eu’ na segunda metade do século XVIII e na primeira do século XIX, particularmente na Alemanha” (CORTEN, 1996, p. 35-36). Além de propor um retorno à subjetividade, esse movimento também incentivou, de uma certa forma, o individualismo privilegiando a emoção, a comunidade e a moral da fé (CORTEN, 1996, p. 206).

Sobre a formação histórica, é consenso entre diversos pesquisadores considerarem o ano de 1906 como o marco do surgimento do pentecostalismo. Esse fenômeno religioso manifestou-se, inicialmente, nos Estados Unidos, na cidade de Los Angeles, na rua Azzuza. Foi nesse ano que um negro chamado W. J. Seymour, começou a falar em línguas estranhas em uma reunião de oração dirigida por um pastor batista. O fato de essa manifestação ter ocorrido nessas condições já denota uma característica importante do pentecostalismo: o batismo no Espírito Santo vinha de uma experiência religiosa.

Além disso, o surgimento do pentecostalismo nos Estados Unidos envolve alguns elementos de conflitos raciais daquela sociedade. Segundo Rolim (1995), o grupo no qual se manifestara o batismo no Espírito Santo era constituído, em sua maioria, por evangélicos negros no qual se associaram, posteriormente, evangélicos de cor branca.  E isso tudo tinha um significado importante uma vez que “um novo Pentecostes, proclamava-se, descia sobre um velho templo metodista abandonado e fazia pensar que daí por diante iria realizar-se uma comunhão étnica” (ROLIM, 1995, p. 23). Porém, segundo o mesmo autor, tanto os negros quanto os brancos, interpretaram esse fenômeno de formas diferentes e conflitantes. Segundo Rolim (1995, p. 23)

na alma do pentecostal negro alojaram-se e permaneceram duas experiências estreitamente abraçadas: uma que então nascia do Espírito Santo; outra, mais antiga, a luta político-racial. Para ele, Cristo tomou uma nova face. Ficou sendo o Cristo negro, libertador da raça negra, oprimida na América e em outros países.

Já para os brancos, “[…] ficou apenas a experiência da oração e dos cultos. A de feitio sócio-político não se pode dizer que tenha desabrochado. […] Este é um aspecto que não pode passar em silêncio.” (ROLIM, 1995, p. 23-24). E isso se confirmou quando, a partir de 1908, os pentecostais  brancos começaram a se afastar de seus irmãos negros e constituíram a igreja Assembléia de Deus. Segundo Freston, (1996, p. 74-75) “os brancos que haviam recebido a ordenação na Igreja de Deus em Cristo (predominantemente negra) saíram para fundar a Assembléia de Deus (quase exclusivamente branca) em 1914.”

Assim, segundo Freston (1996), o movimento pentecostal que fora concebido inicialmente como uma renovação das igrejas cristãs existentes no momento não renovou  como pretendia: começaram-se a formar grupos religiosos independentes que iriam se afastando dos demais tanto por motivos doutrinários quanto raciais.

No Brasil, fora a vertente pentecostal branca que iniciou suas atividades no começo do século XX. Segundo Rolim (1995, p. 24),

de fato, a religião pentecostal que se implantou no Brasil é um rebento daquela experiência pentecostal dos americanos de cor branca, o que vale dizer, explicitamente, que foi um pentecostalismo todo voltado para o sacral a semente lançada em solo brasileiro. E esse aspecto não tem apenas significado histórico-ilustrativo. Teve, de fato, implicações nas igrejas e práticas pentecostais brasileiras.

E uma das primeiras atividades dos pentecostais brancos norte-americanos no Brasil foi fundar a igreja Assembléia de Deus com o trabalho de missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, vindos dos Estados Unidos.

Isso, portanto, já nos permite pensar que os primeiros movimentos do pentecostalismo no Brasil foram de caráter missionário, pois não foi um movimento autóctone, como ocorreu no Chile[2], e, ao mesmo tempo, visava mais o sacral do que o social e o político. Rolim (1995) destaca que os dois missionários suecos preocupavam-se com a realização de vigílias de oração as quais eram acompanhadas por cânticos e leituras da Bíblia. Essa tendência missionária distingue o pentecostalismo do protestantismo histórico, o qual chegou ao país no século XIX através do processo de imigração européia. A esse movimento denomina-se “protestantismo de migração” (MENDONÇA apud SOARES, 2001, p. 55) o qual “não apresentaria um caráter de conversão” (SOARES, 2001, p. 55).

A partir da formação da igreja Assembléia de Deus e também da Congregação Cristã no Brasil, outra denominação pentecostal que iniciou suas atividades no país na década de 1910, também por um imigrante vindo dos Estados Unidos, o italiano Luigi Francescon,  outras denominações pentecostais imigraram ao Brasil e, algumas, se formaram aqui mesmo. Para compreendermos melhor esse  processo consideramos pertinente recorrermos a Freston (1996) o qual fora o primeiro a dividir o pentecostalismo brasileiro em três ondas de implantação de igrejas, a partir de um corte histórico-institucional.

A primeira onda refere-se à década de 1910 na qual se instalaram no país a Congregação Cristã no Brasil (1910) e a igreja Assembléia de Deus (1911). Ambas possuem um longo tempo de atuação quase que exclusivo, 40 anos, uma vez que outras igrejas vindas do exterior como a Igreja de Deus ou a Igreja de Cristo (um cisma da igreja Assembléia de Deus) não possuíam muita expressão na sociedade de então.

Em termos de localização geográfica, a Congregação Cristã no Brasil instalou-se em São Paulo, mais precisamente no bairro operário do Brás, onde o italiano Luigi Francescon pretendia converter seus conterrâneos operários para sua denominação. A igreja Assembléia de Deus se instalou em Belém, no Pará, se expandindo rapidamente pelos estados da região norte do país. Nesses, o protestantismo chegou a se reduzir a essa denominação. Segundo Freston (1996), a igreja Assembléia de Deus firmou-se, nas primeiras décadas, nas áreas de saída do futuro fluxo migratório.

A segunda onda do pentecostalismo brasileiro refere-se às décadas de 1950-1960 e caracterizou-se pela fragmentação do movimento pentecostal e pela dinamização de sua relação com a sociedade. Nesse período surgem três grandes grupos além de outros de pouca expressão: a igreja do Evangelho Quadrangular (1951), a igreja O Brasil para Cristo (1955) e a igreja Deus é Amor (1962). Segundo Freston (1996) o contexto dessa segunda onda de instalação de igrejas é paulista.

A terceira onda do pentecostalismo brasileiro tem seu início a partir do final dos anos de 1970, tendo grande impulso a partir de 1980. Tem como seus principais representantes a Igreja Universal do Reino de Deus (1977) e a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980). Para Freston (1996) essas igrejas trazem um amplo movimento de renovação para o pentecostalismo nacional, envolvendo nessas inovações aspectos relacionados à teologia, liturgia, ética e estética, conforme veremos a seguir. Para o autor, o contexto dessa terceira onda é carioca.

Freston (1996, p. 71) considera que essa forma de caracterizar o pentecostalismo nacional “ressalta, de um lado, a versatilidade do pentecostalismo e sua evolução ao longo dos anos e, ao mesmo tempo, as marcas que cada igreja carrega da época em que nasceu”.

Pentecostalismo e escalas geográficas

A partir da contextualização anterior acerca do movimento religioso pentecostal, poderemos compreender com maior percepção a articulação de escalas geográficas deste movimento bem como seu embate nas questões sociais e políticas em nossa sociedade. Entretanto, inicialmente, nos cabe refletir, em poucas palavras, aquilo que compreendemos por escalas geográficas bem como suas influências sobre o indivíduo e a produção do espaço. Apontaremos, a seguir, alguns aspectos que nos permitam melhor compreendê-la ressaltando, desde o início, que não pretendemos conceituá-la até porque essa discussão necessita ser melhor debatida na geografia.

Smith (2000, p. 139) apresenta várias proposições que nos possibilita melhor compreender as escalas geográficas. Para o autor,

primeiramente, a construção da escala geográfica é um meio primário mediante o qual ‘ocorre’ a diferenciação espacial. Em segundo lugar, essa compreensão da escala geográfica poderia nos proporcionar uma linguagem mais plausível da diferenciação espacial. Em terceiro lugar, a construção da escala é um processo social, isto é, a escala é produzida na sociedade e mediante a atividade da sociedade que, por sua vez, produz e é produzida pelas estruturas geográficas de interação social. Por fim, a produção da escala geográfica é um lugar de luta política potencialmente intensa.

Smith (2000, p. 144 et seq.) examina uma seqüência de escalas específicas que envolvem o corpo, a casa, a comunidade, a cidade, a região, a nação e o globo. Além disto, as escalas envolvem discussões no âmbito político que se dirigem do local ao global, desde o corpo do sujeito, com suas marcas e símbolos, até o espaço mundial. E o movimento pentecostal articula estas escalas no sentido de reproduzir, no local, em suas comunidades, os discursos ideológicos produzidos nos Estados Unidos, locus do surgimento deste movimento religioso.

Assim, as práticas pentecostais são as mesmas, tanto nos EUA como no Brasil: estão inseridas numa sociedade secular e moderna mas pregam uma mensagem “messiânica”, podendo adotar tanto uma tendência “pré-messiânica” como “pós-messiânica”. Neste sentido, consideramos que tendo os EUA como ponto de formação ou uma espécie de “marco zero” de movimentos sociais religiosos de postura conservadora, messiânica e fundamentalista, sua presença já se faz presente hoje em diversas partes do mundo influenciando a conduta particular e as formas de se ver o mundo de milhões de pessoas. E o que será isso: reflexo de um mundo global ou a formação de uma grande comunidade transnacional imbuída de valores que denomina de fundamentais do cristianismo em que diz agir “em nome de Deus”?

Entendemos que sejam as duas coisas ao mesmo tempo. Mesmo sabendo que muitas dessas igrejas chegaram ao Brasil muito antes de se falar em globalização, o fato é que fazem uso hoje dos benefícios técnico-científicos desse processo tanto para se difundirem como para mundializar, conforme os lembra Ortiz (2000), suas mensagens, estilo de vida, comportamento e visão de mundo.

Assim, verificamos uma nítida relação entre o global e o local onde esse último expressa ou reflete toda uma ideologia  e um comportamento cujas origens se remetem ou se dirigem a uma escala global. Porém, devemos atentar para o fato de que essa relação entre o global e o local não implica numa espécie de “imperialismo religioso” por parte do primeiro sobre o segundo. Segato (1997, p. 225) afirma que

no nível local, pode-se dizer que estamos no campo de um outro tipo de diversidade, de uma diversidade horizontal, desenhada pela existência de coletividades diversas […] É nesta escala que se torna visível e observável a presença das comunidades religiosas cujos credos, apesar de transladar-se  em percursos transnacionais, enraízam-se localmente, criando novas coletividades com identidade e papel circunscrito agora aos âmbitos local e nacional (grifo nosso).

Mas isso não significa, necessariamente, que na escala local não haja uma certa independência para se trabalhar essas visões de mundo as quais são elaboradas à luz dos problemas e contextos do lugar onde se instala a igreja pentecostal cujas novas interpretações dos fatos são circunscritas ao local.

Claro é que devemos considerar que a sociedade de 1906 não é mais a mesma com relação a atual. E o contexto sócio-territorial no qual essas igrejas se instalaram no Brasil é diferente do contexto original de Los Angeles (EUA). Mas isso não nos impede de dizermos que os EUA ainda continuam influenciando os rumos das igrejas pentecostais no Brasil pois a sede de importantes igrejas como Assembléia de Deus e Igreja do Evangelho Quadrangular encontra-se naquele país.

O que queremos destacar com isso é que o indivíduo, em si, membro dessas igrejas, carrega consigo todo um discurso, prática, ritos e visão de mundo que extrapola o seu cotidiano e o seu próprio ser e que não fora elaborado por ele mas que representa ou denota uma referência de ver o mundo numa perspectiva global. Ou seja, esse indivíduo, enquanto sujeito social, é apenas uma expressão, no local, de uma forma de pensamento e comportamento elaborado num contexto global.

Para Guimarães (2003), o sentido do espaço geográfico adotado pelos indivíduos pode estar no seu modo de vestir, na música que ouve, numa tatuagem, e é isto que lhe dá o sentido de pertencer a algum lugar. O mesmo  ocorre com os pentecostais: sua maneira de vestir, falar, orar e até mesmo de discutir os problemas cotidianos, representam sua maneira de compreender o espaço geográfico no qual está inserido o qual, por diversas vezes, é influenciado pelo discurso da igreja e do pastor da comunidade. E ao mapearmos esses religiosos, cada qual em seu contexto particular, veremos que, num nível global, eles fazem parte de uma mesma comunidade, de uma comunidade global ou transnacional, que possuem o mesmo comportamento, alguns possuem o mesmo estilo de se vestir (ao menos para a realização do culto), mesmos preceitos morais e formas de ver e agir no mundo. É como se cada um no seu ambiente particular fizesse parte de uma mesma comunidade global.

Para compreendermos isso, torna-se necessário retomarmos as discussões feitas inicialmente sobre as escalas geográficas. Com relação à escala do corpo, Smith (2000, p. 145) afirma que esta  é o “local físico primário da identidade pessoal […] socialmente construído”. Segundo o mesmo autor,

as políticas do corpo não são delineadas apenas por gênero, evidentemente, por mais que o gênero seja dominante nessa escala. O estilo corporal e as roupas medeiam as construções pessoais de identidade com culturas regionais, nacionais e globais, além de proporcionar acesso ao corpo  pela indústria nacional da moda […] (grifo nosso) (SMITH, 2000, p. 145-146)

Ora,  não são precisos muitos esforços para verificarmos a construção dessa identidade com a cultura religiosa dos evangélicos, sobretudo dos pentecostais de igrejas mais tradicionais. Isso se verifica com a observação dos vestuários utilizados por membros de igrejas como Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e Igreja Deus é Amor: as mulheres, geralmente, estão vestidas de saias longas e cabelos compridos e os homens com ternos e gravatas mesmo que a temperatura ultrapasse os 35ºC.

E essa identidade cultural religiosa tem um significado. Segundo Rabelo, Motta e Nunes (2002), num estudo realizado com pentecostais, apresentando o relato de vida de dona Lourdes, uma de suas entrevistadas e membro da igreja pentecostal Deus é Amor, “[…] as marcas de distinção que [dona Lourdes] exibe no corpo enquanto crente e que vê refletidas nos outros membros, separam-na radicalmente de tudo que é mundano, ao tempo em que lhe apontam para o poder que circula na igreja” (RABELO, MOTTA e NUNES, 2002, p. 116).

Nesse sentido, o corpo exibe à sociedade sua identidade de pertencimento religioso e de “habitação do espírito”. Ao mesmo tempo, ele também denota todo o discurso desenvolvido por essas instituições e suas orientações dogmáticas as quais não são individualistas, na medida em que Dona Lourdes procura “converter” sua família – e aí observamos o salto escalar que vai do corpo a casa –  mas se tornam sectárias, quando ela queima objetos do candomblé em plena rua.

Assim, podemos compreender como o pentecostalismo produz e articula escalas geográficas. Além disto, compreende-se também os conflitos políticos que se desenvolvem no interior desta articulação, saltando do corpo para casa e a comunidade, envolvendo os indivíduos, sua visão de mundo e a construção de seu espaço geográfico.

Referências Bibliográficas

BERGER, Peter. A dessecularização do mundo: uma visão global. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 21, nº 01, p. 09-23, 2001.

CORTEN, André. Os pobres e o Espírito Santo. O pentecostalismo no Brasil. Petrópolis : Vozes, 1996. 285p.

FRESTON, Paul. Breve história do pentecostalismo brasileiro. In: ANTONIAZZI, A. et. al. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo.  2ª ed.  Petrópolis : Vozes, 1996. p. 67-159.

GUIMARÂES, Raul Borges. Atores politicos, representação social e produção da escala geográfica. In: MELO, Jayro G. (org). Espiral do espaço. Presidente Prudente : GAsSPER, 2003. p. 07-22.

ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo : Brasiliense, 2000. 234p.

RABELO, Miriam C. M.; MOTTA, Sueli R.; NUNES, Juliana R. Comparando experiências de aflição e tratamento no candomblé, pentecostalismo e espiritismo. In: Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, vol. 22, nº 01, p. 93-121, 2002.

ROLIM, Francisco Cartaxo. Pentecostalismo. Brasil e América Latina. Petrópolis : Vozes, 1995. 194p.

SANTA ANA, Júlio de. A prática da autoridade nas igrejas evangélicas. In: Revista de Cultura Vozes. Petrópolis : Vozes, nº 01, p. 117-126, 1991.

SEGATO, Rita Laura. Formações de diversidade: nações e opções religiosas no contexto da globalização. ORO, Ari Pedro; STEIL, Carlos Alberto. Globalização e religião. Petrópolis : Vozes, 1997. p. 219-248.

SMITH, Neil. Contornos de uma política espacializada: veículos dos sem-teto e produção de escala geográfica. In: ARANTES, Antônio (org). O espaço da diferença. Campinas : Papirus, 2000. p. 133-159.

SOARES, Maria Antonia Vieira.  Religião e integração social: pentecostalismo protestante e camadas populares – o discurso da Igreja Universal do Reino de Deus em Bauru. Araraquara, 2001.  Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Ciências e Letras. Universidade Estadual Paulista  “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

 


 

[1] Texto integrante de dissertação de mestrado.

[2] Rolim, 1995.


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