Paternidade responsável

Autor: Marco Antonio dos Santos

Vivemos num mundo de rápidas e profundas transformações, onde as normas, os valores e os princípios básicos da vida são constantemente mudados. De fato, a família vive hoje no meio de um mundo de tensões, divisões, contestação dos valores éticos e morais vigentes e de ruptura da unidade familiar. A igreja é conclamada por Deus a desenvolver uma intervenção sendo instrumento de reconciliação e renovação da vivência familiar.

Portanto, este estudo visa orientar os pais e testemunhas quanto a importância de uma educação cristã na família, pois é nela que adquirimos as primeiras sensações e noções sobre Deus. É na vivência familiar que temos formado a concepção de lar, da vida, de valores, da própria realidade. “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele”. Pv 22.6

I. FORMAÇÃO BÁSICA DO CARÁTER
A formação básica do caráter ocorre na infância, a saber:
50% até aos 3 anos de idade;
75% até aos 5 anos de idade;
100% até aos 7 anos de idade.

É bem verdade que somos resultado de uma vida inteira: nossa formação física e emocional começou pelo menos nove meses antes de cada um de nós nascer.

II. APRENDENDO EM CASA.
O lugar certo para a criança aprender a obedecer é no lar, enquanto pequena. Se a criança não aprende a obedecer no lar, também não obedecerá mais tarde: na escola, às autoridades, etc. Na Bíblia temos a história de Adonias, um filho revoltado contra a autoridade do pai, tentando usurpar o poder pela força. O versículo 6 dá as causas fundamentais dessa maneira de proceder: “nunca o seu pai o tinha contrariado…”

É preciso gerar no lar um ambiente agradável de diálogo e respeito, onde Cristo seja o centro de toda nossa vida, onde os filhos sejam obedientes, honrando os seus pais, e os pais criem os filhos na disciplina e admoestação do Senhor. (Ef 6.1-4)

III. ENCONTRANDO A ESPIRITUALIDADE NO LAR
A Espiritualidade Familiar é o esforço e a luta da família para conciliar seus projetos pessoais e familiares com o Plano de Deus. Para isso, a família pode seguir em 3 direções:

1. CONHECER A VONTADE DE DEUS – o conhecimento da vontade de Deus leva ao equilíbrio no relacionamento familiar. Para conhecer a vontade de Deus, a pessoa deve: a) Estar atenta para perceber as manifestações do amor de Deus; b) Saber escutar para discernir quando Deus está falando consigo, pois Ele sempre está falando com Seu povo; c) Desenvolver uma vida devocional.

A prática da VIDA DEVOCIONAL (oração, jejum, meditação, estudo bíblico) fica muito evidente na história do povo de Deus, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Descobrimos também que na história do povo Metodista, isto era uma prática comum, especialmente na vida de seu fundador, João Wesley. Textos bíblicos que inspiram a vida devocional são: Mateus 6.1-28, Salmos 1, Salmos 19.7-14, Mateus 7.24-27 e muitos outros.

2. CONHECERMOS A NÓS MESMOS – a construção da vida familiar deve ser feita em cima de bases verdadeiras e não de mentiras, de meias verdades, da imaginação e de algo que idealizamos mas que parece ser inatingível diante da realidade que se vive. Neste conhecimento pessoal e mútuo descobrimos fraquezas e virtudes e podemos estabelecer limites. O Projeto de vida elaborado a dois é fundamental para a espiritualidade equilibrada.

3. FAZER COISAS JUNTOS – atividades, brincadeiras, passeios, viagens, culto doméstico, trabalhos, ir à igreja, fazer a tarefas domésticas reservadas para a mulher, fazer as tarefas domésticas reservadas para o homem, etc. Um com programa de leitura ajuda a “oxigenar” a mente do casal e sugere novos pensamentos e idéias para o casal aprofundar a reflexão, o diálogo e a convivência.

São algumas coisas que podem ser feitas para encontrar-se a espiritualidade familiar, mas o casal apaixonado e criativo pode encontrar outras formas de conquistar esta espiritualidade conjugal e familiar e explorar a felicidade que Deus possibilita ao homem e mulher e a seus filhos. Mas devemos lembrar que o respeito, carinho, a valorização e a sensibilidade para as necessidades do outro são primordiais para uma espiritualidade familiar equilibrada e abrangente.

IV. DEVERES FAMILIARES

PAIS E MÃES
Ser exemplo – I Reis 9.4; II Crônicas 17.3;
Ensinar Provérbios – 4.3-5;
Fazer as provisões – 2Cor 12.14;
Governar – 1Tm 3.4;
Amar – Tito 2.4;
Corrigir – Provérbios 13.24; 19.18

PAIS
Governar – 1Tm 3.12;
Disciplinar – Provérbio 13.24;
Corrigir – Hebreus 12.5-6;
Ensinar – Dt 6.7;
Criar, não provocar – Efésios 6.4;
Prover – 1Tm 5.8;
Repreender – Provérbios 3.12;
Encorajar – I Tessalonicenses 2.11-12.

MÃES
Disciplinar – Provérbios 29.15;
Ter compaixão – Isaías 49.15;
Consolar – Isaías 66.13;
Amar – Tito 2.4;
Dar carinho I Tessalonicenses 2.7;
Ensinar – Provérbio 1.8