Autor: Juarez Marcondes Filho
Ao recebermos a Cristo como Senhor e Salvador, tomamos a decisão de serví-lo de todo o nosso coração. Esta opção consciente determina o nosso êxito, tanto no crescimento espiritual, como no ministério cristão. É a nossa escolha.
Porém, há uma outra escolha primordial: a escolha que o Senhor faz de cada um de nós. Ela é anterior à nossa decisão por Cristo. Ela é a base da nossa escolha. Jesus declarou: “não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (João 15.16, 17).
Se amamos a Deus é porque primeiramente Ele nos amou (I João 4.19). A iniciativa é sempre do Senhor. Ao aceitarmos o seu Evangelho, estamos, apenas, respondendo com fé à maravilhosa graça do Senhor sobre nós. Ao tomarmos a decisão de servir integralmente a Cristo, só podemos fazê-lo porque Ele, anteriormente, já nos escolheu.
Fomos escolhidos por Deus, antes de tudo, para buscá-lo. É interessante notar como o tema da oração se interpõe no meio do discurso de Jesus. Ele está falando sobre o amor e a frutificação e então, afirma: “tudo quanto pedirdes…” Deus nos escolheu para gozarmos com Ele íntima comunhão. Ele nos buscou para que, desta feita, pudéssemos buscá-lo de todo o nosso coração.
O apelo da Palavra é insistente: “buscai a Deus enquanto se pode achar” (Isaías 55.6). Este é o tempo que Deus nos conferiu para, com sinceridade de coração, estarmos diante da sua presença, derramando o nosso coração no seu altar, crescendo espiritualmente, conhecendo mais e mais ao Senhor.
O serviço cristão exercido sem a atitude da comunhão com Deus pode degenerar em mero ativismo. Deus nos quer em seu serviço, mas, primeiramente, requer que estejamos em sua presença. Cuidemos para não estar lutando em prol do Reino, porém, distantes da companhia divina.
Além disto, Deus nos escolheu para amar. Amar a Deus e amar ao nosso próximo (Lucas 10.27). Jesus chegou a determinar que tal orientação se constituísse num mandado, o novo mandamento (João 13.34). Na verdade, se trata do mandamento permanente, imutável, que em Cristo encontrou um novo padrão de excelência – amar até o inimigo.
A escolha da qual somos objeto não desemboca numa mera alternativa: amar ou não amar. Nem amar, sim, ou amar, talvez. Não. Jesus ordenou. É determinação divina. E mais: é uma vocação divina. Temos esta forte convicção de que Deus nos manda amar; Ele nos elege para tal. O chamado para amar é, na verdade, a declaração da nossa vocação no Reino de Deus. Deus nos elegeu para amar.
Por fim, a escolha divina é para frutificar. “Que deis fruto”. A escolha que recai sobre nós, não nos garante nenhum status espiritual especial. Ninguém pode olhar para a sua eleição e pensar: “sou realmente um escolhido por Deus e, isso é tudo”. Nossa escolha não é resultado de mérito pessoal. Pelo contrário, ela se sustenta na rica misericórdia do Senhor.
A frutificação deve ser a mais abundante possível: “muito fruto” (João 15.8). A safra precisa ser cada vez maior. O entusiasmo do crente novo não pode ceder à acomodação do crente experimentado. Ao contrário, nossa colheita deve ser crescente. E, além disso, permanente: “que o vosso fruto permaneça”.
Deus nos escolheu para trabalharmos em prol do seu Reino. E o trabalho deve ter como conseqüência muitos frutos. Frutos que saltem para a vida eterna.
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