Autor: Salvariano P. da Silva
INTRODUÇÃO:
No Proto-Evangelho, em Gn 3.15, temos o que podemos chamar de o ponto chave para a compreensão dos conflitos mundiais e sua relação com o mal. Neste texto, o próprio Deus, declara uma guerra entre o bem e o mal, e de antemão já define o lado vencedor. Com o anúncio em primeira mão de que o descendente da mulher, que é Cristo, pisará a cabeça da serpente. Vejo este versículo, como uma das mais importantes profecias da bíblia. Aliás, a bíblia toda, a partir deste ponto, é para explicar esta profecia. Aqui, começa a cadeia de referências, para o nascimento de Jesus Cristo, passando por – Sete, Noé, Sem, Abraão, Judá, Davi…- até que o apóstolo Paulo diz em Gálatas 4.4,5 “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. E assim, por um ponto final na “inimizade” do homem com Deus – ma, a luta contra o mal continua…
COMENTÁRIO:
ISRAEL E OS CONFLITOS NO ANTIGO TESTAMENTO
A história de Israel no A.T. é uma história de lutas. Deus, mesmo avisara a Abraão – “Tua descendência será peregrina em terra estranha”. Lembrando de Gn 3.15, onde Deus promete a redenção por intermédio do descendente da mulher. E uma vez que Deus chama e separa Abraão e Israel sua descendência, como o povo escolhido para a concretização da promessa. Entra em cena o grande conflito – onde o inimigo lança suas forças, tudo fazendo para tentar impedir que o Messias viesse ao mundo.
Neste conflito, houve pelo menos, cinco momentos críticos para Israel no passado. Momentos em que, parecia que o inimigo ganharia a batalha. O primeiro desses momentos foi, a apostasia do bezerro de ouro. Quando o povo não teve a devida vigilância e perseverança para esperar Moisés descer do Monte Sinai com as palavras de Deus. Desta apostasia, somente a tribo sacerdotal – de Levi – manteve-se leal a Deus. O segundo momento, Israel estava em Sitim. Durante a peregrinação no deserto, e por conselho de Balaão, Israel cai na corrupção moral, morrendo vinte e quatro mil pessoas naquele dia. A terceira crise de Israel foi quando Deus fez Aliança com Davi. E diz que o futuro Messias nascerá de sua família. Davi cai em pecado e compromete a Aliança. Porém há arrependimento e concerto e o plano de Deus continua firme. No tempo de Éster houve um plano maligno para exterminar todos os judeus, Deus intervém através de Mordecai e Éster e livra os judeus do extermínio, porque Jesus nasceria desse remanescente. Finalmente Jesus nasce! E vem o quinto momento difícil. Aparece Herodes decretando a morte dos inocentes, para naquele meio Jesus morrer.
Em todos esses momentos críticos na história do povo de Deus, o inimigo perdeu a batalha. E a promessa de vitória sobre a mal, anunciada por Deus no Éden, foi proclamada com um grito triunfante de Jesus na cruz, quando bradou: “tudo está feito”.
O MOMENTO ATUAL:
Observando os desencontros do mundo hoje, é fácil perceber que há uma força oculta, que influencia e quer manipular o mundo. A história nos mostra que todos os modelos de governos que os homens já experimentaram, não foram capazes de trazer a justiça, a igualdade e uma vida de paz. O que predomina é a força, a ganância, o egoísmo, a ambição, o prazer. Jesus disse que o príncipe deste mundo é o maligno. O apóstolo João declarou que o “mundo jaz no maligno”. O atual sistema mundial no sentido eticamente ruim está organizado sobre estes princípios cósmicos da maldade. O mundo dos homens tem se apresentado como, imponente, desenvolvido e poderoso. Visivelmente se nota que é religioso. Cada povo ou etnia prega a sua religião. Todas afirmando ser útil para melhorar o ser humano. O mundo é visto como sendo, culto, elegante, científico, tecnologicamente avançado. Mas, basta dar uma olhada em suas entranhas, para descobrir que toda esta aparência é enganosa. E o sistema é mantido através de força militar. As rivalidades, e ambições nacionais e comerciais, apenas se mantéem em qualquer crise, pela força armada. Os países ricos, chamados de “primeiro mundo”, impõem a todo custo, por meio de suas forças políticas, econômicas e militares, barreiras e condições tais que os países ditos, “terceiro mundo” não tem praticamente nenhuma chance de desenvolvimento e de melhoria na qualidade de vida da maior parte de suas populações. Que nem mesmo sabem o que é desenvolvimento e vida com um pouco de dignidade. Alguns pensadores já falaram que, esta situação é como uma bomba relógio que, mais dias menos dias explodirá.
Estes conflitos mundiais são, a mais clara evidência de que há uma força invisível e maléfica influenciando as nações e as pessoas colocando-as, umas contra as outras. O mundo caminha aceleradamente para o afunilamento e o resultado final de sua rebelião contra Deus. Jesus vaticinou, “E certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras”- Mt 24.6. A Bíblia nos fala que ao se aproximar o fim, as guerras se tornarão gerais, devastadoras e freqüentes. Todo este estado de coisas aponta para o momento em que haverá um confronto final entre as forças do mal e o lado de Deus.
Há uma tendência mundial evidenciada pela globalização, de centralizar as decisões e as leis. Já nos idos de 1960 se dizia “que nação alguma podia viver para si própria, pois o que afeta um país afeta a todos”. Que o diga o povo brasileiro, neste início de terceiro milênio! É o mundo se preparando para o governo do super-homem, que será a própria encarnação de Satanás. O qual se levanta contra tudo o que se chama Deus ou objeto de culto. A Bíblia ensina que o mundo atingirá certo ponto no qual se criará um governo mundial, surgirá um ditador mundial ou presidente mundial. A Bíblia afirma também que o homem é tão rebelde contra as leis de Deus que, algum dia, reunirá seus exércitos contra o próprio Deus. Este será o último grande conflito. Como Deus responderá? Certamente não será uma resposta de misericórdia nem de tolerância. Porque isto Deus tem feito desde o início. A resposta de Deus a toda esta loucura humana de seguir o mal, será uma resposta de juízo. Mas para os que temem a Deus e estão em Cristo Jesus, a garantia é: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Rm 8.1.
CONCLUSÃO:
E o cristão, como se comporta no meio de toda esta situação? Como cristãos, nascemos para enfrentar dificuldades, do mesmo modo como os demais. Quando o país enfrenta a depressão econômica podemos estar desempregados, quando irrompe a guerra achamo-nos em perigo. Estamos expostos às mesmas doenças e a muitos dos mesmos problemas psicológicos que afligem a muitos. Desta forma, devemos cultivar interesse pelo mundo atual, e fazer tudo o que pudermos para ajudar o nosso próximo, com quem convivemos, seja ele crente ou não.
O crente é diferente, mesmo neste mundo, ele possui privilégios. E o maior privilégio que o verdadeiro filho de Deus tem, é que ele afirma sua isenção quanto a todas as ordens de Satanás e, na verdade, somos os únicos inteiramente livres. Ainda que haja um forte apelo do mundo para que o crente assimile sua forma de vida, o filho de Deus prefere ouvir e seguir o apelo do Apóstolo Paulo – “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”.
A Bíblia ensina que nós os cristãos, somos forasteiros na terra. Somos estrangeiros, gente de fora, peregrinos e residentes temporários aqui neste planeta. “Não temos aqui cidade permanente”- Hb 13.14. Queremos um país melhor que é o céu. Amém.
Pr. SALVARINO PINTO DA SILVA
Formado em Teologia, Pós-Graduando em Ciencia da Religião
Pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Anápolis
Bairro Boa Vista Norte – Anápolis GO
Sps1@ig.com.br
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