Autor: Eli Fernandes de Oliveira
Neste artigo, desejo compartilhar com meus leitores uma grata conclusão no tocante à leitura da Bíblia. Quando nos aprofundamos no estudo dos Evangelhos, chegamos à absoluta convicção de que Jesus não somente foi o maior psicólogo que o mundo já conheceu, como também foi o mais inteligente e sábio ser humano a passar por este “vale de lágrimas”.
A fim de cumprir a missão para qual o Pai o enviou, “buscar e salvar o que se havia perdido”, Jesus descobriu o caminho das montanhas, do deserto, onde, no silêncio, podia refletir e orar. A Bíblia diz que, após o batismo, “foi conduzido pelo Espírito no deserto…tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites”. O tempo gasto em oração no deserto conferiu-lhe a vitória na tentação que se seguiu (Mateus 4.1-11), No Getesêmane, na companhia de três discípulos, retirou-se mais uma vez, para meditar e orar…e indo um pouco mais adiante, prostrou-se sobre Seu rosto, orando”.
Retirar-se, para completar e orar, é ter profunda experiência com Deus, consigo mesmo e com a vida. Temos viajado muito por esse mundo de Deus. No avião, lá do alto, observando a terra distante, enormes montanhas são suaves ondulações, extensos rios são filetes, prédios são caixas de fósforo.
A lição é que todas as coisas podem ser vistas em outra dimensão, quando tomamos distância, ganhamos altura. Jesus, para encarar as muitas facetas da vida humana, afastava-se da rotina borbulhante, para o silêncio. Dava-se um tempo, elevava-se até o Pai. O silêncio convida à meditação séria, à reflexão. Aponta o perigo das decisões apressadas, tomadas no cenário tenso e escurecedor dos ruídos, das buzinas, embaçado pela fumaça das chaminés.
A contemplação no silêncio deu a Jesus mais agudeza de espírito, fê-lo destro, vivo, pronto a atender todas as necessidades do homem. E como é maravilhoso ler, por exemplo: Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós meu jogo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.
Voltando-nos para Jesus, somos convidados, por primeiro, a seguir-lhe os passos, a beber da inesgotável fonte da vida, a renunciar a nós mesmos, a imitá-lo, como fez o grande apóstolo Paulo, a ponto de dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)
E, dentre as muitas e extraordinárias coisas que aprendemos dele, um, com certeza, muito rapidamente nos chama a atenção: diante dos grandes problemas que nos angustiam, diante de tanta incerteza, da tensão que nos conduz a decisões eivadas de superficialidades e erros, tomemos distância. Ela poderá conferir às coisas que nos cercam a dimensão correta.
Mormente agora, quando são conhecidos os danos desse veneno que leva o nome de “civilizado” de poluição ambiental e sonora, busquemos o verde das Campinas, a serenidade dos lagos, a paz das montanhas.
Fiquemos sós com Deus e experimentemos a força da oração. Atestaremos os resultados: Seremos homens mais profundos e conscientes, mais serenos, mais argutos, aprendendo com Jesus os tesouros do silêncio para a oração, para maior comunhão com o Pai, que está sempre pronto a nos indicar o caminho a seguir.
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