Onde estão os evangélicos?

Autor: Rev. Naamã Mendes
Segundo informações da mídia em geral, o Brasil tem milhões de cristãos, mas onde estão eles? Quais são as influências e as mudanças significativas que eles têm provocado no nosso país?
Nos últimos anos, os evangélico têm ocupado importantes espaços na mídia, tornando-se notícia, às vezes boa, às vezes nem tanto, às vezes ruim.. Entre os maiores vendedores de CDS estão os cantores evangélicos, eles só perdem para o também religioso Padre Marcelo.
Na política, os evangélicos têm ocupado muito espaço. Existem centenas deles envolvidos em cargos e demais funções nos governos federal, estadual e municipal. Atualmente, já existe até um candidato evangélico à presidência da República.
Na nossa cidade, uma grande parcela da população é evangélica. Todavia, não se percebe influência marcante dos evangélicos na política municipal, nem na política estadual pertinente aos interesses da nossa municipalidade. Não se trata, porém, de falta de percepção crítica ou de capacidade e competência para influenciar e marcar a vida da cidade e, por extensão, do país. De modo geral, os evangélicos percebem que há uma deterioração dos padrões e dos valores historicamente estabelecidos como necessários ao aperfeiçoamento da sociedade. Eles criticam a violência, a corrupção, a desonestidade, a imoralidade, o desrespeito à vida, a ganância econômica, a destruição ecológica, os preconceitos raciais e demais injustiças sociais. Todavia, apesar dessa sensibilidade espiritual e social, os evangélicos, como a maioria dos brasileiros, têm uma certa tendência de culpar o mundo, ficando, assim, imunes da conscientização de que também são culpados. Aliás, segundo a Bíblia, os evangélicos são os únicos culpados. Vamos explicar essa questão com ilustrações.
Se uma casa fica escura, quando chega a noite, não adianta culpar a casa, porque a culpa não é dela, mas da fonte que gera a luz e do sistema que a distribui.
Uma outra maneira de ilustrarmos a questão seria: se a carne estraga não é mais possível alimentar-se dela. Portanto, nessa circunstância, culpar a carne não faria sentido algum, o que se precisaria saber é por que não colocaram sal na mesma, permitindo que suas bactérias se proliferassem.
Esse processo de inversão de discernimento também acontece no âmbito das questões sociais. Se a sociedade está se decompondo e perdendo os seus valores, tornando-se como uma noite sem luz ou como um pedaço de carne apodrecida, não é nela que encontraremos respostas para as suas deficiências ético-morais, mas nas entidades e nos indivíduos que a constituem, e entre os quais nós evangélicos estamos inseridos. As guerras e demais violências acontecem quando os indivíduos abandonam o amor a Deus e ao próximo, deixando-se à mercê da própria sorte, do egoísmo e do individualismo. Nessa altura dos dramas que vivemos enquanto sociedade deveríamos perguntar: onde estão os evangélicos? Por que aqueles que foram chamados para serem sal da terra e luz do mundo não fazem diferença? Por que os evangélicos não estão impregnando a sociedade com os princípios e valores bíblicos e familiares? Por que os evangélicos não conseguem transformar o mundo em que vivem? A Bíblia diz que somos sal da terra e luz do mundo, quando isso não ocorre, o sal torna-se insípido e só serve para ser pisado pelos homens .
A Bíblia diz: vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelos que passam. Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.( Mat.6: 13 – 16).
Se há apodrecimento e escuridão no lugar onde vivemos e atuamos é porque as nossas vidas não produzem sal nem luz para fazer resplandecer o rosto do Pai. Portanto, temos que assumir a culpa e a responsabilidade.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*