Autor: Caio Fábio
Atos 27: 1 a 44.
A leitura do texto acima é essencial!
Portanto, leia-o!
Trata-se de um naufrágio. Paulo estava no navio. A viagem estava acontecendo porque ele apelara para a Suprema Corte, em Roma.
Júlio, o centurião romano, o escoltava!
Lucas estava com ele!
Os dias eram antigos. Viagens de navio não eram seguras. O mar Adriático mostrava uma cara maligna!
Havia cheiro de perigo no ar!
Os ventos eram maus!
O melhor teria sido não sair de Bons Portos!
Júlio, todavia, decidiu ir mesmo que fosse contra o tufão, pois os técnicos julgavam que não haveria problemas!
Eles foram e se arrebentaram!
Mas é nesse insucesso da viagem que se aprende com Paulo como lidar com as situações-furacão que nos acometem na vida.
1. Primeiro Princípio: use o bom senso para não entrar na tempestade. Se há cheiro de chuva, não vá (27: 9-10). Realismo é parte de qualquer sabedoria. Não há gestão sem senso de realidade. E a espiritualidade cristã não promove a suspensão de ventos e nem nos incitar a tentar ao Senhor. Para Paulo melhor teria sido que não tivessem saído de Bons Portos (v. 8).
2. Segundo Princípio: se você já entrou na tempestade, não despenda energia se alimentando de “razões passadas”. Paulo diz que era melhor não terem ido. Mas já que foram, diz ele, “agora vos aconselho bom ânimo”(v. 21-22). Deve-se fazer tudo para não entrar. Mas se se entrou, a única saída é não viver de antigas razões ou mágoas. Uma vez dentro do problema é preciso trocar “razões” por bom ânimo. A história não muda com explicações, mas com ações!
3. Terceiro Princípio: ninguém entra no tufão e sai sem perder alguma coisa. Paulo sabia disto. Há perdas certas. Então, a questão crucial é decidir o que perder. Para ele o que não se poderia perder eram vidas. Coisas são reposicionáveis, vidas não. Daí, para ele, perder-se-ia “somente o navio”(v.22). Há pessoas que preferem salvar coisas que vidas. Quem perde coisas não perdeu muito. Quem perde vidas perde o que não se repõe! Portanto, abra mão. Dos males o menor. Ninguém sai do furacão com tudo na mão!
4. Quarto Princípio: entenda que bom senso e oração se complementam. Discirna que ações humanas e visitas angelicais não são fatores antagônicos. Assim é que o anjo que visita a Paulo é mais um “assessor” que um “interventor”. É por somente crermos em anjos pirotécnicos que não discernimos a presença dos anjos sóbrios. Paulo aceitava a visita de anjos que mostravam o caminho, mesmo que não parassem os ventos (v. 23-26).
5. Quinto Princípio: creia na visita de anjos, mas não abra mão de todos os recursos humanos (v. 30-31). Paulo era apóstolo, não marinheiro. Por isto, mesmo visitado pelo anjo, ele não dispensa a técnica dos marinheiros. Ele sabia que sem aquela experiência o salvamento seria muito mais difícil.
6. Sexto Princípio: creia em tudo o que foi dito acima, mas nunca ache que anjos, substituem energia humana. Assim é que Paulo recomenda não apenas bom ânimo e fé, mas também comida e cuidados com as energias do corpo (v. 33-36). Era uma urgência que não pedia jejum!
O resultado é que eles se salvaram. Porém, todos os elementos da Graça estiveram presentes no salvamento: realismo (bom senso), bom ânimo, escolha entre as perdas, certeza sobrenatural da presença divina, auxílio humano e técnico, e, por último, a manutenção do vigor físico.
Aqui há princípios aplicáveis à todas as dimensões da vida. Também há aqui a demonstração do que seja uma espiritualidade genuinamente integral. Nessa espiritualidade se crê em anjos e na ajuda humana; em comida para o corpo e em bom ânimo para a alma; em realismo para não se entrar e em esperança para se sair; e, também, sabe-se que num mundo caído a gente sempre tem que escolher entre as perdas inevitáveis; ou seja: dos males o menor! Assim, deve-se escolher a vida e não as coisas. Quem sobrevive pode reaver coisas. Quem morre não tem o que reaver!
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