Autor: Isaltino Gomes Coelho Filho
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infama, resolveu deixa-la secretamente. Enquanto ponderava nestas cousas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, Filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isso aconteceu, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor, e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus. (Mateus 1:18-25).
Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos â tua procura. Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.(Lucas 2:48-50)
O excessivo misticismo que marca o cenário evangélico faz com que algumas pessoas pensem na Bíblia como um depósito de promessas espirituais ou um receituário de bênçãos para alguém. Deixamos de ver a Bíblia como um livro vivencial, um livro que tem muito a ver com a vida real, concreta das pessoas, mostrando-nos princípios sobre como as pessoas devem viver.
Infelizmente esta visão mística, de procurar um amuleto verbal, uma fórmula mágica dentro da Bíblia para se recitar, para se proteger contra isto ou aquilo, ou para se alcançar uma determinada bênção, faz com que não a vejamos como o registro de homens e mulheres ao longo de um milênio e meio, período de composição da Bíblia, que viveram experiências com Deus, e legaram princípios profundamente vivenciais para o nosso viver.
No dia das mães, falei sobre a mãe segundo o coração de Deus e minha personagem foi Maria. No dia dos pais quero falar sobre o pai segundo o coração de Deus e meu personagem é José. À semelhança do que disse no dia das mães quero repetir que tenho muito receio que o dia das mães o culto se torne um culto às mães e o dia dos pais um culto aos pais. É evidente que devemos ser gratos por nossos pais, e aqueles que devem ser pais devem sentir o peso de serem pais, mas o culto é a Deus, e a nós cabe uma reflexão sobre a nossa tarefa, sobre a nossa condição.
Assim como Deus escolheu Maria, eu disse isso na mensagem “A mãe segundo o coração de Deus”, porque viu nela a melhor mulher da época para criar Jesus Cristo, sem dúvida que a escolha de José também não foi acidental. Se Maria foi uma das melhores mulheres do mundo, de José pode-se dizer que era um dos melhores homens do mundo. O que impressiona em José é que dele não temos nenhuma declaração e só podemos formular idéias sobre ele por inferência. Mas no seu caráter vemos alguns princípios que são muito válidos para nós que somos pais. Se alguma mãe disser assim: “Nós já fomos ‘escovadas’ no dia das mães, hoje os maridos é que serão”, será uma postura errada. Ajude o seu esposo a ser um pai segundo o coração de Deus. Você, que é filho, é muito fácil ser crítico, mas um dia você será pai.
Sempre digo que quando não tinha filhos eu sabia tudo sobre como criar filhos. Tinha lido uma meia dúzia de livrinhos, principalmente esses livros evangélicos que dão receita para tudo. Depois que eles nasceram descobri que não sabia nada e na medida que eles foram criando-se e se desenvolvendo foi que descobri que eu estava mais perdido ainda. A graça de Deus é muito grande e ajuda a superar as limitações. Isto é para nós um conforto. Mas vamos me deixar de lado. Ninguém precisa saber que eu era livresco e depois aprendi na experiência, e vamos nos centrar em José.
Como é o pai segundo o coração de Deus? Vou fazer três afirmações e gostaria que nós, pais, nos víssemos aqui dentro. A primeira delas é esta: O PAI SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS É AQUELE QUE BUSCA O MELHOR PARA AQUELES QUE AMA. É o primeiro texto. Ele põe José numa situação muito esquisita. O texto diz que ele estava desposado, estava noivo. No costume oriental o noivado não podia ser dissolvido. Era tido praticamente como um casamento, era um contrato pré-nupcial para o qual o único motivo de dissolução seria um caso de adultério de uma das partes. No caso, não sendo casado, não seria adultério, mas prevaricação, em que uma das partes tivesse uma relação sexual indevida com uma terceira. De repente Maria aparece grávida e a situação de José é esquisita. Maria está grávida e ele tem certeza que não foi ele. Qualquer desculpa que Maria pudesse dar para José seria injustificável para o homem. “José, estou grávida!”. “Mas grávida de quem Maria?”. “Ah, José, sabe como é, estou grávida de Deus”. “Você está grávida de Deus?” “É!”. “Maria, você não espera que eu engula esta?”. Isso é um pouco complicado. Mas Maria aparece grávida e o que José faz? Pela lei judaica Maria seria apedrejada. Este era o rigor da lei judaica, o apedrejamento de Maria. A vergonha pública de José e o apedrejamento de Maria. O que José faz? Nós pensamos que José simplesmente ficou magoado, achou que Maria o traiu, e quis ir embora. Não. Ele some. Se ele fizesse isto o povo diria assim: “Aquele José era um sujeito sem vergonha. Ele engravidou Maria e sumiu, caiu na estrada, foi embora”. Maria não seria apedrejada porque afinal de contas o engravidador poderia tê-la forçado, violentado, e tanto era um sujeito sem caráter que não ficou para assumir nada. Foi embora. A culpa cairia toda sobre José. A preocupação dele não é com a sua dignidade pessoal mas com o bem estar de Maria. Ele vai embora, a culpa dele, e ninguém faz nada com Maria. Era um homem bom, queria o melhor para a mulher que amava. Neste sentido José é uma advertência muito grande porque há muitos maridos que usam a esposa, que se servem dela, vêem uma criada, um objeto, uma coisa, mas não uma pessoa a amar, a cuidar, a proteger.
José é um homem que tem o relacionamento com a esposa, ou, no caso, com a futura esposa, ditado pela bondade, pela dadivosidade. José está antecipando aquilo que Paulo vai dizer mais tarde, “vós maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a igreja”. Não é um amor utilitário, que se serve, mas um amor dadivoso e este traço da bondade de José é muito necessário para nós. Falta bondade para o mundo. Este é o mundo marcado pela brutalidade, pela insensibilidade. A maldade, a violência, que é mostrada como entretenimento, a pornografia que brutaliza o sexo, que deve ser algo expressivo dentro de um contexto de amor. O cinismo nas relações sociais, a hipocrisia social, todas estas coisas são evidências de um coração embrutecido, de falta de bondade no trato com as pessoas. Sem dúvida que um pai que é amoroso, que mostra amor em casa no jeito de tratar a esposa, mostra amor no jeito de tratar os filhos, tem um peso significativo para melhorar este mundo. As crianças são o que aprendem em casa. Muito do comportamento é ditado pela rua. Em boa parte das vezes a rua exerce um fator transmissivo de conceitos maior do que o lar. As influências emocionais da rua em alguns momentos são maiores que as influências domésticas. É porque sem dúvida a influência doméstica está fraca e porque o lar não está marcando significativamente. Mas os filhos aprendem primeiro do caráter dos pais e a função da família, além da proteção à criança é a sua socialização: ajudar a criança a viver em grupos, a relacionar-se com outros. Quando os filhos vêe
m maldade nos pais eles aprendem maldade, aprendem a busca de levar vantagem em tudo, a famosa lei de Gérson. O pai cristão, que deve ser um pai segundo o coração de Deus, é uma pessoa que mostra bondade no trato, não apenas com palavras melosas mas com atitudes significativas. Ele busca o melhor para quem ama, ele é amoroso para com a esposa e os filhos. Não é um sultão a ser servido mas alguém que entende que tem pessoas sob sua responsabilidade confiadas por Deus, que ser pai é um ministério que Deus concedeu ao homem e procura se desincumbir disto com seriedade. O pai segundo o coração de Deus busca o melhor para aqueles que ama.
A segunda afirmação, e esta embasa a primeira, é QUE O PAI SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS É UM HOMEM QUE OBEDECE A PALAVRA DE DEUS. Mateus 1:24-25 diz assim: “despertado José do sono fez como lhe ordenara o anjo do Senhor”. Ele aceitou o risco de obedecer. Ele tinha algo em mente e no entanto a palavra que Deus lhe envia colide com o que ele tem em mente e ele muda a sua posição. Ele aceita o risco da obediência. A palavra de Deus vem antes da sua vontade pessoal. Em Mateus 2:19 temos o episódio que é a volta de José, Maria e Jesus do Egito. O texto diz assim:
Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito, e disse-lhe: (Mateus 2:19)
Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe, e regressou para a terra de Israel. (Mateus 2:21)
Mais uma vez a vida de José está com as atitudes condicionadas à palavra de Deus. Aquilo que Deus lhe envia como mensagem é o que ele faz. Ele vai habitar, termina o nosso texto, em Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas. Do sentimento de José, lemos que ele temeu a Deus. Lemos também “ por divina revelação”. Ele encarava aquilo que Deus lhe encaminhava como revelação. Em todo momento que nós vemos José ele está fazendo alguma coisa e o que está fazendo nunca está em falta de sintonia com o querer de Deus. Em Lucas 2:21 lemos:
Completados oitos dias para circuncidado o menino, deram-lhe o nome de Jesus, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido.
O pai, na sociedade hebraica, escolhia o nome do filho e ele põe o nome que o anjo ordenara. Passam-se os dias da purificação de Maria e aí, segundo a lei de Moisés, diz Lucas 2:22, leva o menino a Jerusalém para apresentar ao Senhor. Ele está cumprindo o que a lei diz. O versículo 23 diz: “conforme o que está escrito na lei do Senhor”. Versículo 24: “para oferecer um sacrifício segundo o que está escrito na referida lei”. Já notaram que todas as vezes que se fala de José ele está cumprindo a lei? Que todas as referências de José são para mostrar que ele está obedecendo ao que a lei manda? Nas poucas, nas escassas referências a José, nós nunca o encontramos em falta de sintonia com a palavra de Deus. Ele não só vivia a palavra, mas como pai mantinha a família dentro da palavra. Falta isto a muitos pais cristãos. Eles não encarnam a palavra de Deus na sua vida. E, isto não é dito com sadismo, mas com tristeza, a muitos pais cristãos falta autoridade moral para passar ensinamentos espirituais a seus filhos porque os seus filhos não vêem isso na sua vida.
Que autoridade moral tem um pai desbocado para ensinar alguma coisa aos filhos? Que autoridade tem um pai bruto, que trata a esposa aos berros, para ensinar alguma coisa aos filhos? Que autoridade tem um pai bêbado, para mostrar aos filhos como viver? José não fala, ele vive. José não exibe verbalmente, ele mostra no caráter. É um homem que obedece a Deus e isto está patente nas suas atitudes. Pais e futuros pais, o maior desafio para nós não é dizer aos filhos o que fazer. É mostrar na nossa vida aos nossos filhos como nós devemos ser. E quando a vida é um testemunho não é preciso muita força. Pai cristão, obedeça a Deus para que seus filhos obedeçam. Não adianta empurrar o filho para a igreja e ir para o clube. Não adianta empurrar o filho para a igreja e ir para o jogo de futebol. O que você está dizendo para ele é o seguinte: ”Igreja é coisa para criança, para menino, quando você for adulto como eu não vai mais precisar de igreja”. É como aquela velha história da mãe que estava obrigando o filho a comer verdura e o filho perguntou: “Mãe, por que eu tenho que comer verdura?”. E o pai disse assim: “Coma bastante verdura, meu filho, para crescer, ficar forte e quando for grande obrigar seus filhos a comer verdura”. Ou seja: “Não há nenhuma explicação, é que nós temos autoridade e queremos que você coma verdura”. “Sou seu pai e quero que você seja isto”. Seja e ele imitará. Meu pai não era evangélico, hoje é membro de uma igreja em Brasília, tem dois filhos pastores e é ovelha de um deles. Não me ensinou muito sobre Deus, na realidade nunca me falou nada sobre Deus, mas meu pai me deixou um legado – amor ao trabalho e amor à esposa. Eu vi como meu pai amava a minha mãe. Eu vi como ele se dedicava à minha mãe, principalmente no período em que ela estava como doente terminal. Estas coisas não precisam ser escritas, são vistas, guardadas, e servem de referencial, de modelo. Obedecer a palavra para que o filho obedeça.
O pai segundo o coração de Deus busca o melhor para aqueles que ama, obedece a palavra e O PAI SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS É UM HOMEM COMPREENSIVO. No segundo texto que li, Lucas 2:48-50, José e Maria perdem a Jesus. Pensaram provavelmente que estava com alguém da família na caravana que foi a Jerusalém. Perguntam a um e a outro. Voltam e o encontram no templo. “Logo que seus pais o viram sua mãe lhe diz: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estávamos à tua procura”. Talvez Maria devesse ter dito “eu e teu pai”, porque José não abriu a boca. O que mais impressiona em José é o seu absoluto mutismo. Nós não temos uma palavra sequer de José nos evangelhos. Maria falou e nas duas vezes que falou foi levemente censurada por Jesus . Mas José não abriu a boca. Não há registro de nenhuma palavra sua. Ele parece um homem meditativo, o que para homens já é também um bom indicativo porque via de regra somos muito impulsivos. Alguns contam até dez: um, nove, dez. Outros não contam, simplesmente agem, mas José só age depois de ouvir a voz de Deus e aqui no caso quando Jesus diz: “por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu pai?”; José também se cala. O que me impressiona em José é isto: numa sociedade patriarcal como a judaica antiga, ele tinha direitos sobre os filhos e a esposa que eram praticamente tidos como coisa. Mas ele ouve as razões do Espírito, ouve as razões do filho e ouve, se não por palavras, mas ouve a razão da esposa na situação em que ela vive. Sabe o argumento mais estúpido que um pai pode usar? “Eu sou seu pai, tenho razão”. Esta é a maior declaração de incompetência que um pai pode fazer. Não conseguiu ser persuasivo no caráter, não conseguiu ser persuasivo com argumento. Então é a pedagogia do chicote: “Sou seu pai e acabou, eu tenho razão”. Não é verdade, pais erram, eu pelo menos já errei. Mas saber ouvir as razões que muitas vezes para nós são absolutamente insignificantes, razão de criança. Ora, sou um adulto, o que me interessa razão de criança de 7, 8 anos? Criança não pensa. De vez em quando alguém faz esta observação “profundamente psicológica”. Nós sabemos e eles não sabem. Eu tenho a razão e os outros não. Mas em José está esta atitude de compreensão. Como falta compreensão! Quanta gente guarda ressentimento dentro de casa! Cinco ,dez, quinze anos por causa de alguma coisa que ficou lá atrás e que deveria já estar sepultada. Mas um dia vai lá puxa a ficha e diz: “No dia 7 de setembro de 1986, às 15:33 horas, você disse isso”. Falta de compreensão, amargura, ressentimento, ego muito inflado, que não aceita ser contestado, que não pode ser obstado em nada. Como isso prejudica! Como falta compreensão em noss
os lares e como falta compreensão a alguns pais!
Vamos ao final. Ser pai é um peso. Não basta ser espiritual. Vejo muita gente que é tão crente, ama tanto a Deus, mas não ama aos filhos. Esta semana emprestei um livro a um irmão, um livro de Gaarder, fazendo uma análise do pensamento de Agostinho. Como o neoplatonismo de Agostinho marcou a vida da igreja! Por isso na igreja hoje temos coisas que são espirituais e coisas que são carnais. Cantar um corinho é espiritual. Comer um pizza com um grupo de amigos num momento de confraternização, num momento que por vezes talvez seja mais útil para alguém que esteja precisando de apoio do que o cântico daquele corinho, é carnal, é mundano. Toda a vida é espiritual porque toda a vida é um dom de Deus. Porque Deus está em toda a nossa vida. Comentei com este irmão que Agostinho, tão santo, para se tornar um monge, abandonou a esposa e os filhos e deixou inclusive que o filho morresse de fome. Que santidade esquisita! Mas vê-se tanta gente tão espiritual mas sem amor. Tenho tanto medo de santo, tenho mesmo! Em 29 anos de ministério tenho visto que as pessoas mais problemáticas são os santos. Acho que é por isso que Jesus gostava tanto de pecadores. Eles são mais sensíveis à graça. Mais um exemplo de um homem santo, Davi. “Mal rompe a aurora, ó Deus, penso em ti”, diz ele em um dos salmos. Puxa vida, quando acorda ele já está pensando em Deus! Eu não, confesso que não, acordo as vezes pensando em outras coisas. Mas um homem tão piedoso, compôs tantos salmos e nenhum filho dele prestou. Entre os filhos de Davi temos um caso de incesto, um irmão que violenta a irmã, e um caso de fratricídio, um irmão que mata o outro, e depois uma tentativa de parricídio porque um de seus filhos tenta matá-lo. Que coisa! Até o tão decantado Salomão, enfiou os pés pelas mãos. Foi quem trouxe a idolatria para dentro de Israel, trouxe o culto a Moloque para dentro de Jerusalém, um culto em que bebês eram queimados vivos em oferecimento a Moloque. Mas de Davi, ao se falar de um de seus filhos, diz assim: “Seu pai nunca o corrigiu”. Um homem tão santo, tão piedoso, grande guerreiro, grande cantor, grande poeta, grande administrador, mas um péssimo pai. Podemos ser crentes muito piedosos e ser péssimos pais.
A minha grande preocupação sempre foi com a conversão dos meus filhos. Sempre achei que se meus filhos não se convertessem eu não teria autoridade moral para estar num púlpito pedindo às pessoas que se convertessem, porque teria falhado em casa. E queria que este fosse um sentimento de todos nós. A nossa autoridade como pais fica profundamente diminuída, até mesmo para o testemunho lá fora, se não conseguirmos que nossos filhos vejam o nosso testemunho cristão. Não somos responsáveis pela conversão deles porque muitos fatores militam contra isso, mas somos responsáveis por dar um bom testemunho, por encarnar o evangelho, por mostrar Cristo na nossa vida.
Você, que é pai, o seu maior patrimônio não é a sua casa, não é o seu carro, não são os seus cartões de crédito. Seu maior patrimônio é a sua família. Você pode ser excelentemente bem sucedido em todas as áreas da vida, mas se como chefe de família falhar, você é um fracassado porque o que há de mais profundo na vida de um homem é ter uma família para cuidar e poder dizer a Deus: “Eu fiz o que era melhor e deu certo!”.
A minha palavra nesta manhã, se parece dura ou aguda, é no entanto uma palavra amorosa. É um desejo do fundo do meu coração. Que cada pai desta igreja seja um pai segundo o coração de Deus. Que busque o melhor para os que amam, que obedeça a palavra e que seja compreensivo, que mostre na sua vida a graça e o amor de Deus.
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