Autor: Don Mears
Qual foi o maior milagre de todos? Muitos cristãos apontariam para a ressureição de Jesus após a sua morte na cruz; Afinal de contas, este evento é a base da nossa salvação.
Mas porquê considerar a morte e posterior ressureição de Jesus como um evento assim tão grande? Jesus não foi o único a ser ressuscitado; Lázaro, a filha de Jairo e Eutychus também o foram. Porquê então considerar a ressurreição de Jesus como um evento maior que a ressurreição de Lázaro? A razão é simples; Lázaro ressuscitou mas morreu novamente; Jesus pelo contrário foi levantado de entre os mortos para uma vida eterna em glória.
Quando Lázaro foi ressuscitado, muita coisa mudou para ele pessoalmente, mas pouco mudou para o mundo em geral. Pelo contrário, quando Jesus ressuscitou, tudo mudou. A diferença entre estes dois milagres, não está no evento em sí, mas sim na pessoa em questão. No caso de Lázaro, um homem morreu e foi levantado dos mortos para continuar a sua vida mortal. Jesus era muito mais que um simples homem, Ele era o Deus-homem, Deus na carne, Deus incarnado, Deus e homem na mesma pessoa.
Contudo, a razão porque a sua morte e ressurreição têm tanto poder não é porque a morte e posterior ressureição são o maior milagre de todos, mas sim, porque estes dois eventos foram precedidos pelo milagre que é verdadeiramente o maior de todos: o milagre da incarnação. Biliões de seres humanos serão ressuscitados um dia, contudo, o milagre da incarnação permanecerá único.
C.S. Lewis referiu-se à incarnação como “o Grande Milagre”. Ele escreveu: “Os cristãos afirmam que a incarnação é o milagre central… todos os outros milagres preparam-nos para este, ou antecipam este, ou resultam deste… foi o evento central na história da Terra; e a razão de ser de toda a história” (Milagres, capítulo 14).
Através de um milagre que está muito para além da compreensão humana, o Criador passou a fazer parte da sua própria criação, o ser Eterno passou a ter uma existência temporal, Deus tornou-se homem, para morrer e para erguer-se de novo, para salvação de toda a humanidade. “Ele desce; desde as alturas, onde é um ser pleno e absoluto, desce, para o tempo e o espaço, para a humanidade; mais para baixo ainda … (para) o ventre … até às raizes e ao leito marinho da natureza que Ele próprio criou. Mas Ele desce para voltar a subir e levar consigo este mundo arruinado” (Milagres, capítulo 14).
O maior milagre de todos, é aquele maravilhoso e incompreensível acto pelo qual Deus se tornou homem, nascendo de uma jovem rapariga Judia chamada Maria numa mangedoura em Belém, cerca de 2000 anos atrás, durante o reinado de Herodes o Grande.
O poder da vida, ensinamentos, morte e ressureição de Jesus Cristo não está nos eventos em sí. O poder desses eventos deriva da própria pessoa de Jesus. As suas palavras têm força e autoridade porque são as palavras de Deus incarnado. A sua vida tem poder porque é a vida de Deus incarnado. A sua morte e ressureição têm poder porque são a morte e ressurreição de Deus incarnado.
Assim sendo, não é surpresa nenhuma que os quatro Evangelhos começem a descrição da obra de Jesus, enfatizando o milagre da sua incarnação. Mateus revela como Jesus foi milagrosamente concebido no ventre de Maria pelo poder do Espírito Santo, e que Ele era “Deus connosco”. Lucas revelou que Jesus era Filho de Deus. João descreveu como o Verbo Eterno, o qual é Deus, se fez carne na pessoa de Jesus Cristo, para habitar entre nós.
A verdadeira surpresa é que alguns cristãos não dão a importância devida ao maior de todos os milagres. Eles têm as suas razões; A altura do ano em que este grande milagre é celebrado, coincide com a altura em que os antigos pagãos celebravam festivais em honra dos seus deuses, além disso, hoje em dia, a época do Natal está ligada a uma atitude comercialista. Afectados por estes factores, muitos evitam celebrar este festival, contudo, muitas vezes, esquecem se também de dedicar algum tempo para meditar na mensagem que o Natal nos deveria recordar: a mensagem do maior milagre de Deus. É uma pena que como resultado disso, alguns se esqueçam de regozijar no maior de todos os milagres, o nascimento de Jesus.
Não percamos a oportunidade de celebrar este grande milagre, louvando aquele que se humilhou a sí próprio, tornando-se num bébé, numa criança, num ser humano, descendo ao nível da sua própria criação, para que quando ascendesse de novo aos céus, pudesse levantar-nos da decadência e do jugo do pecado, para a glória e para a liberdade.
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