O Jesus da outra religião

Autor: Carlos Siqueira

Certa vez conversava com um amigo de uma religião que professa ser cristã, e fiquei impressionado como o meu conhecimento do senhor era completamente diferente do dele, fiquei preocupado pois este amigo possuía uma vida exemplar, era um senhor que não necessitava de bajulação e elogios sobre o seu comportamento, ele é alguém admirável, se eu não tivesse um pai poderia sem dúvida tê-lo com tal, pois ele é tremendamente amável e carismático.
Desta forma é impossível questionar a sua fé pelo seu caráter, pois normalmente avaliamos a fé das pessoas por aquilo que elas são, realmente as obras sempre falam mais alto do que as coisas que falamos de Deus ou de nós mesmos.
A conversa não chegou a ser uma discussão pois em um determinado momento eu percebi que a sua teologia estava deturpada, eu não tinha como confrontá-lo pois segundo a sua visão a minha bíblia estava completamente errada e eu não tinha como convencê-lo ao contrário, pois ele sempre usava versículos isolados para defender a sua teologia e por mais que eu tentasse mostrar o contexto do versículo, ou até a interpretação correta diante do fato ocorrido, ele havia bloqueado a mente , mesmo com o texto estando claro quanto às verdades da salvação que envolve a graça de Deus, ele permaneceu irredutível na sua teologia.
Tive medo de perder o amigo que em diversos momentos demonstrou ser alguém cheio da graça de Deus, contudo ele nunca a conheceu e o pior ainda, está cego diante da revelação do evangelho, sendo a sua esperança de salvação depositada na interpretação equivocada, da sua religião, e na sua participação no processo que redundaria na sua entrada após a morte no reino de Deus.
O apóstolo Judas em sua epístola entendia esta situação e percebeu claramente o engodo que paulatinamente adentrava no seio da igreja solapando ,segundo ele, a fé que fora dada de uma vez por todas aos santos.
Percebeu que a fé estava sendo confundida por alguns, e ,logicamente após eles, outros estavam tropeçando da mesma maneira na defesa de uma doutrina, que expressava segundo a teologia que não era a que foi dada uma vez por todas aos santos, um Jesus que era mais um expoente de uma experiência religiosa.
Judas entendia que a fé da falsa teologia destituía o senhor da sua soberania, colocando-o em um patamar semelhante aos Deuses do mundo, àqueles que os povos dedicavam culto em virtude do distanciamento do verdadeiro que não divide a sua glória com ninguém , enfim Jesus para eles é poderoso mas nunca será o todo poderoso, pois o verbo que era Deus e habitou entre nós não habitou entre eles.
Judas também declara que estes não possuíam o espírito , contudo incentivava-os a compadecer-se de alguns, que estão na dúvida, arrebatando-os do fogo, que segundo Judas só poderia ser o fogo do inferno, que infelizmente para este meu amigo não existia.
Quanto a nós,diz Judas, não devemos nos preocupar pois aquele que é poderoso nos guardará dos tropeços para nos apresentarmos naquele grande dia imaculados, intocáveis pelo pecado da incredulidade que desvia o homem da palavra de Deus.
A tentativa é nossa mas o convencimento é de Deus, por isto sai com a consciência tranqüila de que aquela vida pertence ao senhor, pois a palavra que procede da sua boca nunca voltará vazia, como martelo quebrando a penha, aquele coração duro e cansado ainda sentirá a alegria da graça de Deus no amor irresistível do senhor Jesus.
Judas percebia claramente que não possuir o espírito não era a palavra final na vida do incrédulo, pois o milagre de Deus reside em salvar aquele que não o reconhece como senhor e Deus, gosto de lembrar a conversão de Paulo que compactuou com a morte de Estevão, ele sabia que Gamaliel havia lhe ensinado muita coisa, mais morrer perdoando os inimigos que o assassinaram e vendo o céu aberto e Deus a recebê-lo, só a seita do caminho com a fé que fora dada uma vez por todas aos santos, morrer em paz com Deus e com os semelhantes só a fé cristã autêntica pode oferecer, pois estes fazem parte da grande multidão inumerável que habitará na Jerusalém celestial.
O senhor deixou claro que o seu reino não era deste mundo, onde é o céu eu na sei, só sei que ele já entrou em mim, pois é o lugar onde Deus está, e hoje sou morada do seu espírito.Um dia eu subirei e encontrarei nos ares aqueles que dormiram esperando este grande dia, confiantes naquele que disse que um dia voltaria para nos levar e estar com ele para sempre.
Enquanto este dia não chega estou ciente da minha vocação, pregar a palavra de Deus mas no intuito de fazer discípulos para o Jesus que é o todo poderoso, edificando-nos mutuamente na fé santíssima, orando no espírito, pois é ele que intercede por nós com gemidos inexprimíveis nos momento de dor, e tristeza profunda quando vemos pessoas tão maravilhosas, mas ignorantes das verdades reveladas à igreja de Deus.

 

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