Autor: Paulo Cesar Ramalho
Quando eu era menino costumava ficar sentado no quintal, olhando para o céu e vendo o formato das nuvens. Eu achava interessante como a cada minuto elas se transformavam com a ação do vento. Algumas se pareciam com pássaros. Outras com coelhos, cachorros, gatos e algumas ainda se pareciam com o rosto de pessoas. Havia nuvens pequenas, outras maiores e outras ainda muito grandes. Algumas eram tão pequenas que aos poucos iam desaparecendo. As suas cores também variavam do branco mais puro até aquelas que, com o reflexo do sol, tornavam-se rosadas e vermelhas. Algumas me assustavam: eram aquelas escuras, carregadas de chuva. Mas hoje percebo que elas também são lindas. Mas algumas coisas me intrigavam: como seria possível a água da chuva ficar dentro delas? Via os pássaros voando e ficava imaginando como eles não se chocavam contra elas (não tinha a noção da altura em que elas estavam). E mais: onde ficava armazenada toda aquela energia que era expelida pelos raios, trazendo tanta luz e um som tão alto, que tantas vezes me atordoava? Todavia, elas vinham e iam movidas pelo vento, sem que eu pudesse fazer nada mais do que apenas apreciá-las.
Eu tentava fazer com que alguns adultos vissem o que eu via mas eles diziam que aquilo era besteira, imaginação de criança que não tinha com o que se preocupar. Estavam sempre ocupados com a outras coisas e não tinham tempo para olhar para cima. Mas eu não desistia e continuava olhando para elas e sonhando com as figuras que via.
Hoje eu cresci. Já não sou mais criança. Compreendi através dos estudos o milagre da água acumulada nas nuvens e da energia que emana delas. Mas ainda gosto de olhar para elas e ver as suas formas. Quem sabe, apesar de ter me tornado adulto, tenha continuado ainda com o coração como que o de um menino, que sonha com os bichos, com as cores e com as formas das nuvens. E se isso é verdade, eu fico feliz, pois sem sonhos a vida perde o seu brilho e o seu encanto. Sonhar é natural daqueles que acreditam que é possível observar algo de bom à nossa volta, mesmo que, para isso, seja necessário olhar acima das nuvens e descobrir que, muito acima delas, existe um Deus que olha para baixo e vê, abaixo delas, sentadas nos quintais de suas casas, pessoas jovens e velhas, crianças e adultas que conseguem ainda, em meio a toda correria da vida, encontrar tempo para sonhar com as nuvens e apreciar o seu formato. E com certeza Ele se alegra com estas pessoas, pois sabe que, no fundo dos seus corações, elas acreditam que, o mesmo Deus que dá forma às nuvens é Aquele que pode dar sentido ao coração daqueles que tiveram suas vidas transformadas em pesadelos devido às tempestades da vida, que trouxeram nuvens escuras e carregadas e que pensam que nada mais pode ser mudado. Quem já olhou para as nuvens sabe que, após uma grande tempestade o céu fica mais claro e torna-se possível contemplar as nuvens ainda mais brancas do que antes. Da mesma maneira, aquele que confia em Deus sabe que, de uma hora para outra Ele pode soprar sobre ele a Sua bênção e mudar totalmente sua situação, transformando aquilo que parecia um grande problema em uma nova oportunidade.
Por isso, pare um pouco. Sente-se no quintal de sua casa ou no terraço do seu apartamento e olhe para o céu. Com certeza você irá se lembrar dos seus tempos de crianças e verá que nenhuma tempestade dura a vida toda e que, quem sabe, Deus permitiu que você passasse por ela para limpar sua visão e ver que existem muitas coisas boas ao seu alcance, que só serão alcançadas se você voltar a sonhar como criança.
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