Autor: David Wilkerson
Qual é o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo? Até a maioria dos não-crentes sabe que a Bíblia contém o relato de quatro evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João. Então, qual é a essência destes evangelhos, ou as “boas novas”? Quando os cristãos falam do evangelho de Jesus Cristo, do quê estamos falando?
As escrituras nos dão várias definições quanto a o quê é esse evangelho. E devemos usar essas definições bíblicas para determinar se o verdadeiro evangelho de Cristo está vivo na Sua igreja. Vejamos:
1. Jesus diz que a Sua igreja é uma igreja de autonegação e de cruz.
O Senhor disse a Pedro: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24).
É claro, pertencer à igreja de Jesus significa mais do que meramente crer nEle. Muitos cristãos nos dias de hoje simplesmente “apóiam Jesus”. Sua atitude é, “Eu votei em Cristo. Isso faz com que eu seja um membro do partido dEle”. Mas assim que votam, se afastam e esquecem tudo que é relacionado ao Seu senhorio sobre suas vidas.
Jesus diz que pertencer à Sua igreja é muito mais do que isso. Quer dizer compromisso de segui-Lo. E isso envolve viver uma vida de autonegação e tomar a cruz. “Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mateus 10:38).
O nosso Senhor deixa claro: “Se você está na minha igreja, então fique preparado para sofrer e ser perseguido por sua fé em Mim. Fique preparado para negar a fama, a aceitação e a procura dos prazeres do mundo. As pessoas vão te pregar numa cruz de ridicularização, numa cruz de condescendência, numa cruz de alienação. E vão fazer isso porque você tem fome e sede de Mim. Se você pertencer à minha igreja, uma cruz certamente se seguirá”.
O fato é o seguinte: a igreja de Cristo nunca foi aprovada ou aceita pelo mundo. E nunca será. Se você viver para Jesus, não terá de se separar da companhia dos outros, eles o farão por você. Tudo que terá de fazer é viver para Ele. De repente, você se verá acusado, rejeitado, chamado de indigno. Verá os homens “vos odiarem e…vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do homem” (Lucas 6:22).
Mas, Jesus acrescenta, esse é a rota que leva ao preenchimento real. “Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa acha-la-á” (Mateus 16:25). Em outras palavras, “A única maneira de se encontrar significado na vida é fazer a entrega total do seu tudo para Mim. Então você encontrará alegria, paz e satisfação reais”. Cristo nos diz: “A minha igreja não tem mácula ou ruga. Assim, ao vir a Mim, você precisa querer deixar todos os seus pecados. Você precisa submeter tudo a Mim, morrer integralmente para o ego, a toda ambição ímpia; pela fé, você será sepultado comigo. Mas Eu o levantarei para uma nova vida”.
Pense no que significa não ter mácula ou ruga. Sabemos que uma mácula é uma mancha. Mas e a ruga? Você já ouviu a expressão, “uma ruga nova”? Significa acrescentar uma idéia nova a um conceito pré-existente. A ruga, dentro deste sentido, se aplica aos que tentam colocar um melhoramento no evangelho. Sugere um modo fácil de se alcançar o céu, sem total redenção a Cristo.
Esse é o tipo de evangelho que está sendo pregado em várias igrejas atualmente. Os sermãos têm objetivo de apenas atender as necessidades das pessoas. Mas ao ler as palavras de Jesus, vejo que este tipo de pregação não funciona. Não atende à obra genuína do evangelho.
Não entenda mal: não sou contra pregar consolação e força ao povo de Deus. Como pastor do Senhor, sou chamado a fazer exatamente isso. Mas se eu pregar só às necessidades das pessoas, e ignorar o chamado de Cristo para oferecermos nossas vidas, então as necessidades verdadeiras jamais serão atendidas. As palavras de Jesus são claras: as nossas necessidades são preenchidas unicamente se morrermos para nós mesmos, e tomarmos a Sua cruz.
2. A igreja de Jesus é onde os pecadores se arrependem dos pecados, com o coração e a boca.
Jesus declara, “A minha igreja é o local de arrependimento sem acanhamento, aberto”. Em verdade, Paulo atesta: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido” (Romanos 10:8-11).
Simplificando, somos levados à salvação através de nossa aberta confissão de arrependimento. Jesus afirma: “Não vim chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento]” (Mateus 9:13). E diz, o arrependimento é o modo pelo qual somos curados e restaurados: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:31-32).
Amado, essas são as boas novas. Jesus está nos dizendo: “Na minha igreja, todos são curados através do arrependimento. Não importa quem são – os alquebrados fisicamente, os emocionalmente enfermos, os doentes espirituais. Todos têm de vir a Mim do mesmo modo. E todos acham cura através do arrependimento”.
Eu lhe pergunto: quantas igrejas ainda abrem os altares para que os feridos no coração venham à frente e se arrependam? Quantos pastores pararam de fazer apelos para essa obra espiritual de tão suma-importância? E quantos crentes perderam todo o senso quanto à necessidade de confessar os pecados?
Então, qual é a mensagem central do evangelho de Cristo? Ele a torna simples por todo Mateus, Marcos, Lucas e João. Nestes quatro evangelhos, nos diz, “Cá está o quê prego em minha igreja. Esta é a minha mensagem a todos os pecadores”.
Primeiro de tudo, “Foi Jesus…pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1:14-15). Ele pregou arrependimento.
Para alguns cristãos, isso pode soar estranho. Eles podem responder, “Tudo bem, mas será que Jesus pregou arrependimento com intensidade?”. Lucas responde isso em seu evangelho. Jesus diz aos Seus ouvintes, “Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13:5).
Bem vindo à igreja da consternação piedosa.
Você pode achar que o evangelho do arrependimento proclamado por Cristo soa depressivo. Mas Paulo vê de outro jeito. O coração arrependido traz vida real: “A tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar” (2 Coríntios 7:10).
O arrependimento estava também no coração do primeiríssimo sermão após a ressurreição de Cristo. Pedro diz às multidões reunidas no Pentecostes, “Jesus, o Nazareno…vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (Atos 2:22-23). Quando o povo ouviu isso, caiu sob poderoso convencimento (da parte de Deus- NT). A palavra pregada fulminou os corações, pois o Espírito Santo havia vindo em todo o Seu poder. E segundo Jesus, essa é a específica obra do Espírito. Ele diz que o Espírito Santo “convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). A multidão foi tocada de tal modo, que não conseguia se mexer. De repente, diante deles estavam os pontos cruciais da vida e da morte. Então gritam para Pedro, perguntando o que deveriam fazer. Ele responde: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados…Salvai-vos desta geração perversa” (Atos 2:38,40).
Esta passagem ilustra o arrependimento no centro da mensagem de Jesus. Se inexistir convencimento na mensagem – se não há verdade quanto ao pecado e à culpa, se inexiste fustigação do coração – então o Espírito Santo simplesmente está ausente. Ele simplesmente não está presente nesta pregação.
Penso em todos os pastores das pregações “sem convencimento do pecado”, responsáveis pela alma de milhares e milhares de cristãos. Os membros da igreja ficam imersos no pecado, e suas iniqüidades crucificam Cristo novamente todos os dias. É tremendamente trágico. O que essas pessoas precisam é de uma mensagem vinda de um pastor que não tenha medo de dizer: “Você pecou contra Cristo”. Mas ocorre exatamente o contrário. As pessoas são em realidade reafirmadas em seus pecados por pastores condescendentes.
Ezequiel diz o seguinte sobre esses pastores: “Com falsidade entristecestes o coração do justo, não o havendo eu entristecido, e fortalecestes as mãos do perverso para que não se desviasse do seu mau caminho e vivesse” (Ezequiel 13:22). O profeta está dizendo: “Vocês entristeceram o justo com pregação frívola. E fortaleceram o sensual para pecar ainda mais – sem culpa. Vocês lhes deram mentiras sobre a vida eterna. Não! Vocês estão roubando a vida eterna destas pessoas. Vocês transformaram a graça de Deus em lascívia”.
Paulo diz que o dia do juízo logo virá. E por essa razão, devemos pregar o evangelho com ainda mais convicção, com o aproximar desse dia. Devemos reprovar e repreender, e fazê-lo com longanimidade e amor. Em verdade, chega o dia quando todo pastor estará diante do Senhor e dará contas de tudo que pregou. Teria ele entristecido o coração do justo? Fortaleceu a mão do perverso? Ou, será que trouxe uma palavra sem medo, convincente, sob unção santa?
O fato é que Pedro não estava interessado em ofender a multidão no Pentecostes. Seu único propósito era mostrar-lhes a verdade. E quando o Espírito Santo revela a verdade, Ele convence. Ele vai ao fundo, e expõe a raiz de todas as áreas do coração.
É triste, mas isso não está acontecendo em muitas igrejas nos dias de hoje. Não só não está presente o Espírito Santo nestas igrejas, como também não é bem-vindo. O nosso ministério recebe inúmeras cartas repetindo o mesmo refrão: “Há uns vizinhos aos quais dei meu testemunho a alguns meses. Ele está se divorciando… ela tem problema de bebida… ele está tendo um caso… Então os levo à igreja, com esperança de que possam ouvir uma palavra sobre sua situação, e a necessidade do Senhor. Mas o meu pastor nunca diz uma palavra sobre pecado. Nunca há uma palavra que traga convencimento, que explique a necessidade do poder purificador e libertador de Jesus. Então meus vizinhos saem da igreja ainda mais confortáveis em seus pecados”.
Que tragédia! Como deve ser doloroso a Deus o fato de que mais pessoas são reafirmadas em seus pecados dentro das igrejas do que fora delas.
Outros nos escrevem dizendo: “Vou a uma igreja amistosa com o pecador, mas não agüento mais. Toda semana nos passam uma pesquisa, perguntando se gostamos do culto. Eles querem saber: ‘O som estava muito alto? As ilustrações foram muito longas? O sermão foi inteligente?’. Pastor David, vou à igreja em busca de esperança em favor de meus parentes não salvos. Mas em vez disso me pedem para avaliar o entretenimento”.
Segundo Jesus, ninguém pode ser liberto do pecado – ninguém é confrontado com a verdade – sem a presença e o poder convincentes do Espírito Santo.
3. A igreja de Jesus é onde se pode ouvir uma mensagem dura e perturbadora.
Imagine essa cena, com Jesus falando aos Seus seguidores: “Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer esse pão viverá eternamente. Estas cousas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga…Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isso vos escandaliza?” (João 6:58-61).
Note que Cristo estava falando a crentes aqui. Qual foi o duro discurso ao qual reagiram? Foi: “Vocês precisam comer da minha carne e beber do meu sangue, caso contrário não terão vida em si. A minha carne é o pão, e o meu sangue é a bebida. E a vida eterna vem unicamente consumindo-os”.
Agora, o evangelho amistoso com os pecadores diz: “Você não pode pregar uma coisa assim. O pecador nunca vai entender isso. Beber sangue e comer carne? Eles vão pensar que somos bárbaros. Temos de mudar as palavras para torná-las mais palatáveis. Caso contrário, isso vai ofender as pessoas, especialmente os não-crentes”.
Na verdadeira igreja de Cristo haverá palavras ofensivas. Sim, nessa igreja você ouvirá uma mensagem de boas novas, um evangelho de amor, misericórdia, graça e longanimidade. Mas na igreja de Cristo há também mensagens que não se ousa falsificar. E estas mensagens incluem a pregação do sangue e da cruz de Cristo.
Jesus viu que as pessoas se chocaram com Suas palavras. Então pergunta a elas, basicamente: “Eu ofendi o seu raciocínio? Vocês ficaram incomodados por lhes dizer a verdade?”. E então afirma: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo. 6:63). Ele deixa claríssimo: “Exatamente isso que os ofende é que traz vida”. Como os Seus seguidores responderam? “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (João 6:66).
O quê Jesus está dizendo sobre o Seu evangelho aqui? Em termos simples, Ele está declarando que a mensagem do Seu sangue e da cruz é ofensiva. Contudo é o único evangelho que leva à vida eterna. Mesmo assim, alguns não o aceitarão. “Contudo, há descrentes entre vós” (6:64).
As palavras de Jesus aqui estão sendo sustentadas em muitas igrejas hoje em dia. É incrível, mas algumas igrejas removeram qualquer referência ao sangue de Cristo nos cultos. Os pastores não o mencionam nos sermões. Os hinos sobre o sangue foram removidos da igreja. É tudo considerado muito ofensivo.
Mas Jesus avisa, “Não importa o quanto as minhas palavras possam parecer ofensivas. Vocês não as podem mudar. As minhas palavras produzem vida. E vocês têm de consumi-las como alimento ou bebida, para torná-las a essência de cada fibra do seu ser. Portanto, não devem amaciar o que Eu disse. Se removerem o sangue e a cruz de minha pregação, estarão amputando a única esperança de vida eterna daqueles que a buscam. A mensagem de salvação pelo sangue só pode ser compreendida através do Espírito. Mas ela tem de ser pregada mesmo se for mal compreendida. Então, mantenham a ousadia e preguem o meu evangelho, não importa qual seja a receptividade que terão. É a única Palavra que salva”.
Vemos uma cena similar em Mateus. “Chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga… E escandalizavam-se nele” (Mateus 13:54, 57). Mesmo o círculo íntimo de discípulos de Jesus foi a Ele dizendo que Sua mensagem era ofensiva: “Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram?” (15:12). Nessa cena, não foi o povo que foi ofendido, foram os líderes religiosos. Aparentemente, as multidões recebiam o que Jesus dizia. Mas os pastores ficaram horrorizados.
Se pertencemos à igreja de Cristo, vamos ouvir mensagens fortes de convencimento que ofenderão nossa carne.
Se você está na igreja de Jesus, então mensagens duras estarão vindo do Espírito Santo. Por que? Porque o Espírito grita em nós contra tudo que pensamos, dizemos ou fazemos e que seja da carne. Jesus diz: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15:19).
E, o sinal de qualquer verdadeiro seguidor de Jesus é que ele se rende a toda palavra de Cristo. Tal servo ama a repreensão por causa daquilo que ela produz em seu coração. Ele vê a transformação que ela traz, e sabe que é vida para ele.
No fundo, é também por isso que o pecador vai à casa de Deus. Não é só para ser contado como um a mais num grande grupo. É para ser achado por Deus, porque no coração ele sabe que está perdido. Sua alma não descansa, e ele passou muitas longas noites em claro. Ele quer respostas, verdade, mudança real, pois sente que está destinado ao inferno. E não precisa que um crente ou um ministro diga que ele está bem.
É claro que se esse pecador ouvir o evangelho de Cristo, poderá ser ofendido por ele. Pode ficar bravo, e sair batendo os pés. Mas não esquecerá o que ouviu. E o Espírito Santo usará isso para lhe revelar a verdade.
Todos nós aprendemos que Cristo é a pedra fundamental da Sua igreja. Paulo diz que essa pedra é uma rocha de escândalo: “Como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço, e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (Romanos 9:33). Pedro também chama Jesus de rocha de ofensa: “…pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes” (I Pedro 2:7-8).
Pedro poderia lhe dizer por experiência própria o que acontece quando se tenta abolir a mensagem da cruz. Ele se ofendeu quando Jesus previu Sua morte aos discípulos. Então, “Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mateus 16:22).
Mas Jesus lhe responde com palavras agudas: “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus e sim das dos homens” (16:23).
Cá está um exemplo claro de como Satanás pode induzir ao erro até mesmo um pastor piedoso que ame a Cristo. E se pode apostar que Pedro nunca esqueceu as palavras do Mestre. Igualmente hoje, todo ministro e todo crente deve guardar a advertência de Cristo: “A minha cruz e o meu sangue podem te ofender. Mas se você tem vergonha da minha mensagem, ou se tentar amaciá-la, então você é uma ofensa a mim. Você não representa a minha Palavra ou a minha igreja”.
4. Como você acha que Jesus começaria uma igreja em sua cidade?
A primeira coisa que Cristo faria seria ir chorando por toda a cidade. As escrituras dizem, “Quando ia chegando, vendo a cidade (Jerusalém), chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos” (Lucas 19:41-41).
O quê fez Jesus chorar? Começou com uma caminhada que fez pela cidade, e que lhe partiu o coração. Ele foi batido pela dor que sentiu vendo os assim chamados religiosos não tendo paz. Eram pessoas que rejeitaram a verdade em favor de fábulas. E agora seguiam uma forma morta de religião. Eram ovelhas sem pastores reais.
Ora, não estou aqui para julgar pastor algum. Mas quero perguntar a todos que estão lendo essa mensagem: você consegue imaginar o seu pastor dirigindo o carro em meio à sua cidade e chorar por ela? Como é diferente a imagem que Jesus nos dá, em relação a tantos projetistas e planejadores construindo igrejas atualmente. Eles vão de porta em porta, pesquisando as pessoas, perguntando o quê querem numa igreja: “Quanto tempo deve durar o sermão em tua opinião? Quinze minutos? Dez?”.
Jesus testemunhou um esquema assim em Seus dias. Ao caminhar pelo templo, viu mesas de cambistas, ministros que mercantilizavam as coisas de Deus. Não havia oração real, não havia temor do Senhor. E Cristo chorou por tudo isso, clamando: “Está escrito: A minha casa será casa de oração. Mas vós a transformastes em covil de salteadores” (Lucas 19:46).
Eu lhe pergunto: Jesus iria chorar pelo que vê em sua igreja hoje? Ele iria encontrar o seu pastor se angustiando pelas almas perdidas? Ou o encontraria lucrando com coisas que são santas aos olhos de Deus? Cristo iria encontrar o Seu povo orando? Ou os veria ocupados em negociações e programas, se concentrando nos próprios interesses?
Uma vez concluído o andar choroso pela cidade, será que Ele iria elogiar o Seu povo? Ou iria trazer essa advertência: “Vocês estão cegos aos tempos. O juízo está às portas, mas vocês mais do que nunca se assemelham ao mundo. Por que não estão orando, Me buscando para terem força e sabedoria para remir o tempo?”.
Queira Deus que nós nunca amaciemos o Seu evangelho. Se você tem um pastor que prega o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, eu insisto consigo: encoraje-o. E ore por ele. Agradeça ao Senhor porque o pastor que lhe foi designado não conta com pregadores personalistas para trazer multidões.
E seja grato por ser permitida a presença do Espírito Santo operar Sua obra real no seu meio. Quando o evangelho de Jesus Cristo é pregado com convencimento, os céus se abrem e os demônios fogem.
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