O Concílio Vaticano III

Autor: Melquisedec do Nascimento
Caro leitor, ao cair da tarde do corrente, ao sair de meu trabalho, vinha eu pela Av. Rio Branco, Centro financeiro do Rio de Janeiro, quando resolvi entrar numa livraria. Comecei a olhar os livros expostos e um em particular me chamou a atenção, principalmente porque já o havia visto num sitio Judaico na Internet. Esse livro tinha o título de: “ A Espada de Constantino”, com cerca de oitocentas páginas, cujo autor é um ex-padre. Assentei-me na poltrona, coloquei minha pasta de lado e pus-me a folheá-lo. Deparei-me com o capítulo cinqüenta e seis, no qual o autor defende a convocação do Concílio Vaticano III, a fim de que o cânon do Novo Testamento seja revisto e corrigido, pois segundo o autor seu conteúdo é eminentemente anti-semita.
Na visão deste autor, os Apóstolos e escritores Neo-Testamentário estavam possuídos de um rancor exacerbado contra seus irmãos judaicos, pois estes haviam rejeitado a mensagem anunciada pelos primeiros cristãos, os quais eram de origem judaica. Acrescenta ainda que o cânon do Novo Testamento é fruto de um “erro trágico” quando a igreja enfrentou o herege Marcion. Entretanto, caro leitor, o curioso é que Marcion dizia que apenas o Evangelho de Lucas, Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo eram inspiradas, pois os outros autores eram demasiados Judeus e não haviam entendido a mensagem de Cristo. A Igreja em represália a Marcion decidiu que em vez de um Evangelho deveriam ser quatro, bem como os outros apóstolos deveriam ter suas cartas inseridas no nascente Cânon Cristão.
também curioso é o fato de um ex-padre se apresentar nos dias atuais e dizer que todo o conteúdo do Novo testamento, que doravante chamaremos de livros cristãos, deveria ser revisto, haja vista ser de cunho anti-semita. O autor em tela diz que os livros Cristãos são inspirados, mas que “inspiração não significa que estão livres de auto-contradição”. Acrescenta ainda que os livros cristãos “são de conseqüências trágicas”. A seu ver Jesus nunca disse aos discípulos de Emaús: “ Ó néscios e tardos de coração”, pois tal declaração, segundo ele, é eivada de ódio, sendo palavras do escritor Neo-Testamentário, jamais de cristo. Ademais, ele advoga que o anti-semitismo de João, autor do quarto Evangelho, é evidente quando este apóstolo escreve que Jesus disse aos judeus que eles eram filhos do diabo. Defende que em lugar de “Judeus”, deveria constar nos textos sagrados, “os líderes”.
Esse autor ainda diz que os Evangelhos não são históricos, mas sim “inventados”. Ora, caro leitor, ele diz reconhecer a inspiração dos livros Cristãos, mas na verdade ele não crê, pois ao dizer que os Evangelhos são “inventados”, e que todo cânon do Novo Testamento é “auto-contraditório” e de “ conseqüências trágicas” ele demonstra sua verdadeira face, ou seja, ele não crê que na inspiração dos Livros cristãos. Pasme, estimado leitor, ele condena a pregação do evangelho aos judeus, dizendo que devemos reconhecer a dupla aliança de Deus com os homens. Acrescenta ainda que o referido concílio deverá também terminar com a classificação de Velho e Novo testamento, pois isso traz no seu bojo uma carga de anti-semitismo, porque deixa claro que nosso Cânon é superior ao dos judeus. Da mesma forma, deve o concílio acabar com toda diferença entre Lei e Graça, porque tal dicotomia é uma provocação aos judeus.
Caríssimo leitor, esse é o resultado de não se seguir a orientação de Paulo, o qual disse: “ se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”. O autor do livro em tela diz que é “imperialismo religioso” dizer que os judeus para serem salvos precisam de cristo. No entanto, o que mais me chamou a atenção no livro, é que o autor, ao contrário dos Judeus Messiânicos,(Judeus que crêem que Jesus é o Messias) crê que os livros Cristãos ensinam a “Teologia da Substituição”, a qual, segundo ele, deve ser rejeitada categoricamente, pois essa teologia é anti-semita. Veja que ele reconhece a “teologia da substituição”, porém rejeita-a categoricamente. O ousado autor diz que os textos que ensinam a “teologia da substituição”, como I Tess 2:14-16 devem ser retirados ou traduzidos de outra forma. Ele argumenta que quando Paulo escreveu esse texto, o qual transcrevemos: “ Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus; os quais mataram ao Senhor Jesus, bem como aos profetas, e a nós nos perseguiram, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, e nos impedem de falar aos gentios para que sejam salvos; de modo que enchem sempre a medida de seus pecados; mas a ira caiu sobre eles afinal.”, repito, quando Paulo escreveu esse texto, por volta de 51 DC, “ele estava com muito ódio dos Judeus, e que em 61 DC, ou seja, dez anos depois, mais experiente Paulo disse: “ porventura rejeitou Deus o seu povo, de modo nenhum”, isto é, Paulo se arrependera e mudara de opinião.” Misericórdia Jesus dessa pobre alma.
Veja, leitor amado, que os hereges sempre usam o versículo pela metade. Paulo disse na verdade: “porventura rejeitou Deus o seu povo, de modo nenhum, pois eu também sou Judeu”, ou seja, se Deus tivesse rejeitado os Judeus, nenhum deles teria se convertido a cristo. Esse é o significado da retromencionada passagem e não a provocada contradição dos textos, que serve para esse infeliz, “provar “ que os livros Cristãos são “auto-contraditório”, quando na verdade são intérpretes sem a sabedoria que vem do alto, os verdadeiros autores das supostas “contradições” e não o texto sagrado Neo-Testamentário.
O povo de Deus é chamado à verdade, pois isso é só o começo, conforme o Cristo disse: “coisas espantosas vereis”. A fim de agradar aos judeus, estão chegando a esse despautério. O autor deste artigo tem pregado aos Cristãos o erro teológico de se acreditar que os judeus são ainda o povo de Deus. O judeu teve sua honra em ser o depositário das palavras do Eterno, de ver a manifestação Divina em sinais e maravilhas. Foram os judeus que tiveram a honra de Ter o messias como oriundo de seu povo, mas a honra Judaica foi até que shiló(Messias) chegasse, consoante à profecia de Jacó registrada em Gênesis 49:10, que diz: “ o Cetro não se afastará de Judá, nem o legislador dentre de seus pés, ATÉ que venha shiló, e a Ele se converterão os povos.”, ou seja, enquanto o Messias não chegasse somente os Judeus seriam o Povo de Deus, após sua vinda o reino de Deus seria dado a todo aquele que acreditasse e seguisse a Jesus de Nazaré, como o Messias de Deus.
Este signatário, devido a supracitada opinião, tem sido acusado por Judeus e cristãos de ser anti-semita, sem nunca ter proferido palavras de ordem como: “morte aos judeus, judeu fede, o judeu é o câncer do mundo”. Apenas creio e prego que “Deus não faz acepção de pessoas”, conforme Atos 10. Se para deixar de ser chamado de anti-semita eu vou Ter que dizer que Deus tem dois povos, por conseguinte dois planos de salvação, quero vos dizer que eu continuarei a ter essa injúria sobre mim. Se para deixar de ser chamado de anti-semita eu vou Ter de compactuar com esse vil escritor, eu quero dizer que vou morrer sendo injuriado de anti-semita.
O cristão tem a obrigação de defender a sã doutrina. Infelizmente para agradar aos homens, no caso os Judeus, a imensa maioria dos cristãos têm sucumbido, preferindo o erro à verdade. Lembre-se, não cabe ao cristão partir para o outro extremo e se tornar um caçador de judeus, querendo sua morte e destruição, mas deixar de pregar a sã doutrina para não ofender a homens é prevaricar na fé.
Paz de Cristo.

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